09. me ajuda?

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Guilherme:

Estraguei tudo, mais uma vez eu fodi com a porra toda.

A mina nem beijar tava acostumada ainda, e eu já fui logo colocando ela no meu colo. Um vacilo atrás do outro.

O pior é que ela é incrível, ela só quer viver, mas tem medo das coisas.

Subo pra laje dá minha casa e bolo um, fico na brisa e meu radinho toca.

-Ai parceiro a vó e a tia do Miguel sofreram um acidente ali perto da ponte.

-Deixa morrer, elas tão querendo me tirar a guarda da minha cria esqueceu? Se bobear você ainda manda alguém ir lá e metralhar a cara delas. Duas mimada, uma velha e uma menina que não tem absolutamente merda nenhuma pra fazer na vida.

-Guilherme- a Voz dá Alice falou atrás de mim

-Calma aí parceiro, fica na atividade, Jajá eu te ligo passando as ordens

-Jae, fica ativo na voz aí, qualquer parada eu te aviso- ele desligou o microfone.

-Sou a voz mina

-Pensa no Miguel, talvez ele queira conhecer a família da mãe dele, não faz nada que tu possa se arrepender depois.

-Jae morena, tá melhor já?

-Já, foi mal, vacilei, é que eu acho que todo mundo que me toca é ele, e lembrar dele me tocando e alguém me tocando me faz ficar toda emotiva, ainda mais com dois bebezinhos aqui dentro.

-Eu tô ligado pô, mas eu sabia que tu ia se machucar.

-Me ajuda?

-Com o que? - pergunto

-A superar esse medo bobo.

-Não é bobo, eu te entendo, eu tenho mó medo de perder o Miguel. Eu que criei ele sozinho, sem a ajuda de ninguém, ele com 4 anos já sabe a realidade, já sabe como funciona a morte, sabe de tudo. Ele é mais forte do que um monte de criança que fica pensando que morte é uma viajem.

-Tu tirou a inocência da criança Gui

-Tirei nada, se eu não falasse em casa ele ia saber na escola. Tem terror nenhum não, ele já tá crescendo sabendo os mandamento.

-Se você diz.- ela fala e senta do meu lado observando o morrão, quando percebo que ela tá com cara de cu, eu apago o baseado por que isso da mó enjôo em grávida.

-Eu te ajudo.- falo do nada e ela me olha surpresa.

-Jura?- pergunta e eu assinto- aí meu deus- ela me abraça- mas tipo, como vai ser nosso lance? Não quero tu com as outras mulheres não, isso só vai piorar a minha situação.

-Vamos fazer assim, eu solteiro tu solteira, nois testa, 1 mês, se nesses um mês tu se sentir segura comigo eu largo tudo e fico só contigo.

-Só se tu largar a vida de putaria, quero sofrer não..

-Se considere especial, vou testar, eu sou teu e tu é minha. Jae?

-Jae.

Nos beijamos mais uma vez e quando começou a ficar quente ela saiu de novo, passei a mão nos cabelos nervoso e peguei o radinho conectando com radinho do pessoal da barreira.

-Oh, visão pra geral aí, as mocréia azeda sofreram acidente perto da ponte, ferrem com o carro e traz as duas pra ca, quero torturar- a Alice me olha com repreensão- cao, só dá uns susto nelas antes dos cana e a ambulância chegar

-Jae chefia, relaxa que teu moleque daqui dá favela não sai, e as vadia lá vão ter tudo que merece e tem direito, que tu acha de cortar o braço escrevendo " fique longe do Mi" em código, e avisar quando elas acordarem no hospital que se continuarem vindo no morro vai ser pior.

-Isso aii, e tira as unhas também, e depois joga álcool.

Alice me deu um tapa e eu ri.

-faz as tortura pra mim aí.

-Jae, atividade aí patrão, Jajá o povo ta brotando na boca principal querendo comprar, Jajá amanhece.

-Jae grego.

Desligo o microfone do radinho e a Alice começa a falar um monte.

-Botou eles pra torturarem os parentes da tua mulher porra.

-Caralho, elas que fizeram a Laís ficar contra mim, se não fosse elas terem me separado dela, ela ia saber que tinha invasão seria e não teria saído pra tentar me proteger. Ela ia tá viva agora. E por culpa delas, ela não tá. Então não vem me falar de certo ou errado não, nois tava mó de boa até agora mermo e agora tu tá vindo com essa?

-Desculpa- ela olha pra baixo e começa a chorar baixinho

-Ah Alice, pode parando porra, gosto de vê gente que eu gosto mal não, só que dos assuntos do meu filho e a guarda dele eu cuido.

-Ta bom, vai dormir pô, daqui a pouco tu tem que ir pra boca, e tu não dormiu ontem por causa da invasão.

-Eu não sinto sono não po. Vai lá dormir que não é so tu não, se quiser pode dormir junto com o Miguel, no quarto de hóspedes, ou no meu quarto sem malícia nenhum.

-ta bom- ela disse saindo.

-Ta esquecendo de nada não?- pergunto fazendo biquinho e la volta e me da um selinho e sai de novo.

-Acho bom

Acendo outro e volto a pensar. Renunciei dá vida de putaria por um garota que eu não conheço não tem nem 1 mês, renunciei minha vida só pelo jeito dela que sempre me cativa desde a primeira vez que eu a vi.

Não sei se vou conseguir fazer ela feliz, eu não sou essa pessoa que ela pensa que eu sou.

Eu vou machucar ela, como sempre machuquei as pessoas que eu amo

Mas não custa tentar essa ideia maluca né?!

A fugitivaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang