Chaos

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Point Of View Thor

Os ventos denunciavam uma tempestade temida no reino Asgard. Todos que ali viviam ficaram pasmos com o som dos raios ensurdecedores. Estava irritado como nunca. Urrei ao longe querendo matar qualquer um. Moradores de Asgard foram brutalmente mortos, e os rastros tinham cheiro de magia, mentira, e trapaça. Loki novamente. Mais uma decepção para a lista. Não entendia todos os feitos do meu irmão, nem seus objetivos, e nada disso dava certo. Era apenas por querer chamar a atenção de todos? De fato Loki se sentia invisível e pouco reconhecido. Mesmo com isso, nunca entendi por quais circunstâncias gostava de espalhar seu ódio. Será eu… O erro? Depois de tanto esbravejar minha raiva, caminhei a meu pai esperando consolação afetiva.

— De novo meu pai. - Com contragosto fui perto do trono de Odin visivelmente cansado, com a cabeça baixa. - Loki decepcionando novamente. Quantas chances demos a ele? Estou cansado disso.

— Seu irmão não compreende que mesmo sendo filho adotivo, ainda sim, é muito amado. - Dizia em tom neutro - Não o condene Thor. Sei que errei ao omitir sua verdadeira origem.

Desta vez cogitei desistir do irmão pelo qual tenho tanto apreço e amor. A mágoa branda em meu peito machucava, mas de nada adiantava o sofrimento, Loki nunca sentiu pena de me ver em pedaços. Se é porque traz a devastação…  nem tanto. A dor se dava mais por sempre acreditar na regeneração e de nada adiantava. O retrocesso vira. A discussão. Mais punições, e nada do Deus da trapaça aprender.

Queria mesmo desistir, mas meu sentimento nutrido durante anos impedia, e controlava-me por completo. Imaginar Loki longe doía mais do que seus golpes de feitiço. No fundo, jamais quis vê-lo se tornar isso.

Deixei o rei e rumei a algo que precisava fazer.

Poderia dizer que tinha o que mereceu, mas nada disso passava pela minha cabeça, pelo contrário, esperava que pudesse mudar e se tornar bom, como sempre almejei.

Mesmo quando a aparência demonstra estar numa espécie de anestesia; nada sente ou reclama, sabia que sofria. Loki é vítima de si mesmo.

Nunca havia tido esta sensação de vazio. Só fora preenchida quando decidi andar em direção aos corredores onde leva a masmorra. Lá é confinado todos que desobedecem nossas leis. Odin é sempre muito duro quanto ao que é correto. Para que eu pudesse entrar tive de burlar a regra de meu pai.

Ordenei ao guarda que me deixasse ver Loki. Este protestou, mas, o encarei de forma ameaçadora e entrei no local.

Point of View Loki

Pensei em todas as coisas que fiz por raiva e ódio. Nunca me arrependi de nada, muito menos larguei meu orgulho para dar ouvidos aos sermões de Odin, que são sempre discursos patéticos de boa ética. Deveriam ter tido consciência quando mentiram na minha face de que fazia parte desta família ridícula. Quanta pretensão. Nunca reneguei a criatura que sou. Esconderam minha origem como se fosse a pior de todas. Asgardianos são desprezíveis pessoas que vivem numa redoma de vidro coberta por falsos moralismos e boas normas. Sinto ânsia de vômito ao pensar. Só nunca quis o mal de Thor. Por mais bobo que possa ser, não existe ninguém mais que realmente se importe além dele. Além do Deus do Trovão.

Enquanto pensava nele, ouvi o estrondo da porta ser aberta e fechada com violência. Thor vinha na minha direção pisando firme e com os olhos fixos em mim. Parecia estar fulo da vida.

— Loki. Como ousas tirar vidas inocentes para inflar esse teu ego? - De nada adiantava falar. Clemência nunca fez parte do meu pacote de qualidades. Todas as quais o Deus preferido tem. Olhei sem reação alguma, vendo-o se agachar próximo a mim, irritado. Havia o decepcionado, é evidente. - Podes me dizer por quê? Todo amor que te ofereço não é suficiente, Loki? - Gritou - Ri ácido, evitando demonstrar pena.

