O melhor baile

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JULIANA

As meninas estavam loucas pra fazer um chá de bebê, mas eu estava meio indecisa e C.R não queria. Disse que tinha dinheiro suficiente pra comprar tudo e mais um pouco pra filha. As meninas ficaram com raiva, mas depois aceitaram.

Eu estou fazendo seis meses hoje e C.R está em casa e como eu não saio muito, ele comprou as tintas pra pintar o quarto da neném.

Ele saiu pra comprar os rolos e uma furadeira nova para montar as prateleiras e eu fiquei pra ver aonde colocaria os móveis que iríamos comprar amanhã.

Planejei todo o quarto em minha cabeça e tive uma outra ideia e esperei ele chegar. Oque não demorou muito.

— Pensei em colocar fitas na vertical pra quando a pintura secar ficar um efeito listrado —

— Oque quiser pra mim tá bom, sabe que eu nem sei desses bagulho de decoração — Abriu o rolo e encaixou no cabo da vassoura, diluiu a tinta na água e passou a fita na parede.

Começou a pintar e eu ficava olhando igual uma criança curiosa.

— Sai daqui, a tinta vai te fazer mal —

— Esqueceu que é sem cheiro ? — Sorri convencida porque eu havia escolhido as tintas e ele revirou os olhos continuando a pintura.

Após terminar a primeira parede, ele estava ficando todo suado pelo calor escaldante. Abri a janela por completo e sai do quarto, fui para a cozinha e peguei uma garrafa de água pra ele. Voltei subindo a escada e essa bendita parece que ficava maior a cada dia.

— C.R ? Toma, eu trouxe água —

Parou oque estava fazendo e se virou me olhando. Tirou a camisa e jogou em qualquer canto pegando a garrafa.

— Fez uma pra ser lembrada em, carai — Deu risada da cara que fiz e tomou a água.

— Você tem que comprar um ar condicionado pra por aqui, ou ela vai morrer cozida — Me abanei pelo calor e levantei a blusa deixando apenas a barriga de fora. — Meu Deus, como está quente !! —

O vi morder a boca como se estivesse tendo uma ideia maquiavélica.

— É só tirar a roupa que refresca, gostosa — Sorriu e eu balancei a cabeça de forma negativa.

— Você não cansa de ser safado, não ? —
O pai da minha filha balançou a cabeça em negação e eu fui pra perto da janela.

Passei a mão na barriga sentindo ela chutar e sorri.

— Também está com calor, filha ? — Senti a mão do C.R ao lado da minha. O olhei nos olhos.

— Mais um mês....— Deu um sorriso sem mostrar os dentes e chegou mais perto.
— Ainda está com calor ? —

— Sim, seis meses....— Senti ele ainda mais próximo e engoli seco sentindo minha respiração acelerar. — Não, não sinto nada, continua a pintura. Amanhã tem que estar tudo pronto, quero comprar as coisas dela logo — Falei rápido e sai do quarto.

Ouvi ele rindo, o safado sabia oque fazia comigo desci outra vez vendo a Rita na cozinha, ela passou pra me ajudar com o almoço, eu ainda estava tentando aprender.

Lá pelas quatro eu fui tomar um banho e depois olhar o quarto, ele já havia terminado, estava lindo, tinha feito um bom trabalho.

Perguntou oque eu achei e depois de responder ele foi pro banho, disse que havia chegando mercadoria e ele tinha que correr pra ir lá na boca receber e passar comando para os meninos, pois era bem provável o desgraçado do Roger mandar alguém entrar aqui hoje.

Da Zona Sul pro Morro.Where stories live. Discover now