53.

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JH.

Eu to perdido.

Eu tô na escuridão.

Eu tô com frio.

Eu quero acordar e voltar pro mundão.

Mas que porra eu tô fazendo aqui? Tô morto né, pq não é possível.

O pior de tudo é que eu escuto todo mundo falar comigo, matador, pk, bárbara, e principalmente a Manu.

Eu escuto atentamente tudo oque ela me fala, mas não consigo acordar.

Eu escuto os desabafos dela, eu escuto os choros, eu escuto ela falar o quanto me ama. E todo dia eu escuto a sua voz.

Eu posso não acordar nunca mais, porém morrerei feliz ao saber que ela me amou até meu último minuto de vida.

Eu preciso sair desse lugar.

Essa porra aqui não é o inferno, o tio lucifer não veio me visitar aínda.

Aqui também não é o céu, não tem nada de paraíso aqui.

Aonde eu fui me meter véi?

Eu escutava aquelas enfermeiras rindo de mim uma com as outras e falando que não vou acordar nunca.

Que a Manu é uma iludida.

Papo reto, nem quase morto nois tem paz! O buxixo rola solto.

Esperei o quarto ficar em silêncio pra ter certeza que não tinha ninguém aqui cmg.

O barato é louco, eu escuto tudo mas me enchergo sozinho na escuridão. Não tem uma luz aqui.

Se isso aqui é a pré-morte, não quero conhecer a morte tão cedo.

Comecei a pensar em todos os meus momentos com a Manu...

De quando beijei ela pela primeira vez no banheiro, de quando catei ela transando com aquele pinto de borracha.

Puts kkkk o jubileu que nos uniu.

Dela me dando um tiro e batendo naquela mandada lá. Dela dançando nos bailes e me fazendo ciúmes.

Porra eu amo essa mulher, eu não posso morrer e deixar ela livre pra esses pau no cu do morro.

Senti uma luz forte na minha direção, e pela primeira vez me vi com medo.

A luz se aproximava cada vez mais e quando me dei conta, eu abri o olho com tudo e comecei a tossir por causa do cano na minha boca.

Aquele maldito aparelho hospitalar, arranquei com tudo.

Preciso sair daqui despercebido, se não vão querer me deixar em repouso e eu preciso vê minha mulher.

Tirei os fios da minha véia, tranquei a porta do quarto e fui pro banheiro que tinha ali.

Tirei essa roupa do hospital e abri o chuveiro.

Aquele baile funk Onde histórias criam vida. Descubra agora