Shawn Mendes {Hot IV} ಒ

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—Qual cadeira você prefere?
Ela olhou entre as opções de cadeira motorizada e manual, botou a mão no queixo e olhou pra mim
—Você se importaria de me empurrar? -perguntou com a voz tímida
—Eu adoraria fazer isso por você, querida
Sorrimos um para o outro e ela se sentou na cadeira de rodas onde pendurei sua bolsa e comecei a empurra-la. Fomos em varias lojas, eu bati com ela em algumas prateleiras sem querer, ainda estou aprendendo a manobrar esse negócio. Passamos na frente da loja dos Cookies e ela segurou as rodas da cadeira e me olhou
—Está tudo bem, querida

{Flashback on}
—Perdão amor
—Hahaha não tem problema -ela dizia sorrindo e me olhando —Você sabe que pode ir mais rápido né?
—Eu to com medo, ok?
—Não precisa, não vai me derrubar -ela disse e eu comecei a andar mais rápido, criei coragem e já estava andando como uma pessoa normal e não como uma senhorinha de 80 anos
Na verdade uma senhora de uns 95 anos, usando andador que nem do Up, passou por nós e nos deixou pra trás.
—Você está com fome? -ela perguntou deitando a cabeça para trás me olhando —Ok, já entendi, perguntar se você está com fome é perguntar se a mitocôndria é a casa de energia da célula
—Não entendi o que quis dizer, mas sim, to com fome
—Vamos comer um cookie então -ela apontou para um quiosque de doces e fomos pegar uma mesa, e para a minha surpresa, a cadeira não passava no espaço designado para a entrada dos clientes
—Tudo bem amor, não precisamos disso -ela disse tocando na minha mão
—Não mesmo SN, você vai comer esse cookie dentro do quiosque, sentada em uma mesa, assim como todo mundo está fazendo
—Não precisamos, pega um e vamos ali na fonte, quem sabe? -ela estava tentando evitar que eu fizesse um escândalo, mas tarde demais
—Eu não consigo acreditar nisso, você vai ter que ficar sem comer o seu cookie porque a Mrs Field's Cookies é exclusiva com pessoas com deficiência
Ela já estava vermelha de vergonha
—Olá senhor, posso ajudar? -uma funcionária apareceu
—Minha namorada está com fome, ela quer um cookie, mas a cadeira não passa no portãozinho de vocês
—Mas ela pode esperar do lado de fora, você pega um cookie e vão comer ali naqueles bancos -ela apontou na direção dos assentos
—Não, eu quero que ela possa entrar na área de vocês e comer, como qualquer pessoa aqui.
Eu já estava ficando irritado
—Eu entendo senhor, mas a cadeira infelizmente não passa, podemos dar um desconto na venda, mas não tem como fazer a cadeira passar -ela disse como se a loja estivesse certa, e eu um surtado
—Não pode remediar a exclusão que ela está sofrendo agora
—Eu entendo a sua frustração, mas não podemos fazer nada pelo senhor, vocês precisam entender que não há o que ser feito -ela disse e eu já estava pronto para começar a brigar com ela quando senti as pequenas mãos de SN tocando meu cotovelo
—Amor, por favor -ela estava com os olhos marejados e a voz falha
—Tudo bem querida, vamos
Fui para trás da cadeira e tirei de lá. Paramos na Crêpe Delicious para comer um crepe de morango com chocolate.
Dessa vez sentamos em uma mesa dentro do lugar que tinha acessibilidade total para todos, obrigado.
Ela estava quieta, mal falava, o crepe dela chegou e SN mal olhou.
—O que você tem?
—Quando eu vou parar de sentir como se eu fosse uma estranha no mundo? Quando vai parar essa sensação horrível? -ela seguia com a voz embargada e o olhar triste que quebrou o meu coração em um bilhão de pedacinhos
—Eu não sei, acho que quando o mundo deixar de agir de forma tão inacessível
—Eu luto para conseguir acessibilidade desde que eu nasci! Eu luto a vida toda pelos meus direitos, "Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: 'Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados iguais'." Martin Luther King disse nos anos 60 e eu repito nos anos 00's, apenas aplicando para pessoas com deficiência e não negros como originalmente designado. Eu quero liberdade, eu quero existir, eu quero que parem de me tratar como menos, eu sonho com o dia onde a liberdade vai comandar e eu serei livre! -ela dizia muito irritada, entredentes e com um olhar de dor e raiva que eu não conhecia
—Amor...
—Vamos embora -ela disse
—O que? Não, por favor, precisamos...
—Vamos embora agora! -ela disse e eu fui me levantando para ir pagar nossa refeição e pedir que embrulhassem o nosso doce
Fomos embora tristes, ela chegou em sua casa e sentamos no sofá e ficamos abraçados, fiquei fazendo carinho em sua pele macia até ela adormecer e eu me sentir um idiota por não ter o poder de protegê-la de todo o mal do mundo
{Flashback off}
Depois daquele dia nunca mais fomos ao shopping. Eu convidava ela, mas desculpas não faltavam "Não gosto de lá" , "É muito frio" , "É muito grande" , "O sorvete é ruim" ela dizia e eu fingia que acreditava.
Hoje a mãe, pai, irmã dela e eu nos unimos para tentar convencê-la a ir
—Vai ser divertido querida -a mãe dela disse
—Você deve enfrentar os seus medos, princesa -o pai dela
—Para de ser cagona! -a irmã dela disse indignada
Depois dos pedidos de todos ela acabou cedendo e foi comigo, e cá estamos

Imagines Mendesarmy & HollanderWhere stories live. Discover now