Narrador.
O sol havia se posto, e do outro lado da muralha, as criaturas da noite se levantavam para viver mais um dia.
Com passos firmes num salto alto dourado, uma mulher alta, de cabelos cacheados volumosos e compridos, pele cor café, olhos amendoados e com roupas pretas adentrou num elevador e passou o dedo levemente por um círculo ao lado do número "3". O elevador se fechou e ela esperou.
- Senhorita Tafari. - Um homem de barba longa, terno e cartola disse passando pela mulher.
Ela apenas assentiu para ele e continuou seu caminho pelo belo espaço que abrigava um bar de um lado onde um funcionário limpava o balcão naquele momento, e do outro, uma espécie de sala que também servia para espera de convidados. Ali tinham três sofás pretos de couro, um tapete cinza sob o chão branco liso, estantes que iam do chão ao teto em cada canto e uma televisão extremamente fina ao alto da parede de fundo.
A mulher parou diante de duas grandes portas brancas com maçanetas de cristal e abriu uma delas.
Sua primeira visão ao entrar na sala era aquele belo lustre pendurado no teto mais alto ao centro do espaço. A luz estava no mínimo, deixava apenas o objeto mais belo, mas mal iluminava o espaço que era um grande retângulo com uma mesa e cadeira brancas, um tapete logo a frente todo quadriculado em tons de cinza, mais cadeiras para os convidados, um sofá branco no extremo do lado esquerdo onde a parede ali era preta, e uma copa do lado extremo direito onde a parede era de mesma cor que a outra.
A mulher nada disse quando o viu ali, parado encarando a noite por aquela grande parede de vidro logo atrás daquela mesa do escritório.
- Atrasada um minuto. - Disse o homem ainda de costas.
- Culpe meus sapatos de ouro novos. - Ela disse com toda a serenidade do mundo. - Tenho que me acostumar a andar com eles ainda.
Devagar, o homem virou a cabeça para o lado, encarando a mulher pelo canto do olho. Ela viu quando ele deu um pequeno sorriso antes de se virar para a mesma.
Ele deu uns dois passos para a frente, e então mexeu em alguns papéis em sua mesa.
- Eu te deixei encarregada dos prisioneiros que chegam do outro lado, não é? - Ele perguntou calmamente.
A mulher se aproximou se colocando diante do homem do outro lado da mesa.
- Sim, e era o que eu ia ver antes de você me chamar do nada aqui. - Ela respondeu em mesmo tom.
O homem parou o que fazia e a encarou.
- A que horas eles chegam?
- Dentro de meia hora.
Ele respirou calmamente enquanto pensava.
- Pois bem, preciso que faça algo pra mim, Selene. - Ele disse a fazendo erguer uma sobrancelha.
YOU ARE READING
Entre Vampiros: Do Outro Lado Da Muralha
VampireNum mundo onde humanos e vampiros vivem separados, Yang-Mi é uma jovem humana de 20 anos que nunca viu sequer um vampiro, muito menos o outro lado da Muralha. Acusada por um crime que não cometeu, Yang-Mi é levada para o lado dos vampiros, no qua...