'BLOOD SWEAT & TEARS'

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Depois de seu olhar, meu coração palpitava tanto que mal podia respirar. Lúcifer me abraçou, mas não retribui. Suas mãos quentinhas me enroscavam e prendiam. O mesmo virou-se e seus olhos inchados me fitaram. Jimin segurou firme minha mão e levou-me pra próximo do leito de seu pai. O homem, é lindo como o filho, só mais velho, então levantou seu olhar para mim e por um momento sinto um choque. O velho levantou a mão com esforço e pegou a minha. Sua voz era firme, apesar de suas condições:

_Partirei em breve, senhorita. Meu filho, me disse que és importante. Queria ter mais tempo para redimir-me, mas é tarde. Queria fazer um pedido à ti. Cuide dele por mim, não faça o mesmo que fiz. Jimin não merece o que passou. Não quero que fique mais sozinho ainda quando for daqui pra o inferno. Ajudaria-me?
_Senhor Hyung... Não sou boa o suficiente pra seu filho. Ele merece pessoas bem melhores que uma simples ninguém como sou.
_Não à conheço bem. Mas, sei que é a coisa certa para o meu filho. Vejo que és pura. Não cometa os mesmos erros que eu, Millenna. Por favor.
_Tentarei, senhor Hyung.
_Aproxime-se.

O obedeci e o mesmo levantou sua mão na altura de minha testa. Fez a cruz em minha testa, coração e ombros e disse:

_Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo... Amém. Não esqueçam da capacidade que tem. Park Jimin. Não tenhas medo do que virá. Seu verdadeiro pai, cuidará de tudo. Tens um futuro e uma razão. Que se lutar, chegará lá. Você também. -Ele segurou nossas mãos e eu tremi. Fitou nossos olhos e uma lágrima escorreu em sua bochecha pálida. - Não esqueçam do que vou dizer. Agora que te vejo, ao lado dele, posso dizer que irei partir em paz. Mesmo que nunca tenha ouvido tu chamando-me de pai, morrerei bem. Não esqueça, Millenna. Cuide do meu pequeno Hyung.
_Tentarei. -Repito, trêmula.
_Tem mesmo que ir, appa?
_Deus, guie teus caminhos, Park Jimin. Tente fugir do inferno! Esqueça quem és, SABE que Deus é mais poderoso que à ti.

As lágrimas dos dois se misturaram. Nunca imaginei que o veria tão frágil quanto agora. Nesse segundo, o aparelho apitou. Senhor Hyung se foi.

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Não deveria ter vindo para esse enterro. Mas não podia deixar Jimin naquele estado. Humildade é algo que prezam no céu.
Tae está comigo e me enrosca em seus braços, enquanto enterram o corpo. Não sei, mas isso me faz ficar extremamente fria. Normalmente, estaria chorando. Mas, não sinto nada. Como se meu mundo não tivesse mais cor. Essas cores vinham de Jimin. Queria entender o amor.

Também gostaria de compreender, porque que Soo Yoon está aqui.
Está com uma mulher de meia idade. Me impressiona o quanto são parecidas. O olhar da mulher era de desdém. E o de Soo Yoon, parecia ser alegre.
Meu coração acelerava tanto que mal podia agüentá-lo. Finalmente me dei conta de quem era aquela mulher. E porquê de Soo Yoon está aqui.
Me aproximo de Jimin e falo, tentando permanecer calma:

_Sei quem é sua irmã.

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Jimin, logo depois do enterro, mandou encontrar com o mesmo. Segui pra sua mansão, avisei Taehung que estaria logo depois com o mesmo. Entrei sentindo meu coração parar.
Jimin fitava um buquê de rosas vermelhas em sua sala, seus olhos estavam inchados. Ouvia seus soluços ao atravessar a porta e meu coração disparava. Queria pular em seus braços, abraçá-lo com força e dizer que aguente firme. Mas não posso.
Sento ao seu lado e Lúcifer mal encara-me. Continua na mesma posição em relação à rosa, e seus soluços não pareciam diminuir. Coloquei minha mão em seu ombro e respirei fundo. Nosso silêncio era tão agoniante, que o quebrei com uma canção.

QUENTE COMO O INFERNO •PJM & JJK•Onde histórias criam vida. Descubra agora