Fuck The Police - l.s

Epílogo

Dez Anos Depois

— Vamos lá, meu amor, papai está chegando e você precisa estar pronto, ok? — Harry disse enquanto tentava escovar os dentes do pequeno Charlie na sua frente, mas o bebê estava certo de que não podia se acalmar antes de desfazer cada cacho que caía sobre os ombros de seu pai.

— Papapapa… — Ele dizia repetidas vezes enquanto batia as mãos contra os cachos de Harry, que tentava escovar seus dentes. Eram apenas dois, mas o pediatra disse que precisava escovar. — Cabelo, papa...

— Charlie Tomlinson Styles, abra essa boca, por Deus! — Disse sério e seu tom de voz foi o suficiente para chamar a atenção do bebê, que o encarou por alguns segundos com seus enormes olhos azuis e depois gargalhou enquanto se jogava para trás, mostrando os pequenos dentinhos para seu pai. — Ótimo, continue assim e logo estaremos prontos. — Harry disse segurando a ponta de seu queixo e voltando a escovar os dentinhos na pequenina boca.

Após a guerra com Charlie na pia do banheiro, estava na hora de uma nova missão, vestir o bebê elétrico demais para ficar parado. Logo após o banho, Charlie fez questão de sujar a fralda e Harry precisou o trocar mais uma vez, apenas esperava que ele não se sujasse novamente em tão poucos minutos.

O ex-detetive parou em frente ao pequeno guarda roupa branco e o abriu, pensando em como vestiria seu bebê naquela noite especial. Era véspera de natal, mas naquela casa ninguém realmente se importava com isso, afinal, também era aniversário do papai Louis.

— O que acha desse, uh? Vai combinar com os seus olhos… — Harry disse enquanto puxava um suéter azul escuro com algumas renas de nariz vermelho. Olhou para seu bebê esperando que ele esboçasse alguma reação, mas ele estava entretido demais com os adesivos de bichinhos em sua parede. — Será esse, seu pai vai adorar. — Disse pegando o suéter e também uma calça jeans.

Enquanto vestia o bebê de apenas um ano e três meses, Harry cantarolava Because You Loved Me da Céline Dion e isso não podia trazer outra lembrança que não fosse o dia de seu casamento. Ele estava totalmente acabado, seus pés doíam de tanto dar atenção aos convidados e suas bochechas já estavam travadas naquele sorriso para a foto quando sua mão foi agarrada e ele viu Louis o encarando com o rosto cheio de esperança. O policial o chamou para aquela dança e desde então essa música se tornou tema para seus sonhos mais bonitos e absolutamente todos eles incluíam Tomlinson.

— You were my strength when I was weak
You were my voice when I couldn't speak
You were my eyes when I couldn't see
You saw the best there was in me… — Ele cantou, chamando a atenção de seu pequeno, que parou de bater as perninhas e o deixou colocar sua calça, distraído demais com a voz do pai para se opor a qualquer coisa. — Você gosta da Céline, meu amor? Assim como o papai, certo? Pode deixar, quando você crescer um pouquinho mais eu vou te levar a um concerto dela, você vai adorar. — Harry conversava com seu bebê enquanto encaixava o pequeno tênis em seus pés.

Colocou o bebê de pé e sorriu quando o viu pronto. Era a criança mais linda do mundo, ele tinha certeza.

Quando o casal completou dois anos de casamento, estava óbvio para todos como faltava algo naquela casa, ou melhor, alguém. Depois de muita conversa, decidiram que procurariam por um bebê para que pudessem adotar, mas toda a burocracia foi realmente exaustiva. Além de serem um casal gay, suas nacionalidades também complicavam as coisas, assim como seus empregos perigosos demais e ambos viram essa porta se fechar bem na frente de suas caras. Louis em especial entrou em um profundo estado de tristeza com a notícia, chegando a faltar com seus compromissos mais importantes, como seu emprego, por exemplo, e Liam, por ser amigo do casal, acobertou seus deslizes diversas vezes. Tudo parecia estar perdido até que Gemma finalmente se mudou para América e, ao ver a tristeza do casal, se ofereceu para ser sua barriga de aluguel caso estivessem pensando nessa opção e, obviamente, eles aceitaram sua ajuda imediatamente. No dia seguinte os três foram ao médico e começaram com todo o processo para que a fecundação ocorresse. Por ser irmão de Gemma, Harry não pôde doar os espermatozóides, então essa foi a função de Tomlinson e, dois anos depois, ali estava seu pequeno Charlie.