𝑳𝒆𝒐𝒏𝒐𝒓

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Um dia, encontrei uma mulher.
Madeixas louras como o astro-Rei que reluz nas manhãs.
Olhos misteriosamente azuis, tão azuis que pareciam o longínquo mar
Tez tão alva quanto a neve da Escandinávia.
Lábios róseos pintados de encarnado como o sangue.
Voz melodiosa como de um Anjo.
Uma apaixonante obra de arte.

Seu nome era Leonor.
Leonor significa luz.
E luz era o que a dama transmitia.
Oh, reluzente Leonor!

Exorbitantemente dulcificada.
Intelectualizada e amadurecida.
Leonor era meu desejo.
Oh, clarividente Leonor!

Magnânima de alma.
Coração misericordioso.
Exorbitante bondade.
Oh, casta Leonor!

Mal sabia a deslumbrante Deusa,
Que todos os homens a desejavam.
Desejavam-a em suas camas.
Deitada nua nos lençóis de cetim.

Corpo esculpido por um esculptor angelical.
Rosto apolíneo quanto Tua inocência.
Virginal e casta.
Ela era a mulher perfeita.

Um dia, recebi uma notícia.
Leonor estava adoecida.
Ardia em febre.
Estava desfalecida em seu quarto.

Dias depois, recebi outra notícia.
Leonor faleceu!
A enfermidade a venceu.
Assim toda uma cidadela pôs-se a debulhar-se em lágrimas.

Aos poucos, fui estudando.

Acompanhado apenas pelo roseiral e por meu conhecimento.
Confirmada estava minha tese.

Leonor era um Anjo.
Um Anjo que teve de ir para casa.
Leonor cumpriste sua missão.
Conquistou a todos em seu redor.

Leonor não sabia amar.
Leonor não sabia odiar.
Leonor não sabia sentir angústia.
Leonor não sabia o que significavam as dádivas dos mortais.


Hodiernamente, Leonor zela por todos nós.
Representada de diferentes formas.
Como uma estrela no Céu, como uma edulcorada recordação.

Ao meu lado, havia nascido uma rosa vermelha.
Uma rosa vermelha de perfume dulcificado, pétalas macias.
Não pude deixar de sorrir.
Era a Deusa Leonor dando os ares do dulçor.

𝑳𝒆𝒐𝒏𝒐𝒓Where stories live. Discover now