O Que o Espelho Diz - A Rainha da Beleza Livro II [NÃO REVISADO]

XI - Carvão e Metal

-O que vocês acham que isso significa? – grunhiu uma voz de homem, oscilando de algum lugar entre a minha direita e a minha esquerda, seja qual fosse cada uma delas – Esta não é a garota que ela mandou pegarmos!

-Não? – perguntou um segundo homem – Parece bem parecia para mim. Loira, magra, alta. Até o vestido é o mesmo da foto.

-Está é a noiva do rei, seu imbecil – o primeiro homem grunhiu – A maldita futura rainha! Ela não significa nada, até estar casada com o rei!

-Se está mesmo tão preocupado, podemos leva-la de volta e pegar a outra esta noite – o primeiro homem falou despreocupado, enquanto o som de varias coisas se quebrando soou por toda a sala – Agora você está fazendo uma cena.

Engoli em seco, o mais devagar e silenciosamente que conseguia. Não abriria os olhos, decidi, mesmo que a curiosidade insistisse para que eu o fizesse.

-Você é imbecil ao ponto de acreditar que ninguém dará pela falta da porra da noiva? – o primeiro homem gritou – Que estarão festejando a noite inteira, esperando para que nós entremos, a larguemos e peguemos a outra?

-Eles são um tanto o quanto estúpidos, se quer minha opinião...

-VOCÊ É O ÚNICO ESTÚPIDO NESTA SITUAÇÃO – gritou o primeiro homem, quando uma porta abrir – E VOCÊS...

-Abaixe o tom de voz - grunhiu uma mulher que parecia causar um tremor na casa ao se mover por ela – Guarde para seus amigos lá fora. Colin coloque estas madeiras no fogo, está casa está um gelo. Vocês dois, para fora, já fizeram o bastante por hoje.

Os passos duros dos dois homens se afastaram. Em outro cômodo, eu ainda sentia a mulher pisando de um lado para o outro e havia outra pessoa, correndo pelos cômodos – uma criança, talvez.

Arrisquei-me, abrindo um olho primeiro e me controlei para não gritar ao encontrar uma pessoa que eu sequer ouvirá antes me vigiando.

Ele deu um aceno com a cabeça – Boa noite.

Pisquei algumas vezes, gravando os detalhes do rosto que me encarava. Ele tinha a pele ainda mais escura do que Nisha, da cor da terra quando já está encharcada em um temporal. Os cabelos eram presos em duas tranças presas à cabeça, quase simetricamente. Ele ergueu uma sobrancelha – Vossa alteza.

Balancei a cabeça, negando. Havia algo desconfiado em seus olhos, mas quase gentil para alguém que havia me sequestrado.

-Certo, ainda não está casada – ele colocou uma folha na boca e começou a mascar – Roxana! A garota!

-Pare de gritar menino – grunhiu a mulher, voltando com seus passos pesados – Olhem só. A princesinha está acordada.

-Está ferida – o homem falou, gesticulando com a cabeça. Olhei para baixo, para a lateral do meu estomago. Ele estava provavelmente certo. Uma mancha de sangue seco alternando do vermelho ao marrom me marcava.