O início

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─ Eu tenho nojo de vocês! DE TODOS VOCÊS! Então é assim, que os futuros heróis se comportam? Desde quando esse tipo de comportamento é um ato heroico. Eu estou cansado disso, da falsidade que essa sala possui. Ou vocês acham que eu não fico escutando as coisas que vocês dizem? O fato deu ser odiado por todos vocês, me faz ser um bom ouvinte... se não sou eu o insultado, vocês insultam os demais colegas e depois fingem que nunca falaram nada! Todos aqui são um bando de hipócritas nojentos! ─ parou um pouco para respirar. ─ Todos os dias que entro nessa escola, fico imaginando a quão horrenda a nova geração de heróis vai ser! Ver que pessoas como vocês ─ apontou para todos na sala ─ querem seguir esse rumo pra vida! Heróis ajudam! AJUDAM OS OUTROS! Enquanto vocês, fazem tudo menos isso! ─ apontou para um grupo de meninos em específico. ─ Vocês, é vocês mesmo! Acha que não sei como usam seus poderes para verem as meninas nuas dos vestiários? Ou até mesmo conseguir algumas vantagens com isso? ─ apontando agora para um grupo de meninas. ─ Enquanto vocês, utilizam o poder para ridicularizar as outras garotas, a ponto de transformaram elas em escravas!

Algumas pessoas começaram a encarar tais grupos um tanto chocadas com essas informações, afinal não era sempre que aquele tipo de informação era vazada. Até mesmo o professor estava espantado com as atitudes de seus alunos, ele teria que ter uma boa conversa com o diretor mais tarde pela conduta dos alunos.

─ Estou cansado de escutar em todas as aulas '' meu sonho é ser herói '' ─ fez um aspas com a mão e revirou os olhos com um olhar de nojo. ─ Onde suas ações são atos heroicos, qual é o problema de vocês? Vejo todos aqui fazendo bullying, não só em mim, mas em outras pessoas também! ─ Era um assunto delicado falar sobre o assunto já que ele sabia o quão ruim era passar por aquilo e tinha noção que alguns colegas, mesmo que esses fossem tão babacas quanto os demais, também sofriam aquilo.

─ Vocês comparam os poderes para ver quem é mais forte e quem não tiver um poder digno de sua atenção gloriosaaaa ─ zombou a ponto de aumentar a pronúncia da palavra. ─ Humilhados a ponto de se mutilarem ou até mesmo mudarem de escola ─ disse vendo o olhar chocado ao falar a palavra. ─ Oh, vocês não sabiam? Existem alunos aqui cheios de cicatrizes devido ao bullying que sofrem dentro dessas paredes e tenho certeza que nenhum de vocês se importa em saber que alguns alunos dessa escola já se mataram por isso... pela cara ridícula de vocês eu acho que não.

Algumas pessoas já estavam chorando ao escutar tais coisas, ninguém ao certo sabia o que se passava na cabeça de cada um ali. Culpa, remorso, dor e até mesmo raiva e aquela sensação de ser exposto a todos. Cada um estava sentido na pele aquelas palavras como se fossem um tipo de brasão em chamas sendo prensado na pele. Ninguém tinha noção de mortes e mutilações e aqueles que possuam tais cicatrizes ficavam assustados ao saber que seus segredos não estavam tão seguros e se perguntavam quantas pessoas ainda sabiam de tal informação, afinal não duvidariam que Izuku soubesse até mesmo os nomes dos que morreram e os que se cortam.

─ Não era o dever de vocês '' heróis'' ajudarem? Mas não... Hahaha. Vocês têm noção que a taxa de suicídio aumenta todos os anos? POR CULPA DE PESSOAS COMO VOCÊS, QUE FICAM OPRIMINDO OS OUTROS! Eu não vou expor os nomes aqui da sala, pois eu acho uma falta de educação e não tenho o direito de falar em voz alta, mas que fique claro para os demais que é culpa SUA cada novo corte e cada novo suicídio de cada aluno. Eu me pergunto como vocês conseguem dormir sabendo que estragaram a vida de alguém naquele dia, como conseguem rir ao ver uma pessoa no chão chorando completamente humilhada, deve ser prazeroso pois é a única explicação.

Deku se levantou, afinal estava sentado em cima de uma mesa no fundo da sala, como a sua era no centro não teria como falar todas aquelas coisas para todos estando no meio. Queria ver a cara de cada um deles, ver cada expressão e ver o quão nojento aqueles colegas de classe eram sua vontade era de conseguir dizer tais palavras para a escola toda, mas como não podia falava o mais alto possível para que todas as demais salas parassem e prestassem atenção em suas palavras.

Começo e fimOnde histórias criam vida. Descubra agora