Eu, vampiro

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  Eu agora era um vampiro.

Um ano e três meses depois e ainda me sentia meio estranho com tudo aquilo, mas eu tive muita ajuda, uma mulher maravilhosa do meu lado e as coisas ficaram mais fáceis.

Vou explicar do começo.

Sou um idol koreano, meu grupo era agora popular em muitos cantos do mundo e adoramos fazer o que fazemos. Música, shows, e incentivar as pessoas a gostarem mais de si mesmas e não se rederem ao sistema dos adultos. A vida adulta podia destruir uma pessoa. Eu sou rapper, um músico, um cara até que idealista... No mundo humano.

Sim, mundo humano, porque no mundo dos noturnos eu era um vampiro recém transformado de uma das mulheres mais poderosas de toda as raças.

Natacha Craiova.

Uma mulher única que eu amava intensamente. Ela era minha consorte, minha mulher, a pessoa que eu adorava de paixão e era uma lady em seu mundo também, o que me fazia um lorde, o que me fazia ficar sempre nervoso a cada vez que eu ia para a mansão da família.

Não que eu não fosse bem tratado lá porque eu era e muito. A bem da verdade fiz amigos maravilhosos no círculo íntimo da minha Nat. Desde que fui transformado e precisei aprender tudo o que recém transformados aprendiam em um ano, em um mês – tinha agenda a cumprir e não podia deixar meus membros na mão por mais de trinta dias – eu tive a ajuda de todos, do meu sogro, do esposo dele, Kyung, do outro marido do Kyung, um guerreiro da raça, do meu cunhado super gente fina e seu marido, Tao, a pessoa mais louca e divertida que eu já conheci, do Min, amigo da família e esposo do tio da Nat, o senhor Kasarov e até mesmo dos dois vizinhos deles, Up e Zelo, também vampiros. Up era um transformado há mais tempo que eu, contudo sabia bem do que eu precisava para me manter racional e no controle. Ele tinha me ajudado e muito no processo.

Kyung, Tao, Min, Up, Zelo e eu éramos de certa forma os "ômegas" dos poderosos do reino vampiro e eu entendi aos poucos o que ser um ômega entre eles significava. Eu não era uma pessoa frágil, nunca fui, mas não negava que ser protegido daquela forma e ainda mais em um mundo que eu caíra de paraquedas e precisava encontrar meu lugar nele, não fosse meio que aliviante e tranquilizador. Embora as raças noturnas vivam entre a humanidade, é como um mundo em separado e eu podia sentir isso mais forte quando me transformei. Dividíamos o mesmo planeta, mas vivíamos em realidades muito distintas.

Eu fui o último dos meus membros a entrar de vez nesse mundo, Yoon e Seok já estavam neles, eram consortes e maridos da princesa dos vampiros, Tae era consorte de uma das bruxas mais poderosas e Kook, Jin e Jimin amigos de outra bruxa. Eu é quem conheci Nat por último e ela soube no mesmo segundo em que nossos olhos se cruzaram, que eu era dela, e foi questão de pouco tempo para ficarmos realmente juntos, não do jeito que queríamos, mas agora de um jeito que seria mesmo para sempre.

Eu estava feliz, ainda que deslizasse de vez em quando no controle da minha nova natureza, mas passava tranquilo por quem eu era antes, não era como se a vida de K idol lhe desse muito tempo para comer ou dormir e agora definitivamente eu não comia mais comida humana, que aliás me embrulhava o estômago só em ver. Mas os membros tinham me ajudado muito na adaptação também, eles me cobriam quando era necessário, me ajudavam quando eu perdia um pouco da concentração, devido aos meus sentidos agora extra sensoriais e afinados, podia ouvir tudo dez vez mais do que quando era humano, cheiros, sons, sentidos, tudo estava ampliado e me distrair ainda era um problema.

A prática de meditação do meu cunhado me ajudava naquilo e quando a meditação falhava, os membros estavam lá para me trazer de volta a realidade.

O pior eram os cheiros que as vezes me fazia esfomeado, mas ao menos não oferecia risco aos meus amigos, afinal a natureza era uma espertinha, humanos que tinham contato constante com qualquer noturno de qualquer raça, não se tornava cheiroso de um jeito como comida para um vampiro, com marca ou sem, naquele mundo eram nomeados de humanos livres e não atraiam os instintos de fome de um vampiro. Ou seja, era cheiroso de um jeito agradável e só.

The Craiova'sWhere stories live. Discover now