C1

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S/n Lyonne Point of View

Isso, coloque isso lá dentro. O armário jogue para a esquerda. - Homens passam para lá e pra cá, descarregando minha mudança do caminhão, para depositar dentro de minha nova casa. — É a última pessoal! - Um avisa, depois de ter deixado a última caixa.

— Ótimo serviço, obrigado. - Pago o encarregado, recebendo um sorriso em troca, logo os outros me cumprimentam para se despedir e entrar no veículo, em seguida sumindo de minha vista.

Suspiro fundo, sentindo que finalmente estou fazendo as coisas certas desta vez. Levo as mãos a cintura, e me viro para o meu mais novo lar. Me mudei para Atlanta em busca de um sonho, sonho esse que está sendo realizado e eu me sinto muito feliz.

É confortável e nada exagerado. Tons claros, gramado baixo...

É... Estou gostando disso.

O telefone toca, então me levanto deixando a caixa de comida japonesa no chão e corro para tirar-lhe do gancho.

— Alô? - Limpo a boca com as costas da mão.

— "Como estão as coisas aí? Liguei para o seu celular e ao menos chamava. Você está bem? Está conseguindo arrumar as coisas?" - Me bombardeia de perguntas, fazendo-me rir.

— Ok, mamãe. Eu estou viva e com a barriga cheia. - Digo, em um tom divertido. — Está tudo ocorrendo muito bem. Estou animada. A casa é linda, confortável, e a vizinhança é uma belezura.

Ela suspira aliviada. A famosa preocupação de mãe. Ainda mais quando se é filha única.

Conversamos por mais algumas horas, sendo acrescentado meu velho pai na chamada.

Quando vi que já estava tarde demais,me despedi deles para descansar um pouco pois eu irei trabalhar pela manhã.

Recolho as caixas que estavam espalhadas pelo chão, jogando-as no lixo.

Na casa não há muitos móveis, nem tantas coisas a serem preenchidas, porém, assim mesmo eu estava radiante. Oras, meu sonho de ser independente finalmente está se realizando, e aos pouquinhos tudo irá estar no seu devido lugar.

Me formei recentemente em medicina. As coisas estão corridas, e eu quase não tenho tempo para nada. Mas agradeço demais por tudo que tem acontecido.

No meu quarto havia apenas um colchão no canto da parede. Só.

Meu edredom e travesseiro estavam sobre a cama.

Hoje, a noite está quente, então liguei o ar condicionado para refrescar o comôdo.

É tudo muito bonito e arrumado. O chão é de madeira, como se fosse polido a pouco tempo de tão brilhante e bonito. As paredes num tom claro e escuro, variando de uma forma moderna e suave.

A casa é perfeita, só me falta os móveis.

Ocupei um quarto com todas as minhas coisas, para não bagunçar o restante da casa. Já posso o nomear de "Quartinho da bagunça".

Me deito na cama sentindo uma felicidade incomum.

Minha vida está prestes a começar.

[...]

6:30AM.

O despertador não parava de tocar, e por mais que eu esteja animada para começar essa minha nova rotina, o cansaço é presente me fazendo desejar ficar em casa e passar o resto do dia descansando.

Levanto com muito custo, seguindo diretamente para o banheiro, e começando a exercer minha higiene matinal.

Quando terminei, procurei na mala uma blusa branca, juntamente com a calça e meias. Passei meu jaleco, bocejando ora sim, ora não.

Meu café foi: um iogurte natural e uma maçã.

Saí apressada de casa, pois teria que pegar o ônibus, e como ainda não sei o esquema que funciona aqui, deveria sair mais cedo para não chegar atrasada no hospital.

Eu me sinto exausta. Mesmo tendo um dia de folga para organizar minha mudança, o plantão de dois dias atrás ainda trazia grandes pesos para minha disposição. Foi realmente puxado.

Tranco a porta, e me viro para em seguida ver o ônibus escolar parado em uma casa em frente a minha.

As crianças que estavam dentro, gritavam e pulavam em seus bancos, totalmente animadas.

Eu não conseguia ver quem foi que havia entrado, nem o que tinha do outro lado, já que o ônibus tampava minha visão.

Porém quando eu decidi caminhar, o ônibus deu partida, deixando a vista uma casa cinza, enorme, do outro lado da rua.

Uma mulher olhava para o ônibus que havia acabado de partir, mas logo vira para frente, dando de encontro aos meus olhos.

Ela me fita curiosa.

Está de braços cruzados, como se estivesse abraçando seu corpo na verdade.

Ainda está bastante frio pela neblina insistente da manhã. O sol ainda bem fraco, com timidez de se expor para nós.

Deixo meu transe de lado quando ela me cumprimenta com um acenar de cabeça. Fiz o mesmo para logo começar a caminhar para aonde eu me lembrava ser o ponto de ônibus aqui.

[...]

— Eu amo meu trabalho, porém não consigo aguentar toda essa pressão que é ser médica. - Serena diz, ao nos sentarmos no refeitório do hospital.

Hoje o dia está tranquilo. Os pacientes que tive foram apenas consultas rápidas para futuros exames. Eu estava morrendo de sono, e mal vendo a hora de poder ir para casa e tirar um belo cochilo.

— Como estão as coisas? Você me parece cansada. - Diz.

— Ainda não consegui arrumar muita coisa, mas vou tirar a noite para organizar o restante. Estou feliz, acima de tudo. - Sorrio, orgulhosa.

— Então estou feliz por você. - Me olha com os olhos brilhantes, retribuindo ao sorriso.

[...]

Chego em em casa, e paro bem no meu gramado, olhando para o outro lado vendo as luzes da casa acesas. Há um carrão preto estacionado no gramado.

Quem seria aquela mulher?

Obviamente minha vizinha, mas... Qual era seu nome?

A curiosidade pousou de forma intensa.

Não consegui ver tanto os seus traços. De longe me parecia uma bela mulher.

Abro a porta de casa com a curiosidade de saber como era a minha vizinha. Preciso sair para conhecer o bairro, as pessoas...

Encontrei uma pequena bagunça que havia deixado no dia anterior.

Jogo minha bolsa no chão, entrando totalmente desanimada ao saber que irei ter que enfrentar e arrumar tudo.

Será uma noite longa.

Welcome (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora