A Luta pela Arma

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Maise ajudava o Chapeleiro a entrar no tronco de uma árvore imensa e colorida na clareira da floresta, e logo ela desceu atrás dele, deslizando por um túnel que os levava até o subsolo de montes de raízes e espaço extenso.

- Ficaremos bem agora. - Maise foi até as paredes de terra e bateu nelas duas vezes, fazendo com que fadas saíssem das raízes ali e iluminassem o lugar com suas belas luzes coloridas.

- Foi por que eu disse aquilo? - O Chapeleiro perguntou e sentou no chão, cabisbaixo e fazendo bico. - Estão irritados porque eu os fiz cair.

- Você sabia? - Maise questionou e sentou no chão na frente dele. - Me diga, você sabia que podia dar ordens sobre todos nós?

- Eu não sabia. - Ele respondeu e encarou a rata, agora temeroso com seu destino. - Na verdade, eu pensei que poderia ordenar sobre eles naquele momento, então eu pude fazer aquilo apartir dali.

- Chapeleiro. - Maise lançou um olhar duvidoso à ele. - Não se pode fazer coisas impressionantes só porque se pensa que pode.

- Quem disse que não? - Ele questionou e viu que Maise não tinha respostas para dar. - Pensar e fazer; não é isso o que temos feito por toda a nossa vida?

- Bem... - Maise não teve como discordar de um argumento como aquele, mas sabia que jamais teria certeza de como um princípe poderia ter o poder de um Rei. - Você pode ordenar que façam qualquer coisa!

- Isto não me faz feliz. - O rapaz rolou os olhos com inocência e fez um bico triste. - Como alguém pode se alegrar com o fato de ter que obrigar os outros a fazerem suas vontades? Primeiro eu mando que parem de brigar, mas sei que não fariam isso, negariam a minha Ordem e em seguida morreriam. Beatriz, assim como todos os outros, era fascinada por isto, e lia para mim as regras da Ordem de Soberania. Se um súdito negar uma Ordem, pimba! Sua morte é imediata. Não quero participar do poder que eles veneram, não quero que as pessoas façam coisas contra a própria vontade unicamente por medo de morrer! Eu seria muito cruel se dissesse que gosto da ideia.

- Mas você fez isso. - Maise contrapôs. - Chapeleiro, eu entendo seu ponto de vista mas, pense bem, sua vida ainda está em risco.

- Ainda assim, não seguirei com tal crueldade. - Ele determinou. - Não serei aquele que continuará a amedrontar o povo.

No lago das Sereias Selenas da Lua a temperatura caiu tanto que elas se abraçavam, unidas contra o frio que lhes machucava como nunca antes.
A Sereia Ouromiia tinha os olhos em alerta, virando a cabeça de um lado ao outro para tentar identificar o que acontecia em seu reino.
Não foi surpresa para Ouromiia quando alguém alcançou a superfície e se agarrou à margem, mas em nenhum momento se aproximar foi uma opção.
Bianca tinha os longos cabelos brancos grudados nas costas, seus olhos estavam irritados e assustados, e rapidamente ela saiu da água. Seu vestido longo estava encharcado e pesava, suas pernas tremiam agora congeladas, mas ela ergueu o queixo e se direcionou à Ouromiia.

- Onde está o Chapeleiro?

As Sereias tremiam de frio e medo, e Ouromiia apontou para a trilha à esquerda sem sequer pensar em alguém que não fosse suas irmãs.
Bianca lutou contra o gelo em suas pernas e caminhou pela trilha de mata azulada, indo pelo caminho que Ouromiia havia indicado e pensando em formas de encontrá-lo naquele lugar tão escuro.
Ao chegar em uma clareira e se deparar com muitas árvores imensas e coloridas ao redor, Bianca suspirou e uma névoa gelada saiu de seus lábios, em seguida ergueu as mãos e fechou os olhos.
Sem muita demora a neve começou a cair naquele lugar, as árvores coloridas congelaram e os animais que viviam nelas caíram mortos de frio ao redor da clareira.
Bianca apenas deu de ombros e os ignorou, agora atenta às vozes muito baixas vindas de algum lugar ao redor.
Seu sorriso quase se abriu quando ela se aproximou de uma das árvores e pôde ouvir uma gentil voz vir dela.

The Queens (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora