Baby Doll (Harry Styles) PT

Capítulo 32 - Lost

Harry's POV

Eu arrependo-me de ter deixado passar a oportunidade de gritar com o gajo. Mas quem raio é que ele pensa que é para passar a vedação? Que coragem! E o facto de a Thalia ter estado tão íntima e afectuosa com ele estava a levar-me aos limites. Ele era provavelmente o namorado dela. Ela nunca mencionou ter um. Diante da sua total falta de experiência nesse assunto, eu não pensei que ela tivesse um.

Mesmo que eles estejam juntos, quem é que lhes deu o direito de estarem tão apaixonadinhos no quintal da minha casa? Uma buzina soou de um Audi a zunir ao meu lado e eu contrapus com uma mil vezes mais alta, apesar de eu ser o único culpado. Eu passei um semáforo no vermelho. As minhas unhas batiam no volante enquanto a minha raiva aumentava.

A Sra. Jones do fim da rua já me tinha informado uma vez que ela tinha visto um rapaz a andar às voltas do meu complexo. Será que ele tem estado sempre por perto cada vez que eu estou fora? Será que a Thalia tem estado com ele este tempo todo? Tão confuso como é, ela ainda era minha propriedade. Ela estava a viver comigo. Ela era minha. Bem, pelo menos até esta tarde.

Ao contrário do que a Thalia supôs, eu não estive num 'encontro' hoje. Eu passei a manhã toda naquela lixeira imunda que é a casa que o Richard comprou. Eu tive de assinar tantos papeis e tive de esperar por lá para eles corrigirem o contrato – que merda absurda. Eu imaginei a Thalia a ser arrastada para o bordel, eu imaginei-a a chorar, não conseguia aguentar a ideia. Ela iria encaixar em qualquer lugar menos lá. Eu queria-a fora desta confusão o mais brevemente possível.

Durante a tarde, o contrato foi cancelado. O que o meu pai tinha dito sobre o contrato ser inalterável era mentira. Quando ele descobrir, ele provavelmente vai censurar-me e dizer-me que eu não fui homem suficiente mas eu não me podia importar menos com isso. A Thalia está livre. Deixá-la ir era a ultima coisa que eu queria, mas vê-la tão infeliz desvastava-me. Eu não queria que ele estivesse desta maneira. Eu não quero ser a causa da angústia dela.

Eu estava ciente de que a estava a magoar, tal como eu estava também a ser magoado. Ela não sabia disso, nem vai saber. Ela também não faz ideia que eu tenho passado as duas ultimas semanas a pintar um retrato dela e a aperfeicoá-lo. Ou pelo menos eu pensava que não. Ela esteve no meu quarto de arte. Talvez ela saiba agora que todos aqueles vislumbres que eu tenho tido dela não eram perversos, inúteis.

Eu tenho vindo a quere-la tão gravemente que começa a assustar-me. Eu penso nela mais do que o necessário. Eu quero tocar-lhe e beijá-la cada vez que a vejo. Eu cheguei ao ponto em que até o mais pequeno toque me dá uma grande sensação de satisfação. E de repente as outras raparigas parecem... desinteressantes. Isso assusta-me mesmo.

Eu não gosto do efeito que ela tem sobre mim, não gosto que alguém tenha efeito em mim. Mas este cresceu dia após dia. Não era suposto isto acontecer. O meu plano era passar na faculdade, casar com a Kaylee para que o meu pai se calasse e depois nadar em dinheiro, mais do que eu tenho agora.

Tudo ser-me-ia entregue numa bandeja de prata. Mas eu tenho tido diferentes pensamentos sobre o rumo para o qual a minha vida estava orientada. Isso já não me atraía como antes, mas eu decidi que essa era a escolha mais possível.

E eu precisava de deixar a Thalia ir, antes que isso se tornasse demasiado difícil.

Eu não fazia ideia para onde estava a ir. Eu só estava tão furioso que senti necessidade de sair. Eu encaminhei o carro para uma berma da estrada vazia e desliguei o motor. Eu suspirei pesadamente, passando os dedos pelo meu cabelo.

Eu não fui muito duro com a Thalia, fui? Mas porque é que ela deixou aquele rapaz entrar? Ela devia saber melhor, especialmente depois de eu a ter avisado múltiplas vezes antes. Eu disse-lhe que não queria desconhecidos na minha mansão.