Mensagens

13 1 0
                                    

- Gostaria de comer ou beber alguma coisa, senhorita? - A aeromoça questiona com um sorriso

- Estou sem fome, obrigado.

- Quando ele acordar peça para que me procure, caso estiver com fome.

- Claro, eu digo sim.

Ela já ia saindo, quando a chamei.

- Pode me dizer aonde fica o banheiro?

- Na porta ao final do corredor, lado direito.

Agradeço e me tiro o cinto me levantando, tomo cuidado ao passar por Ávila e recebo olhares curiosos de meus amigos. Levo minha bolsa comigo e sorrio levemente para cada um que me olhava, não respondendo o que iria fazer, creio que não seja preciso.

Afinal, estamos em um avião, não há muitos lugares dos quais eu possa ir.

Abro a porta e adentro o local, relativamente grande. Deixo minha bolsa sobre a pia e de dentro da mesma tiro uma pomada e uma cartela de comprimidos.

- Esqueci de pedir a água. - Bato a mão na testa

Respiro fundo e coloco a perna em cima da tampa da privada, em seguida com cuidado removo a atadura, ainda estava feio, mas não tanto quanto no primeiro dia.

Aplico um gel sobre a queimadura no intuito de acalmar a pele, venho feito isso poucas vezes, mas é necessário para ajudar na recuperação. Pego a pomada dentro da necessaire e passo também sobre a área atingida e por último coloco a gaze para proteger os procedimentos anteriores.

Após guardar o necessário e jogar o restante no lixo, saio do banheiro fingindo não ter feito nada de mais.

- Macki? - Fecho fortemente os olhos antes de me virar para Dulce - Você tirou a atadura da perna?

- Sim, tirei. - Forço um sorriso

- E você podia ter feito isso?

Dou de ombros

- Macki..

- Não tem problema, foi o próprio médico quem receitou que eu cuidasse dos ferimentos, para que não houvesse infecções futuras. Eu sei que não vai acontecer nada, mas caso piore, eu vou ao hospital.

Observo Grace, que estava de fones e ouvia música virada para a janela.

- Mas sua perna não dói? - Pergunta intrigada

"Sim"

- Quase nada. - Respondo rindo

"Uma das piores mentiras já ditas por mim."

- Ok, qualquer coisa nos avise.

- Claro, eu aviso. - Volto para o meu assento evitando o contato visual com todos

Peço um copo d'água e tomo juntamente com um remédio para dor. Deito a cabeça no banco e observo a imensidão do céu. Sei que não costumo e é capaz que eu não consiga, mas fecho os olhos e tento dormir, uma viagem longa como essas será um tanto quanto entediante, já que a maioria dos meus amigos se encontrava em um sono profundo. Ainda faltavam dez horas e meia de voo.

×××
Mais tarde acordei com o som de gritos e reclamações, franzi o rosto e me virei. Meu namorado não estava sentado ao meu lado, e sim em um dos bancos vazios lá atrás, conversando com David. Dois homens de terno preto estavam sentados em bancos de frente para os gêmeos, que conversavam desanimadamente com alguém ao telefone. E creio que não seria difícil imaginar quem seria a pessoa.

- Inacreditável! - Ouço Ariana gritar - Vocês são dois irresponsáveis, isso sim!

- Tá bom mãe, posso desligar? - Enzo pergunta impaciente

Anything Can Happen Where stories live. Discover now