Dream

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Você abre os olhos pesados, sonolentos. Está escuro.

Tenta apalpar algo invisível, mas algo mantém seus braços imóveis em suas costas.

Você sente o suor se formando em sua testa e por um instante tudo parece diminuir à sua volta.
O ar fica pesado.

É difícil respirar.

O atrito da roupa contra sua pele te incomoda. Ela parece pegajosa, molhada, suja.

Você tenta lutar contra a força que te prende e se desespera quando não obtém nenhum resultado.

As lágrimas traçam uma linha nas maçãs do seu rosto. Você tenta gritar, inutilmente.

Sua garganta está muito seca.

Alguns segundos depois tudo se acalma. Você analisa o local.

Sente a superfície fria e dura sob você e deduz que fosse o chão. Você procura por algum indício de luz.

Vê um pequeno feixe de claridade entrando por um buraco quase imperceptível na parede à suas costas.

Você tenta se arrastar até lá, mas o chão áspero arranha e rala sua pele.

Você desiste.

Permanece imóvel pelo que parecem horas, até pegar no sono novamente.

Você não sonha com nada específico. Sua mente é uma tela tingida de negro.

Você acorda com um rangido discreto. Se assusta.

Você está de bruços. Não enxerga o que está atrás.

Por poucos segundos você sente o ambiente tornar-se mais claro.

Um quarto.

Você estava em um quarto.

Você se lembra da cadeira no canto esquerdo do cômodo e da cama sem colchão pouco a frente de sua cabeça.

A presença se aproxima de você e tudo o que você consegue ver são seus sapatos.

Um homem.

Ele fica parado ao seu lado. Isso te deixa inquieta.

Após alguns instantes você sente mãos ásperas rasgarem suas roupas.

Você grita.

Mas ninguém responde.

Uma dor aguda no seu pescoço faz seu corpo paralisar. Você sente náusea e tudo parece borrado. Distorcido.

Não tem mais controle sobre sua boca. Apenas consegue mover seus olhos sem entender o que estava acontecendo ao redor.

Você se sente ser virada para cima. E sente mãos frias apalparem seu corpo de forma dolorosa.

O sentimento de angústia te invade. Toma posse da sua mente.

Você tenta resistir. Mas não adianta.

Algo duro entra em seu traseiro. Você se sente rasgada. Aquilo entra e sai dolorosamente.

Você deseja que aquilo pare.

Que acabe.

Mas a dor permanece ali. Convidando você amigavelmente para um abraço.

Você sente sua mente se esvaindo e começa a gostar da ideia.

A ideia de ir embora.

De morrer.

E isso te
consome
até
você morrer
só por
desejar
isso
o
bastante.


Mas você não se vai.

Você acorda sobressaltada. Suando.

Está escuro.

Tenta apalpar algo invisível, mas algo mantém seus braços imóveis em suas costas.

Algo em sua consciência fica alerta.

Já viu isso antes. 

Um rangido baixo ecoa.

Algo ilumina a cadeira e a cama sem colchão pouco a frente de sua cabeça...

Mental Illness That I RejectWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu