Capítulo 9 - Desafios de Purificação

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FLORESTA ASSOMBRADA DE ESPERO

"Olá Riven, vejo que chegou ao seu destino, a sua porta para a entrada do poço. Está disposto a passar pelo desafio?" Questiona uma voz misteriosa semelhante a que ele ouviu ao passar pelo portal da floresta.

"Farei o possível e o impossível para salvar meu amigo." Responde sem excitação.

"Excelente, entre." A porta se abre. Depois de um clarão, Riven sente uma sensação estranha e avista uma mulher de meia idade e cabelos longos de cor semelhante ao dele.

"Quem é você?" Indaga intimidado. Algo dentro de si diz que essa mulher não lhe é estranha. Mas ele não quer aceitar seus pensamentos, era impossível.

"Você sabe quem eu sou... Já nos conhecemos." Afirma.

Imobilizado pela inundação de pensamentos que afloram dentro de si ele engole seco antes de responder. "Mãe?" Lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto, e Riven luta contra elas.

"Oh meu filho, não chore...". Suplica sua mãe paralisada, incerta se deve abraça-lo ou não.

"Não." Riven nega decidido. "Isso é só uma visão, deve ser parte do desafio." Conclui.

"Não é uma visão, eu sou real. Estou aqui, filho." Ela tenta segurar a mão do especialista vagarosamente.

Com um turbilhão de sentimentos a flor da pele Riven decide perguntar o que assombra seus dias desde que foi deixado. "Você... Você me abandonou, por que? Não me amava?"

"Oh não diga isso... Você foi a melhor coisa que me aconteceu, querido..."

Riven a fitava sem entender. Se ele era a melhor coisa por que o rejeitou? Seguiu calado e ela prosseguiu.

"... Já eu estava encrencada de todas as formas possíveis, a última coisa que queria era estragar o seu futuro por sempre te relacionarem a nós." Lamenta-se.

"Eu não estou entendendo." Comenta confuso.

"Tudo bem, não precisa. Só desejo do fundo do meu coração que um dia possa me perdoar."

"Mãe, eu..." Falhou ao continuar, aquela palavra mãe, era tão estranha, ele nunca teve uma imagem associada a mesma e agora ela estava materializada em sua frente. "Se eu conseguir te perdoar, significa que tenho chances de salvar o Nabu?"

Ela o observava feliz. "Talvez." Respondeu. A mulher acariciou seu rosto docemente. "Meu querido, me enche de orgulho ver quem você se tornou. Fez valer a pena tudo que fiz para te salvar do seu destino."

Riven incrédulo, nem ouviu a última frase. "Meu destino? Orgulho de mim? É impossível. Avaliando todo o meu passado e todas as vezes que fui egoísta e desprezível não acredito que um simples perdão vá absolver todas as coisas ruins me tornando digno. Honestamente, tenho receio de não ser capaz de passar nessa prova." Admitiu amargamente.

"Olhe para esse espelho, filho" Apontou para o lado esquerdo onde seu reflexo surgia. "O que você vê?"

"Nada, só eu mesmo." Respondeu rapidamente. "Espera, tem uma coisa meio transparente aparecendo... Uma aura, ela é azul meio arrocheada..."

"Sim, querido. Mas quem manda na cor dela somos nós. Nossos sentimentos. Quando ela está vermelha significa que estamos rodeados de trevas e maus pensamentos. Quando ela está azul, significa que estamos puros, cheios de energias positivas." Explicou. Riven logo percebeu que a aura da mãe refletida no espelho era roxa com pontos vermelhos e leves partes azuis, o que isso significava?

"Então quer dizer que eu estou quase puro. Será que um dia serei conquistarei a aura azul?"

"Concentre-se no espelho e pense no que te faz feliz."

Poço de EsperoWhere stories live. Discover now