06- Reencontro

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O passo a seguir de Dayanna era encontrar Sayisman. O reino de Gardênia estava úmido e com o aroma fresco; a chuva caíra por três dias seguídos. Dayanna continuou montada em seu cavalo, adentrando no reino com o rosto coberto, enquanto isso ela vira os guardas levando alguns cavalos para o estabulo real. Mais além dos balaústres que faziam um corredor até o castelo, a caminho da porta ela avistara os irmãos Granvall, trajando roupas comuns da sua casa, de cores vermelho com bordados ornamentais dourados nas bordas assim como o símbolo da casa Grannvall estampado na parte de trás do sobretudo. Eram duas espadas cruzadas em X.

Dayanna instalou-se numa hospedaria. Controlou os movimentos dos guardas e esperou até ao meio dia, os Grannvall ainda lá estavam. Cuidadosamente entrou no castelo sem ser vista. O interior era de uma cor branca velha. Algumas colunas sustentavam o teto ao longo dos corredores. À medida que ela andava, ouviu vozes vindo na sua direção, correu para trás de uma coluna, acompanhando os passos dos criados que passavam até eles passarem por ela, percebeu que os criados falavam de Sayisman, por isso os seguiu para ouvir mais, quem sabe eles seriam generosos o bastante e lhe diriam onde eram os aposentos do Príncipe.

- Ontem vi ele chegando todo cansado de novo. - disse a criada com panos brancos nas mãos. - Estava pálido e agitado, com olheiras horríveis.

- Será que está bebendo? - inquiriu a outra criada voltando o olhar para ela.

- Acho que não. - respondeu o criado que as acompanhava. - o Príncipe nunca foi de embebedar-se.

- Então como você esplica o fato de ele estar sempre daquele jeito nos últimos meses, ham?

- Ele nunca mais foi o mesmo desde o fim da guerra. Houve rumores de que ele perdera alguém importante lá.

- Bom, o que importa é que ele está estranho sim... Por que será que os Grannvall estão aqui? - a mais baixa dentre eles perguntou voltando o olhar para trás, teve a simples sensação de estar sendo observada.

O criado lançou um olhar intrigado para ela por conta da dua questão, sendo que a resposta era óbvia.

- O que você acha? Eles ainda estão investigando o caso das coroas. - respondeu de bom grado.

- Ouvi dizer que eles já têm um suspeito. - a outra se pronunciou sem desviar o olhar da frente. - Para vocês, quem acham que roubaria as coroas?

- Os Maharnionkosky. - responderam os outros ao mesmo tempo.

- Por quê?

- Como por quê? - o homem interrogou olhando para ela. - Todo mundo sabe que a casa Maharnionkosky é a única cujos membros são confusionistas e têm ligação com trabalhos sujos até hoje.

- Eu concordo, em partes, afinal nem todos eles são tão ruins! Vou levar estas toalhas para os aposentos do príncipe.

- Está bem, nós vamos terminar o trabalho nos outros quartos.

Dayanna suspirou aliviada por não ter mais que ficar aí ouvindo-os a fofocar. Acompanhou-os com os olhos enquanto se separavam no cruzamento do corredor, e seguira a criada que ia para o quarto de Sayisman. Ela entrou e oucos minutos depois saiu. Aproveitando a brecha, Dayanna esperou até ela se afastar o suficiente e entrou também. Era um quarto grande, a cama estava feita com lençóis brancos e bordados vermelhos nas bordas laterais.

Sayisman não estava. Logo pela manhã nem um criado ou guarda o vira. Dayanna andava descontraída de um lado para o outro, olhando as coisas dele, estava sendo mais discreta possível para que não fosse pega. Para a sua sorte, os criados haviam deixado o desjejum do Príncipe sobre a mesa.

CORONA AURORA - O Regresso da Tulipa (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora