A andorinha

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Eu me lembro de anos atrás

Quando eu ainda não sabia voar

Um estranho no ninho, sem asas para ser capaz

Capaz de se libertar

Viver e conviver

Hoje eu sou a andorinha

Que voa por idas e vindas

Que se liberta aos poucos

Tornando a vida menos aflita


A pequena andorinha

Sem fala, sem suas ondas marinhas

Que lhe faziam perceber

O quanto ainda faltava

Para merecer

A liberdade e todo o seu permanecer

A andorinha calada,

Maltratada e reprimida

Não sabia o poder de suas fracas asas

Que ainda lhe eram desconhecidas


As asas, então, crescem

O mundo se desfaz

Mas a liberdade está ali, perspicaz

Portanto, ainda não sinto minhas asas

Mas sinto minhas penas

Que são belas e plenas

Nem sempre prontas para o voo

Nem sempre prontas para achar o tesouro

Tesouro perdido

Por vezes proibido

Que exige coragem além da imagem

Que grita, desesperada, do peito corroído


Sou uma andorinha do amor,

Perdida na imensidão do mar

Nem sempre forte, mas leal à acreditar

Que a honra sempre sobreviverá

Sempre à procura da sorte

De uma eterna metamorfose

Que crescem as asas,

Que afinam o canto

Que assumem os prantos


Eu sou a eterna andorinha

Amante do mar,

Sacerdotisa do amor

Que clama, acima da dor

Voando para nunca mais se calar

E lutando, a cada dia,

Para cada vez mais se amar

Não foi apenas o beija flor que libertou

Nem a borboleta

Ou o cisne e a bela arara

Foram minhas asas, que nutriram

Cresceram

Agradeceram

E que agora, mais que nunca

Está pronta para o voar

E por fim, completamente se libertar


A amizade

A lealdade

A esperança

O amor

Sempre serão, para a andorinha,

A fonte de todo o seu vigor

Espelhos QuebradosWhere stories live. Discover now