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Valeria vê a cena como se estivesse em câmera lenta. Dalila tem Camila nos braços, a arma apontada pro corpo da moça. Laila vai ao encontro de Camila. Camila corre.

O som do tiro.

Camila cai.

De repente, o mundo fica escuro. Ela não houve mais nenhum som além do próprio grito de desespero.

"Não! Camila!" Valeria se joga no chão ao lado do corpo desfalecido de Camila. "Meu amor, por favor, não! Não me deixa Camila!" Ela não vê nada, nem ninguém, só o corpo de Camila na sua frente. O sangue começa a se espalhar pela parte de baixo das costas, vermelho vivo manchando o vestido tão lindo do amor da sua vida. "Meu Deus, ajuda, alguém chama uma ambulância!" Ela tenta não tocar em Camila com medo de piorar a situação, procurando não pensar na possibilidade de Camila estar morta. "Não me deixa, meu amor. Por favor, Camila. Fica comigo, meu amor."

As cenas vão se passando como flashes. De longe, como se estivesse num túnel, ela ouve uma série de sons. Gritos, choros, clamores. Nada faz sentido. Ela não consegue respirar, é como se estivesse se afogando.

O socorro chega, paramédicos começam a examinar Camila. O sangue se espalha cada vez mais.

"Moça, você precisa se afastar" Um deles fala, tentando tirar ela de perto de Camila.

"Não, não...me deixa." Ela grita.

"Moça, por favor." O paramédico fala.

Alguém a segura com força e a afasta um pouco de Camila, enquanto o socorro coloca a morena em uma maca. Eles levantam Camila e a levam até uma ambulância que está a alguns metros. Valéria vai atrás, ainda sem perceber qualquer coisa ou pessoa ao redor. Ao chegar na ambulância, a maca de Camila já dentro do veículo.

"Eu vou junto" Ela diz para uma paramédica na porta do veículo. Nesse momento percebe que Rania, Miguel e mais alguns membros da família Nasser também estão na porta do veículo.

"Moça, apenas alguém da família..." A médica ou enfermeira fala.

"Eu sou a família dela. Ela é minha esposa". É a primeira vez que Valéria fala essa frase. Camila, minha esposa. Nunca imaginou que diria essa frase em um contexto assim. Lágrimas escorrem pelo seu rosto. Valéria sente a mão de alguém apertando o seu ombro enquanto ela sobe na ambulância, é Rania. "Vai, minha querida. Vão com Deus. Nós já vamos atrás. Vai ficar tudo bem".

"Ok, a senhora pode subir" A paramédica diz para Valéria.

Ela senta no banco da ambulância, ao lado da maca onde Camila deita desfalecida. Nesse momento a morena usa uma máscara para respirar. O rosto pálido, olhos fechados, a boca entreaberta. Camila não parece a mesma pessoa que há alguns minutos irradiava felicidade por aquele momento que deveria ser o mais feliz da vida das duas. O vestido com manchas de sangue em vários lugares.

"Posso segurar a mão dela?" Pergunta. A paramédica olha para ela e Valéria vê o olhar de pena da mulher.

"Pode sim."

Valéria pega devagar a mão da esposa, com cuidado como se tivesse medo que Camila fosse desmanchar. Ao tocar na mão esquerda morena, a ruiva começa a chorar desesperadamente ao ver a aliança que havia colocado nas mãos de Camila há uma hora ou duas.

"Moça, você precisa se acalmar. Isso não vai fazer bem pra ela."

Valéria balança a cabeça, a moça tem razão. Ela respira fundo por alguns minutos até que consegue conter o choro, embora a dor esteja mais forte do que nunca, uma dor que ela jamais imaginou que poderia sentir.

May I have this dance? - VamilaNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