Segunda Jornada: Ataque ao Oásis

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Em meio a escuridão da noite, alguns estrondos de canhões foram escutados por toda a cidade, pessoas gritando e casas caindo envolveram a cidade, um ataque dos francos estava acontecendo, Anqtitte levantou e se dirigiu até a janela.

Alguns soldados francos estavam em frente ao estabelecimento que visitou mais cedo, A Jóia de Jahi, ela não entendia o que estava acontecendo, até um dos soldados gritar "Devolvam a jóia ou esta cidade virará pó!". A jóia, no momento, estava nas mãos de Husaam, nada ela poderia fazer, mas também não se importava muito com a cidade.

Os francos conseguiram rastrear a jóia por meio de cães farejadores, devido a distância não muito longa do local de roubo da jóia.

Anqtitte, vestiu seu capuz e tapou sua face com uma bandana, deixando apenas seus olhos visíveis, Anqtitte é ciente de suas capacidades, mesmo se quisesse, a cidade não seria salva por ela, e se Husaam não entregar a jóia, ela não duvida que seria morta, logo, iria abandonar a cidade.

Ela colocou suas mãos pela janela que dava ao celeiro dos animais e saltou, caindo em cima do telhado do celeiro, este o qual tinha a forma de um "L", se visto por cima. Anqtitte andou pelo telhado até onde seus lagartos emplumados, ou, dinossauros, estavam, com uma acrobacia, entrou onde Anippe estava.

A enorme animal de dois metros de altura e quatro metros e meio de comprimento, temida por muitos, estava cochilando ao lado de um balde de carne. Anqtitte reparou em algo estranho, atrás das costas de Anippe, havia algo dourado claro, um pouco próximo de branco, era cabelo, cabelo loiro, essa tonalidade só é encontrada em Euradia.

Anqtitte se aproximou, ali estava uma mulher em torno de vinte anos, com a pele extremamente pálida, nariz um pouco avermelhado e apresentava olheiras, ela vestia roupas para o frio, uma espécie de paletó negro e uma camisa social branca por baixo. A noite, faz frio no Deserto de Jahi, mas de dia, ela passaria mal.

Anqtitte assobiou, acordando Anippe, que se afastou da mulher, Anqtitte se aproximou, desabotoou o paletó e levantou levemente a camisa social, dava para ver as costelas da mulher, de tão magra.

— Deve estar sem comer a dias. — Anqtitte passou as mãos na costela da mulher e em sua barriga.

Anqtitte assobiou novamente, Anippe se aproximou, ela tirou uma espécie de tigela da sela de Anippe, algumas folhas, vegetais e frutas, pegou água de um bebedouro para animais e bateu com um pedaço de madeira arredondado, também retirado da sela de Anippe, colocou uma espécie de carne ressecada e bateu novamente, o produto dessa mistura não é atraente, muito menos saboroso.

Anqtitte virou a cabeça da mulher para cima, que estava acordada, mas incapacitada, e abriu sua boca, foi entornando a mistura na garganta lentamente e cuidadosamente para a mulher não engasgar.

— Consegue falar? — perguntou Anqtitte após ter terminado de entornar a mistura.

A mulher engoliu o resto que faltava.

— Sim... — murmurou a mulher.

— Qual seu nome e de onde vem? — perguntou Anqtitte.

— Sou Louise..., venho de... — a mulher desmaiou

— Tsk! Vou levá-la, talvez ela venha a ser útil. — Anqtitte irritou-se levemente.

Anqtitte saiu do celeiro de Anippe e foi até Akar, este que estava de pé e disposto.

— Akar, você vai carregar peso hoje! — gritou Anqtitte enquanto puxava Akar, tirando-o do celeiro.

Ela levou Akar até onde estava Anippe e Louise. Anqtitte pegou a mulher em seus braços e a carregou, colocando-a em cima de Akar e amarrando algumas cordas nos braços e pernas da mulher, prendendo-a no lagarto, impedindo que ela caia, enquanto desacordada. Anqtitte montou em Anippe.

