O doce sabor de mel

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"Ela irá te picar um dia. Oh, tão gentilmente, que você não irá sentir. Até você cair morto." — série Grimm.


Desde que nascera, Junmyeon conhecia a bela vida de um herdeiro do trono, pois seu pai era o rei daquela região onde morava. Vivia correndo pelos corredores do castelo, fazia qualquer coisa que desejava e tinha suas vontades saciadas pelos empregados. Mas como era solitária aquela vida. Não havia uma única criança para brincar consigo, passava seu tempo perturbando os empregados e quebrando coisas para chamar atenção de qualquer um que fosse.

Sua mãe, depois que desmamara, passou a ignorá-lo. Quanto ao seu pai, este era ocupado, não tinha tempo para nada além da diplomacia, nem tempo para sua esposa não havia mais, já que esta havia lhe dado seu futuro herdeiro. Não possuía irmãos ou irmãs, nem primos ou primas, nem mesmo um amiguinho filho de alguma empregada. Junmyeon era a única criança dentro do castelo e não entendia nada de diplomacia ou de negócios sobre o reino, então era expulso das salas quando entrava para brincar com seu cavalinho de madeira aos pés do pai.

Junmyeon era sozinho até os sete anos quando, em um dia quente, encontrou um garoto sozinho em cima de uma árvore, no início da floresta que pertencia ao reino. O garoto, de calça preta, blusa amarela fina e descalço, comia um pouco de mel que havia pegado da colmeia instalada naquela árvore, sem se importar com as abelhas que, calmamente, o rodeavam. O futuro herdeiro ficou maravilhado com aquilo, mas, ao mesmo tempo, preocupado com que ele pudesse se machucar.

Aproximou-se devagar e acenou para o garoto, mas, mesmo que não tivesse produzido nenhum som, as abelhas começaram a zunir alto e a irem em sua direção. Recuou assustado e caiu de bunda no chão quando o terreno desnivelou. Com medo, protegeu o rosto com os braços e esperou pelas picadas, mas nada sentiu.

— Está tudo bem. Pode se levantar agora.

Junmyeon retirou os braços de frente ao rosto e apoiou-se neles, vendo o garoto de pé a sua frente, oferecendo-o a mão para se levantar. A aceitou e, ao estar de pé, analisou o garoto da cabeça aos pés, percebendo uma abelha pousada em seu ombro.

— Tem uma abelha... — estava com medo de falar e ser atacado, então apontou para o ombro.

Cuidadosamente, o garoto virou a cabeça para ver a abelha e sorriu.

— Está tudo bem, ela não vai me picar.

— Por quê?

Junmyeon estranhou do garoto não o responder de imediato e ficar olhando para a abelha.

— Não estou fazendo nada de mal para ela ou para suas colegas. — sorriu.

— Quem é você?

— Zhang Yixing.

— Chinês?

— Sim.

— Onde você mora?

O garoto apontou em direção da floresta, logo atrás da árvore onde estava.

— Para lá.

— Mas só tem floresta lá.

Yixing deu de ombros.

— Você é filho do rei, não é?

— Como sabe?

— Nunca entrei no castelo, mas te vejo correndo pelo palácio e quebrando as coisas. Não acha que é errado?

— Eu faço o que eu quero! Sou filho do Rei!

— Eu também sou filho da Rainha, mas nem por isso eu faço o que quero.

ApitoxinaWhere stories live. Discover now