Capítulo 11

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Ariane

- Eu falei sério quando disse que o mataria Ariane. - Aslam diz me deixando na porta da mansão, vejo que seu olhar é duro e cruel.

- Não será necessário, não o verei mais. - digo abrindo a porta do carro.

- Assim espero, não gosto de te ver perto dele. - mando um beijo no ar para Aslam e caminho em direção a mansão, quando eu entro observo a minha casa, seus móveis rusticos e escuros, a grande escada que leva para os andares superiores, quase consigo escutar a minha respiração, a casa está muito silenciosa. Caminho em direção as escadas com meus pensamentos distantes, pensando em o que posso fazer para afastar Enrico de Amana.

Quando chego no meu quarto, abro a porta devagar por estar distraída, sinto o perfume de minha irmã e a procuro, a encontro debruçada na janela observando o céu.

- Terei que mudar a fechadura do meu quarto? - digo a assustando. Amana me encara e coloca a mão no peito como se esse gesto acalmasse seu coração acelerado pelo susto.

- Não faça isso Ariane! Me assustou!

- Estava me esperando?

- Sim, claro! Fiquei muito preocupada contigo. Dante fez algo contra você? - ela vem em minha direção, pega minha mão e me leva para sentarmos na cama.

- Foi estranho Nana, nós jantamos, conversamos, ele demonstrou interesse em mim...

- Ele é um canalha! Ele tem noiva! - ela me corta e eu a encaro com um olhar mortal, primeiro por ela ter me interrompido e segundo por me lembrar desse detalhe.

- Vai deixar eu falar? - pergunto séria.

- Sim, sim! Continue. - ela sorri de lado como se tivesse me pedindo desculpas.

- Depois do jantar ele me levou para um local, um quarto e dentro dele conseguimos ver pessoas fazendo sexo! - desabafo com minha irmã, ela é minha melhor amiga. Amana arregala os olhos, parece que suas órbitas pularam para fora.

- Como assim? Você viu então? - ela pergunta curiosa.

- Vi, no início achei estranho e um pouco constrangedor, mas depois a curiosidade me invadiu.

- E como foi? Digo, a sensação, eu acho injusto a gente não saber nada sobre isso ate nos casarmos, nossos maridos com certeza sabem mais que nós, enquanto nós ficamos no escuro!

- Foi intensa a sensação, mas não por observar aquela cena, mas sim por estar com Dante. Ele me tratou tão bem, eu não entendi, nos beijamos. - Amana solta uma exclamação silenciosa, mas faz um sinal para eu continuar. - ele foi carinhoso por assim dizer, até Aslam me ligar, depois disso, seu comportamento mudou, ele ficou agressivo, eu enxerguei o monstro nele, ele queria me machucar..

- Ele tocou em você de um jeito que não deveria? - Amana pergunta assustada.

- Quase, eu gritei com ele e ele se afastou, peguei minha bolsa e sai correndo, não aguentaria ficar próximo dele mais, dei um aviso para ele não me procurar mais.

- Você acha que ele vai obedecer?

- Eu não sei na verdade, mas espero que sim, Dante queria brincar comigo somente. Acho que ele ja conseguiu o que queria. - sinto uma pontada no coração por ter sido tão burra e me entregado assim.

- Aslam te encontrou então? - Amana pergunta.

- Sim, ele me trouxe para casa. Mas me conte, como foi o jantar aqui em casa? - pergunto querendo saber se Enrico fez algo contra minha irmã.

- Depois que você saiu, Enrico foi para o escritório com Papa, quando o jantar ficou pronto fomos comer, mas os dois ficaram conversando sobre os ataques na costa, parece que os Bratva estão tentando entrar na Itália, Enrico disse que aquele ataque foi para nos desestabilizar e fazer a gente pensar que eles estão tentando entrar, enquanto eles estão aqui ja tem tempo. Fomos proibidas de sair da mansão sem avisa-los.