Na saída dos celeiros para o deserto, haviam dois soldados, para impedir que nenhum cidadão fugisse. Eles estavam conversando entre si, portanto, não perceberam Anqtitte e os dois dinossauros.

Os dois soldados ouviram e viram os dois animais correndo, mas, não tiveram tempo para reagir, Akar acertou uma cabeçada no soldado mais a esquerda e Anippe conseguiu abocanhar parte do outro soldado.

O grupo, em disparada, saiu da cidade e rapidamente chegaram no deserto, era possível ver um outro animal correndo também, devido ao rastro de areia deixado, este era mais lerdo e estava distante, cabeças-de-chapa-espinhenta e bocões são dinossauros extremamente velozes, chegando rápido no outro animal.

O animal era um lagarto quadrúpede possuía três chifres, dois em cima dos olhos e um próximo de seu bico semelhante ao de uma ave, em sua cabeça há uma enorme placa que funciona como proteção e também para assustar predadores, tendo imitações de olhos "desenhadas", o animal era predominantemente bege, se assemelhando a areia, a espécie é chamada de lagarto touro, este é encontrada comumente em manadas, porém, sobrevivem bem sozinhos. Um velho corcunda estava montado no lagarto-touro, Anqtitte o reconheceu, era o responsável pelo celeiro, o qual abandonara alguns minutos atrás, Anqtitte se aproximou do lagarto-touro e ordenou que Anippe e Akar permanecessem no mesmo ritmo dele. — Fugindo também, velhote? — Anqtitte gritou para o velho. — Aaah! Se-senhorita Anqtitte! — o velho assustou-se. — Sabe se virar no deserto? — perguntou Anqtitte. — Nã-não, vo-vou ir correndo até a próxima cidade que. Que encontrar! — exclamou o velho. — Venha comigo, a próxima cidade é bem longe daqui, aqui perto há um rio, é um bom lugar para descansarmos até amanhã. — explica Anqtitte. — Uh! Vo-vou te seguir! — disse o velho. Anqtitte ia um pouco a frente, protegendo o velho. Em torno de duas horas, o grupo chegara ao rio, havia fauna e flora em suas margens e é uma região um pouco mais fresca.Anqtitte montou uma espécie de cabana e guardou seus equipamentos ali dentro, desamarrou Louise e a colocou no chão da cabana, o velho dormirá do lado de fora. — Seu lagarto-touro deve estar com sede, não é? — Anqtitte se posicionou na frente do velho. — Si-sim, ela não está-tá, acostumado a looongas distâncias. — disse o velho descendo do lagarto-touro com a ajuda de sua bengala. — Certo, certo, cuide da cabana, vou levar os 3 pra beber água. — Anqtitte estendia a mão para pegar a corda do lagarto-touro. — Nã-não! Maria é muito, muito, muito tímida, ela só obedece a mim! Vá primeiro depois eu a levo. — exclamou o velho, Maria era o nome do lagarto-touro. — Certo, ali na frente a alguns bicos-de-pato, amanhã podemos caça-los. — disse Anqtitte, enquanto caminhava com a companhia dos dois dinossauros. Bicos-de-pato é como os hadrossauros são chamados popularmente. Anqtitte levou os dois até as margens do rio, com cuidado para não acordar nenhum dos bicos-de-pato, Anippe apesar de ser uma carnívora, não avançou em nenhum dos bicos-de-pato. — Ah! — Anqtitte suspirou. — esse dia foi bem cansativo, mas acho que vamos descansar agora. — Anqtitte passou a mão nas penas da cauda de Anippe. — Anippe, o que você acha de um companheiro, quem sabe vocês têm alguns filhotes, seria bem interessante. — Anqtitte fala casualmente com seus dinossauros. — E você, Akar, vou encontrar uma fêmea para você, ela vai ser bem bonitinha, confie! — Akar emitiu um som melancólico, o lagarto ainda estava triste por ter perdido sua companheira. De longe, onde a cabana estava, foi possível ouvir o velho gritando por socorro. — Velhote?! — Anqtitte começou a correr até a cabana, acompanhada dos dois dinossauros.

Penas e AreiaWhere stories live. Discover now