Capítulo 6: Quebra-cabeças

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POV Millie

As aulas da academia haviam começado à todo vapor naquela semana, a cada segundo que passava, mais e mais era cobrado dos alunos, às horas que eram fornecidas para produção eram poucas, pois em uma academia tão requisitada como a de Nova York, o tempo passava em um vendaval, segundos viravam minutos, minutos se transformavam em horas, e horas de transformavam em dias.

Porém em um dia específico da semana, eu me privei do tempo, me tranquei em uma bolha a qual só eu poderia controlar, esse dia é hoje, e essa bolha se chama: a necessidade que meu corpo sentia em ficar, e eu não sabia o motivo...

Despertei-me vagarosamente naquela manhã, o aroma da cafeína fervendo era sem dúvidas mais tranquilizante do que o timbre irritante de meu despertador, os lençóis macios feitos de algodão me acolhiam, assim como o travesseiro posto sob minha nuca. Mas, até mesmo sendo a "Academia de Artes de Nova York", aquele dormitório estava perfeito demais para ser o meu, no meu, eu acordo com uma samambaia fazendo cócegas em meu rosto.

— Sadie!! - berro assim que percebo que não voltei para o campus com ela e logo em seguida levanto de supetão, fazendo com que minha testa se chocasse à outra

— Aí!! - Finn exclama fazendo leves pressões no local atingido - Hm, e pra sua informação meu nome não é Sadie - ironiza

— Meu Deus! Ela já deve ter acionado a polícia atrás de mim, eu estava com minha prima e uma amiga Finn, por que você não me acordou? - digo calçando os sapatos

— Ué, e eu vou lá saber que você veio acompanhada? Quando você deu a louca e invadiu minha varanda, veio sozinha - justifica

— MAS DEVIA TER ME ACORDADO! Meu Deus, eu perdi aula! Eles passam muitos conteúdos por dia, eu tenho certeza que eu sou a mais atrasada da turma, eu sou bolsista, eu não posso ficar atrasada, porque se eu ficar atrasada, eu reprovo e se eu reprovo, TCHAU TCHAU NOVA YORK! - digo em um mini colapso nervoso

— Relaxa Califórnia, isso é praticamente uma faculdade, ninguém frequenta às aulas -argumenta tentando de alguma forma de acalmar - E outra, não te acordei porque você fica uma gracinha dormindo, tem uma babinha aqui ô - apontou para o canto de minha boca

— IDIOTA! - digo jogando uma almofada em seu rosto afim de repreendê-lo, mas isso só fez com que ele risse mais

— Ficar estressada não vai fazer você voltar no tempo, sabia? - ele alerta, enquanto eu ligo meu celular com as mãos trêmulas

178 chamadas perdidas e 76 mensagens novas, era o que brilhava no painel do aparelho. É oficial, eu matei a minha prima. Desesperadamente liguei para ela, se ela tiver contado para a minha mãe que em uma das nossas primeiras semanas, eu dormi fora do campus, as notas baixas serão os menores de meus problemas...Caiu direto na caixa postal.

Me lembro vagamente de ontem a noite, até o momento em que apaguei. Finn e eu havíamos conversado à noite inteira, fiquei surpresa com sua lábia, para um cara que tem tudo para ser mimado, incluindo às riquezas e milhões de mulheres rastejando em seus pés, ele tinha uma personalidade muito forte, para mim, é tão fácil conversar com ele como é para uma costureira atravessar a linha em uma agulha, e ao mesmo tempo era difícil. Ele era um grande quebra-cabeças, que eu não sabia montar, pois não possuía todas as peças em minhas mãos.

Rapidamente saio do quarto e tento de todas as formas encontrar a saída, apesar de ser um lugar compacto e aconchegante para acomodar uma pessoa, haviam muitas portas naquele lugar, eu com certeza preciso de um GPS para me locomover aqui dentro. Depois da décima tentativa falha, desisto. Desvio meu olhar para o cacheado que tomava café em cima de uma pequena bancada feita de pedra e madeira, ele possuía uma feição descontraída, não parecia se importar de ter uma garota nem tão desconhecida assim, vasculhando seu apê.

Supernova |Fillie| • Não Finalizada •Where stories live. Discover now