O Pai

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Mas... que porcaria.

Quem diabos é Kyungsoo e porque Cérbero dá tanta atenção a ele ? Quanto a mim, se Cérbero pudesse me matar, ele matava.

E Jongin, então ? Ele parece o Namjoon quando tentava conquistar o Seokjin, se arrasta para todo e qualquer canto dizendo que Kyungsoo é a maravilha do mundo. Do mundo dele, só se for.

Estávamos na grande sala, eu usando pijamas enquanto estava sentado no sofá, a cobra de Jeongguk enrolada em meu braço, enquanto Jeongguk usava uma calça social preta e um colete de couro preto, nada além disso, sem contar com as inúmeras jóias.

Kyungsoo havia trago Cérbero para casa depois de alimentá-lo, e Jongin precisava conversar com Jeongguk sobre negócios.

Sinceramente, eu ainda sou um merdinha curioso, mas não preciso saber que negócios são esses.

Vernon, a cobra, também era cuidada por Kyungsoo, mas ela havia gostado de se enroscar no meu braço ao invés de ficar com ele e Cérbero.

- Precisamos falar sobre a última alma que chegou. - Jongin conseguiu minha atenção, enquanto eu acariciava a bela cobra negra.

- Última, não. - Kyungsoo o corrigiu. - Chegaram mil depois dessa. Pessoas morrem a todo momento.

- Agradeça. É com a alma e tesouro deles que você consegue tantas coisas. - Jeongguk retrucou, se sentando ao meu lado no sofá, as mãos agarrando meus pés para os deixar em seu colo, e então começou uma massagem neles. - O que querem, afinal ?

- Quem é esse ? - Kyungsoo apontou para mim, Cérbero rosnando para ele no processo. - Cérbero, garoto, não se anime. Você gosta dele, lindo garoto ? Oh, meu lindo garoto gosta do loirinho.

Ele está de quatro pelo cão, devem saber. Pelo menos, Cérbero continua achando que sou dono dele e que deve me proteger enquanto viver.

- Kim Taehyung. O meu Kim Taehyung. - Jeongguk respondeu, sorrindo. - Ele tem meu fogo, e seu medo conquistou o coração de Cérbero.

Arregalei os olhos, chocado. - Medo ? Eu não tenho tanto medo de Cérbero assim. É só um pouco...

Mentira, eu morro de medo dele. Apesar de que, estar com Jeongguk me passa sensação de segurança, o que me faz ficar sempre de maneira debochada e grande, perto dos outros, mas eu ainda sou eu mesmo, só que agora com uma pitada de deboche.

- Prazer. Sou o Taehyung do Jeongguk. -  Comprimentei-o depois de Kyungsoo terminar de bajular Cérbero. - Você é Kyungsoo. Jeongguk me contou sobre você, e sobre você também, Jongin.

Jongin sorriu pra mim. - Prazer em te conhecer. Não parece uma alma ruim o suficiente para vagar por aqui.

- Ele pode ser um mau garoto. - Jeongguk piscou pra mim, e eu ri, voltando minha atenção para os outros. - Me digam o que querem de uma vez, estou esperando visitas.

- Devia suspeitar, já que Apolo, O Corvo não está aqui. - Kyungsoo apontou para a grande gaiola dourada do corvo, que eu tinha tirado do quarto e posto na sala.

Fizemos coisas que ninguém merecia ver. Brincamos de lutinha.

E eu não estou nem brincando.

Jeongguk pareceu se lembrar de algo e então apertou meu pé, atraindo meu olhar. - Seu pai está morto.

Franzi o cenho. - Sim. Eu te contei sobre isso ? Ele está aqui ?

- Sim. Está preso. - Jeongguk respondeu, mantendo o contato visual. - Você quer falar com ele ?

- Eu quero. - Respondi. - Você o machucou ?

- Eu não toquei nele. - Jeongguk não parecia estar mentindo, e eu confiava nele, então ele olhou para Jongin. - Você tocou nele ?

- Sim. Eu só iria atormentar até que ele estivesse cansado, mas ele me mordeu e chutou. Então eu machuquei ele. - Jongin não pareceu se abalar nem quando eu olhei chocado em sua direção.

- Lamentável, Jongin. Um velho todo caído conseguir acertar você. - Kyungsoo suspirou alto, negando com a cabeça.

- Esse não foi o problema, nós que trabalhamos para Hades, não suportamos toques em público. - Jongin me encarou. - No meu caso, não gosto de toques.

Jeongguk também não suportava toque de estranhos, então aquilo não me surpreendeu. Eu só queria ver e falar com meu pai, porque eu precisava falar com ele.

- Eu vou te levar até ele. - Jeongguk se levantou. - Você precisa fazer isso sozinho, eu te espero do lado de fora.

Ao chegar no lugar em que meu pai estava, acorrentado, meu coração se quebrou e aquele sentimento ruim se apossou de mim de novo, pela primeira vez desde que eu tinha encontrado Jeongguk.

Ele estava no escuro, mas eu carregava um tocha comigo, enquanto outros dois traziam mais tochas para iluminar o lugar.

Jeongguk tinha um exército de almas, ele era o rei, o Deus. Seu exército o seguia para qualquer lugar que fosse, porque não tinham almas e nem famílias, estavam mortos. Agora, seu exército me segue e me respeita também, porque desde que eu esteja com Jeongguk, todos ali eram meus e estavam comigo.

- Pai. - Chamei, depois que os soldados saíram. - Machucaram você ?

- Taehyung. - Sungmin me encarou, os olhos transbordando em lágrimas. - Seu moleque atrevido ! Como ousa aparecer aqui, como ousa ? Você mandou me prenderem, não foi ? Você quer acabar comigo ! Você quer me matar como matou sua mãe, seu desgraçado ?

Choque atravessou meus olhos. Me lembrei do porque eu não o visitava, do porque de eu não ter o procurado, do porque de eu não ter me desculpado, foi porque ele não merecia, foi porque eu não estava errado, foi porque a culpa não era minha, nunca foi minha.

Ele se destruiu e destruiu a minha família, as pessoas que eu mais amei na minha vida.

- Você matou a minha mãe e a minha irmã. - Tremi, as mãos fechadas em punho. - Você as matou, e você sabe disso ! Mas você sempre quis culpar alguém em seu lugar, mas você é um monstro, pai ! Você nos destruiu e acabou com a minha família !

Respirei fundo, e então continuei.

- Você merece estar onde está agora, pai, e quer saber mais ? - Sorri, com raiva. - Se depender de mim, Kim Taehyung, o homem de Hades, você vai ter preferido ser torturado e morto, do que vagar pelo inferno, porque aqui, sua vida é minha, e ela vai ser muito, muito ruim.

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Peraí

Até a próxima metades da minha uva  :3

Ilha de Afrodite; ᵗᵃᵉᵏᵒᵒᵏWhere stories live. Discover now