- Meu Deus!

- Papa está tão nervoso que assim que terminou o jantar ele se retirou para procurar Aslam, mas como não o encontrou, ele foi para o escritório, deve estar bebendo ate agora. - Amana revira os olhos. - E bom, Enrico ficou sozinho comigo. - ela sorriu.

- Ele te fez algo? - pergunto ja me levantando furiosa.

- Não! Ele não fez nada contra mim. Ele me chamou e me fez sentar em seu colo, o estranho de tudo que eu achei que ele iria me beijar pelo menos, mas não, ficamos um longo tempo assim, ele passava as mãos nas minhas costas enquanto pensava sozinho, ele não me disse uma palavra e eu ficava o encarando constrangida, depois de um tempo ele deu um beijo na minha testa e se despediu, desde então estou aqui te esperando.

- Ainda bem que aquele canalha não te machucou! Eu não quero que você se case com ele! Vamos dar um jeito, temos que convencer Papa, ele não pode deixar isso acontecer! - digo indo de um lado para o outro no quarto.

- Eu quero me casar com ele. - as palavras de Amana atravessa meu coração como faca.

- Porque? Ele vai te matar!

- Ele não vai me matar! Eu sinto isso! Pode parecer estranho mais sinto que esse casamento pode ser algo bom.

- Você está se iludindo Amana! Não existe algo bom com aqueles dois! Eles são uns demônios! Pare de pensar que você vai conseguir faze-lo apaixonar por você, porque eles não se apaixonam por ninguém! Só é capaz de amar quem tem um coração e eu duvido que exista isso no peito daqueles dois.- Amana me encara e posso ver que seus olhos brilham, ela quer chorar.

- Não fale assim! Você não sabe de nada! Pode achar que sabe tudo, mas não! Eu sei que você quer me proteger, mas eu posso me proteger sozinha! Eu quero isso e vou até o fim.

- Porque Amana? - pergunto segurando suas mãos. - Porque quer se casar com ele?

- Porque posso dar orgulho para o Papa. - solto suas mãos e sinto vontade de joga-la pela janela. Nosso pai nunca se importou de verdade conosco. Ele não merece isso. - Porque com o casamento fortaleceremos a Casa Nostra, você se esqueceu que a máfia vem em primeiro lugar? E também porque eu sinto algo por ele. Nós teremos que nos casar de qualquer jeito, eu tenho a escolha de me casar com alguém que posso ter sentimentos, não vou desperdiçar isso e você tem o Aslam, não sei como ele ainda não pediu sua mão para o Papa. - eu volto a encarar, estou furiosa demais para disfarçar meu incontentamento por essa decisão dela.

- Aslam é meu amigo, não tem porque ele pedir minha mão para o Papa, ele sabe que se fizer isso, eu corto a cabeça dele!

- Você pode ter ele como amigo, mas qualquer um percebe que ele é apaixonado por você. - ela sorri, Amana é tão meiga e romântica que procura o amor em tudo.

- Você não sabe o que fala. Agora se a madame não se sentir incomodada, poderia ir para seu quarto? Quero dormir. - digo já a empurrando para fora do meu quarto.

- tudo bem, tudo bem! Eu vou! - ela sorri.- mas o que eu disse é verdade! - quase a chuto e ela sai correndo. Vou para minha cama e me deito, muita coisa passa por minha cabeça me fazendo ficar exausta e cair em um sono profundo.

Continua...

Eu sei que prometi que os irmãos demoníacos iriam aparecer, mas surgiu um imprevisto e não conseguirei escrever mais desse capítulo agora. Sim, eu escrevo e posto no mesmo dia. Mas como promessa é dívida, hoje ainda postarei mais um capítulo com os dois.

Desculpe os erros ortográficos!

Boa leitura! Xoxo

MONSTROS ⚠️ MÁFIAWhere stories live. Discover now