Capítulo 9 - Não venha amarelar!

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  Caminhávamos devagar e em silêncio na direção de Ryan e Henry, que estavam na mesa onde ficavam as comidas. Mason de vez em quando me olhava de relance. Por fim ele criou coragem e perguntou:

— Você tem namorado?

  Acabei me engasgando com a saliva e sem controle sobre minhas emoções — como sempre ocorria — acabei corando.

— Não...

— E já teve?

  Lhe olhei com esguelha.

— Não. — respondi de novo, porém mais firme dessa vez.

— De onde você conhece a Karen?

  Antes que eu pudesse lhe perguntar o motivo de tanta indagação, Ryan e Henry se achegaram a nós.

— E aí, nada delas? — Henry perguntou.

— Consegui ligar para elas. Disseram que estavam dentro da casa e pediram para encontra-las lá. — respondi apenas.

— Então quer dizer que o nosso grupinho de caça-sei-lá-quem acabou? O que eu vou fazer de interessante nessa festa? — Ryan reclamou.

  Mason deu uma tossida fingida e lhe fuzilou com o olhar.

— Como eu já tinha dito para a Ronnie, poderíamos brincar de verdade e desafio! — Mason falou.

  Seguimos para a entrada dos fundos da casa, por onde havíamos ido ao quintal.

  Balancei a cabeça e falei:

— Não, valeu! Não quero jogar!

— Ah Ronnie, por favor, não venha amarelar agora! Você nos deve uma por termos ajudado a procurar suas amigas! — Mason reclamou.

— Para mim você tinha me ajudado por que era seu dever como anfitrião... — debochei e arqueei uma sobrancelha.

— Bom, meu dever como anfitrião acabou e agora você deve se divertir na festa! Então, você vai sim jogar Verdade ou Desafio!

  E antes que pudesse dizer o contrário, eles me pegaram: um pelas pernas, o outro pelos braços e um segurando minha cintura, e começaram a me levar para dentro.

  Deveria ter me preocupado se meu short iria aparecer por debaixo da saia. Mas não. Pela primeira vez na noite, eu estava rindo. Rindo mesmo. Gargalhávamos sem parar. Com direito a dorzinha na barriga e lágrimas nos olhos.

  E foi bom. Muito bom. E por um momento meu olhar se cruzou com o de Mason e parecia que algo nos ligava. Alguma coisa fazia com que eu me sentisse bem perto dele. E aquela sensação me deixou um pouco assustada... e ao mesmo tempo... aliviada.

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