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(Kia)

        Ela não pode regressar. Tudo estará perdido se isso acontecer. Ele desaparecerá como nunca tivesse existido. Eu terei que lhe dizer adeus. Eu terei que me despedir do Kyle.

        A Jemek disse que fazia questão de ela própria o destruir à minha frente. Eu sei de que ela é capaz de cumprir a sua palavra. Ela é cruel, fria e sem escrúpulos. Não vale a pena lutar contra ela, eu estarei sempre em desvantagem. Nós estaremos sempre em desvantagem. E o Kyle é demasiado importante para mim para eu o deixar ir sem lutar. Eu só tenho uma opção: acabar com a Melanie. Ou pelo menos fazer com que a Jemek acredite que eu seria capaz de o fazer. Penso que seria o suficiente para conseguir manter ambos a salvo. Eu nunca seria capaz de magoar um de nós.

        Mas, agora, eu estou realmente em apuros. Eu sinto a Mel e o Josh, eles estão de volta. E isso só signica uma coisa, o meu plano terá que ser posto em prática mais cedo. Provavelmente, eles devem estar felizes a pensar que tudo ficará bem e eu terei que estragar tudo. Eu não quero separá-los, mas terei que o fazer.

        O meu plano é simples. Tenho que fazê-los acreditar que estão a salvo, seguros. Depois irei raptar a Melanie e levá-la até ao cemitério do passado e do futuro. Por fim, enterro-a na sua lápide. Ela não irá morrer, apenas irá ficar num sono profundo. Estranho como eu descobri imensas coisas apenas por folhear um livro antigo. Mas isto será suficiente. A Jemek não pode entrar no cemitério, apenas nós os "descendentes malditos" o podemos fazer. E por mais que ela queira duvidar da minha palavra, eu sei que ela confia em mim.

        Agora, é só esperar que os pombinhos cheguem ao ninho. Porém, não vou ficar aqui a pensar neles. Irei gastar todo o tempo ao lado do Kyle, pois nunca se sabe se o plano pode correr mal. Pelo menos quero matar as saudades que já sinto.

        Olho em volta do nosso quarto e apenas vejo ele deitado na nossa cama. Aproximo-me e deito-me à sua beira, aconchegando-me no seu peito. Sinto a sua respiração na minha orelha e arrepio-me. Vou sentir saudades destes momentos. Não quero parecer que me estou a despedir dele ou algo assim, mas por vezes sinto que algo nos vai separar.

- Kia... - suspirou por entre os seus lábios.

        Virei-me para ele e vi os seus lindos olhos cor de mel. Ele estava com o cabelo um pouco despenteado e eu não consegui evitar em tocar nos seus cabelos castanhos selvagens. Ele é demasiado perfeito para ser real.

- O que se passa?

- Nada. - respondi - Volta a dormir.

- Tu não estás bem. - ele constata.

        Ele conhece-me demasiado bem. Eu nunca consegui esconder-lhe nada, ele sempre detetava qualquer mentira. Mas pela primeira vez, eu tive e consegui esconder-lhe algo. O meu amor por ele. É difícil acreditar nesta realidade. Nunca pensei vir a apaixonar-me. Sempre vi o amor como um obstáculo e confirmei estas suposições com a relação da Mel e do Josh. E por isso, nunca quis amar alguém.

- Está tudo bem. - eu garanti com um sorriso falso.

- Não mintas, não para mim. - ele pede.

- Kyle, eu já disse que está tudo bem.

- Contas-me mais tarde?

- Talvez.

- Kia, conta-me por favor. - eu neguei com a cabeça - Quando quiseres contar eu estarei aqui para ouvir e apoiar-te, ok?

- Sim. - eu assenti.

- Eu adoro-te, sabias? - ele murmura contra os meus lábios. - Tu és tão especial.

- Eu também te adoro.

(Josh)

- Vamos voltar para casa? - questiono-a sem nunca deixar de a olhar.

- Sim. - ela responde com um sorriso.

        É bom vê-la sorrir novamente. Finalmente, a felicidade voltou e, desta vez penso que seja para ficar. Não estou pronto para passar por algo assim do género novamente. A Mel é tudo para mim e sem ela sinto que já nada tem importância. Por vezes, ter estes sentimentos assusta-me. Eu nunca senti um sentimento tão forte como este por mais alguém. Nunca pensei em mim como um adolescente completamente apaixonado e dependente da namorada. Sabe tão bem dizer namorada, é bom saber que ela é finalmente só minha. A Mel é a mulher que eu quero passar o resto dos meus dias. Eu posso ser muito novo para pensar assim, mas isto é realmente o que sinto.

        Quando dei por mim, já estavamos em frente à mansão aonde se encontravam os outros. Olhei para baixo e vi que as nossas mãos ainda estavam juntas e, não consegui evitar um sorriso.

- Estás pronta? - ela assentiu levemente com a cabeça.

        Ela estava nervosa, disso eu tinha a certeza. As suas mãos estavam meias húmidas e a tremer. A sua pele estava gelada e só com o meu toque ela arrepiava-se. Foi demasiado tempo longe deles e isso afetou-a. Ela tem medo da reação deles.

- Está tudo bem, Mel. Eu estou aqui. - confortei-a

        Bati à porta e devagar virei a maçaneta desta. Esta abriu-se e entramos calmamente. Seguimos as vozes que vinham da pequena sala de estar e depois entramos. Todos nos olhavam surpreendidos, exceto a Kia. A Emily e o Kyle levantaram-se dos sofás e vieram ao nosso encontro. Abraçaram-nos e murmuraram palavras acolhedoras e agradáveis.

- Por fim, em casa. - disse Mel com um sentimento de felicidade estampado no rosto.

- É bom ter-te em casa. - retorqui e uni os nossos lábios.

        E a sala foi enchida por assobios como que festejo. Todos felizes e a sorrir. Exatamente como tudo deveria estar.

Nota da Autora:

        Espero que gostem do 18º capítulo. VOTEM & COMENTEM

        Mais tarde, irei dedicar o capítulo.

        Bjs <3 <3 <3

Poço da Escuridão {hiatus}Where stories live. Discover now