ANTEPENÚLTIMO

113 10 2
                                    

narradora

- Falar tudo o que pra mim? - Rose entra na cozinha sorrindo, junto com Renan. Quando ela vê a cara dos três que se entreolhavam, seu olhar fica sério - Aconteceu algo?
- Não, mãe, tá tudo bem. Só queríamos falar com você - Carol toma a frente - Vamos pra sala? Assim podemos nos sentar e conversar melhor, sim?

Todos afirmam que sim com a cabeça e vão para a sala do apartamento de Carol que já tinha se tornado o mundinho das duas. Cada um sentou em uma ponta do sofá, Carol e Day sentaram na ponta direita, o casal mais velho se sentou na ponta esquerda e Renan se sentou em um banquinho que estava em um canto da sala.
Carol logo começou

- Então, mãe, eu queria contar uma coisa pra senhora que eu já queria ter contado a um tempo.
- Pode  contar, filha - disse, com a voz calma e paciente, cruzando as pernas e se acomodando no sofá
- Eu conheci uma pessoa quando eu cheguei aqui que desde o primeiro momento me fez bem. A gente conversou, saiu e ficou. Essa história não começou como um conto de fadas, aliás está longe de ser um conto de fadas desses que passam na tv e filmes. Mas com essa pessoa eu me sinto A princesa, entende? Eu me apaixonei e isso nunca me aconteceu antes então eu sei o que eu estou sentindo. Essa pessoa me pediu em namoro e eu aceitei, é claro
- Que lindinho, filha! E quem é esse rapaz, posso saber?
- Então... Era aí que eu queria chegar. Não é um rapaz, mãe  É uma menina. Eu estou namorando uma menina e essa menina é a Day

Rose não mexeu um músculo, ficou parada olhando para as duas meninas sentadas ao lado. Mesmo tirando aquele peso das costas e se sentimdo muito mais leve, aquilo estava deixando Carol ainda mais nervosa. Ela esperava ver sua mãe gritar e chorar, dizer que ela era uma aberração. Carol não ligaria se ouvisse essas coisas pois ela já tinha se "aceitado" mas o fato de não ouvir e nem ver simplesmente nenhuma reação da sua mãe a preocupava muito. Fugia totalmente do que ela imaginava, ela não tinha noção alguma do que iria acontecer

- Mãe? - sua mãe nem a olhou - a senhora está bem?
-E-eu não sei - de levantou com uma mão no peito e a outra apoiada na mesa - Desde de quando? - disse ainda olhando para baixo
- Pouco tempo depois que cheguei aqui - a mãe de Carol finalmente a olhou mas seu olhar era de desapontamento
- O que? Caroline. Eu estou desapontada com você
- Mãe, por favor, eu sei que é difícil e tals mas tenta entender e aceitar...
- O que? Não não não, Carol. Eu não estou desapontada por você namorar uma garota, que isso. Te amo acima de tudo. Estou chateado por não me contar, viés já estão juntas a alguns meses e eu só fiquei sabendo agora, poxa! - Carol soltou o ar que prendia, aliviada com a reação da mãe. Sorriu pra Day e voltou a atenção para sua mãe - Olha, vocês até que formam um belo casal
Riram e se olharam, Day parecia um pimentão, já Carol se divertia com isso
- Não faça mais isso, sabe que pode confiar em mim.
- Ok, mãe. Eu te amo, sabia?
- Eu também te amo filha

As duas se abraçam e Carol se sente privilegiada. Parecia um filme romantizado. Ela sabe que a maioria dos casos de pessoas que se "assumem" para suas famílias não é essa maravilha toda. A maturidade e mente aberta que seus pais tiveram não é tão comum em outros casos e ela se sentia feliz por aquilo. Pensava o quão havia sido precipitada em pensar que a reação de seus pais seria a pior de todas, mas viu tudo cair por terra ao perceber o quanto sua família a amava. E ela os amava demais. Amava muito a Day. Amava tudo ao seu redor.

Carol viu sua namorada de aproximar, mais vermelha que antes se era possível. Day parou ao lado de sua namorada, coçando a nuca, escolhendo o que dizer

- É... Então eu posso... N-namorar a filha de vocês? - olhava para os pais da ruiva e quase tremia a ponto de não se aguentar em pé. Carol e seus pais, em um ato de pura travessuara, se entreolharam e combinaram em silêncio o ato seguinte.
- Day - começou a mãe da mais nova - você é uma garota legal mas... Não. Sinto muito
A morena gelou e paralisou, ainda olhando para a mulher a sua frente sem entender o que acabara de acontecer
Não conseguindo mais conter a risada, Carol cai na gargalhada e Day começou a entender o que aconteceu.
A mais velha sorriu sem graça e os outros riam junto a Carol

- É claro que apoiamos, Dayane - o pai da menor disse, acalmando o coração de Day
- ALELUIA! - o irmão de Carol entrou na cozinha, assustando todos - agora será que podem fazer meu cafezinho? - disse dando todos rirem
- Pra comemorar, vamos pedir apgumad pizzas, que tal? - Dayane sugere
- A-D-O-R-E-I a ideia, amor - Carol disse sorrindo e a última palavra de sua frase fez Day corar

Foram todos pra sala e Day já fazia os pedidos, 3 pizzas de calabresa e uma sem orégano pra Day, ela odiava.

Eles resolveram que as duas iriam descer para pegar as pizzas e assim fizeram. Entraram no elevador e foi quase que sincronizado o encontro de seus corpos num abraço.

- Eu te amo - Carol diz com o rosto no pescoço de Day

- Eu também te amo, baby - Day selou seus lábios com os de Carol

O destino estava ao lado delas e isso era visível. Elas foram feitas para ficar juntas.

Nosso Melhor ClichêWhere stories live. Discover now