- Minha doce Allania! Que maravilha reencontrá-la.
O mundo estava acabando lá fora e Ereinion parecia não se importar nem um pouco.
- É sério isso?
- Uma pena que as circunstâncias não me permitem recebê-la da forma que merece, mas é uma imensa alegria ter você comigo.
Algo explodiu bem perto de onde estavam e o rei se encolheu ligeiramente.
"Ahaaa! Ele está com medo sim."
- Precisamos ser rápidos, Allania. Ou devo dizer Noturna?
- Eu sei exatamente como te chamar, seu lunático de uma figa!
- Sinceramente, não temos tempo pra isso, Docinho.
"Eca" Noturna falou em sua mente. Ani concordou totalmente.
- Vamos direto ao ponto? Transfira seu poder pra mim e liberto você e sua tia. Simples, rápido e quase indolor.
- Não, obrigada. Estou de boa com ele.
Ereinion arqueou uma sobrancelha.
- Duvido que isso seja verdade. Você não quer voltar para a sua vidinha normal? Seu emprego, seus amigos, família e, de bônus, nenhum demônio te caçando.
- Então era você por trás dos ataques!
"Continue fazendo ele falar, Ani." A voz de Noturna soou em sua cabeça.
"Você acha que estou fazendo o quê? Conversando com ele porque gosto?"
- Não leve para o lado pessoal, Querida. Nunca tive nada contra você, apenas precisava te trazer aqui para que desenvolvesse seu poder e pudesse passá-lo pra mim.
- Tadinho...Não tinha nenhum amigo pra avisar que seu plano era uma merda?
O rei bufou irritado.
- Você tem duas opções: transferir sua magia pra mim ou morrer aqui.
- Você é que tem duas opções: solte-me ou vou fazer picadinho de você.
- Allania, Allania, se está contando com Noturna, sinto dizer que ela não vai aparecer. Da última vez que nos encontramos numa situação parecida, consegui separá-la de Turon, o protetor juramentado dela, e com isso pude matá-la. O mesmo está se repetindo aqui. Sozinha você não tem chance contra mim.
- Se você se ferrar como da última vez, vou ter uma morte honrada como a dela.
<Estamos chegando, Mell.> Ela ouviu a voz de Cam em sua mente.
Aliviada, respondeu da mesma forma:
<Estou na sala amarela com minha tia, Ereinion, dois guardas e dois sacerdotes.>
<Aguente firme.>
O rei riu com malícia.
- Esse período no Reino Sombrio te deixou mais selvagem. Gosto disso.
- Por que você não me solta pra gente poder conversar melhor?
- Sim, soltarei. Depois que compartilharmos nosso sangue.
- Prefiro morrer a fazer isso!
- É uma pena. Assim que meu sangue entrasse no seu organismo, você seria capaz de ver a grandeza do que estou fazendo aqui.
- Duvido. Eu só teria ainda mais nojo de você!
- Não fale besteira, Criança! Somos nobres, temos interesses afins.
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SÉRIE NOTURNA - LIVRO 2: EU SOU A ESCURIDÃO (Completo - em revisão)
Fantasy*Obra registrada na Biblioteca Nacional. Todos os direitos reservados Finalizada, em revisão. Triste e magoada, Ani foge de Arvedui acompanhada pelo enigmático Cam, em direção ao Reino Sombrio. Não é nada fácil chegar às terras de seu avô, o rei Tu...