— É sua raiva que me alimenta, Thor. - Sussurrei, quando os dedos grossos agarraram meu colarinho com violência, apertando, sem me enforcar.

Meu irmãozinho tinha medo de machucar-me. Gosto da super proteção de Thor.

— Egoísta! - Brandou.

— Mesmo assim está aqui, querido irmão. - Frizei.

— Deveria desistir, Loki, porém, o amo demais e não consigo.

— Sei o quanto me ama, irmãozinho. - Provoquei ao roçar meus lábios nos seus.

Mal sabe ele que toda as travessuras são feitas em nome de sua atenção.

Point Of View Thor

Loki é venenoso. Sabe perfeitamente os pontos fracos quem me desestabilizam. Tocá-lo é um deles. Quantas noites não nos aventuremos escondidos no quarto, de formas proibidas… Fora tantas. O Jontu foi sempre quem provocou as ações, enlouquecendo-me. Por ser tão observador, sabia do amor nada fraternal que nutri a ele. Os sonhos à noite. Os gemidos que ecoavam em minha mente, imaginando-o junto a mim.

Me tinha em mãos.

Perdi o controle e agarrei a nuca trazendo-o para mim e beijando teus lábios, de forma que deslizasse num pequeno contato. Invadi minha língua e assim puxei o corpo esguio junto ao meu, enquanto com o outro braço envolvia sua cintura. Loki me enlouquecia mesmo após anos de nos envolvermos. Amo-o por inteiro, e faria isso agora, sem dar importância aos erros que cometeu. Despi primeiro a blusa que o cobria, e comecei a beijar a clavícula bem marcada, descendo, deixando pequenos rastros de chamas nele. Chupei o dorso pálido, ouvindo o gemido sôfrego tomar conta dos meus ouvidos, sorri ao perceber. Ainda é submisso a mim.

Cheguei no abdômen levemente bem desenhado e marquei a região com vermelho, pressionando e beijando, cheio de fervor. Sem menção agarrei a cintura com às duas mãos, fazendo certa força. Queimei ao ver aquele verde me encarando cheio de expectativa no que faria tão abaixo. O surpreendi e sorri provocante, ao tirar a calça que deveria causar aperto pela excitação.

Loki protestou a demora. Queria torturá-lo assim como faz comigo. Tira minha paz. Sei que é por atenção. Sujeita-se ao caos para ter-me lhe dando prazer.

Torturei mais ainda meu irmão lambendo o sexo ereto por cima da cueca que molhava. Agarrou-me pelo queixo num beijo violento. Nem mesmo nesses momentos largava teu lado dominador, querendo estar sempre por cima.

Rocei nossas ereções com força, e Loki arrancou minhas roupas habilmente puxando meu quadril mais para si. Desta vez quem mandaria nele seria eu.

— Quero sentí-lo pulsando no meu interior, irmão. - Sussurrou.

E sentiria.

Arranquei a cueca e a minha juntamente, ainda beijando o corpo que me deixara louco durante anos. A entrada dele se contraia. Não teria piedade dele, palavras provocativas só pioravam a situação. Então o penetrei com força sentindo seus dentes em mim. Estoquei forte, fazendo Loki mover o corpo para cima e retornando. Implorou por mais, e dessa vez fui sem parar ritmando cada movimento e puxando os cabelos negros com força. O Deus trapaça se desconstruia no ato, o que me deixava ainda mais cheio de desejo. Virei o mesmo de costas e me movimentei colando as costas dele contra meu peite desnudo. O contato de nossas peles fazia-me querer ter um orgasmo, porém era bom sentí-lo por dentro.

Beijei suas costas e me movi com mais força fazendo o som dos corpos se chocarem. Loki moveu-se junto, subindo e descendo. Sem que aguentasse a intensidade da relação, apertei a coxa do menor e trinquei os dentes fechando os olhos e aproveitando para estimulá-lo. Por Odin, aquilo fora tão bom. Nunca havíamos feito desse jeito. Nas últimas investidas Loki fez questão de estar por cima deixando-me deitado.

Mantive minhas mãos nos seus quadris puxando-o para baixo. Finalmente chegamos ao ápice. O meu prazer dentro dele e Loki no meu abdômen. Em nome dos velhos tempos fiz com  que deitasse sobe meu peito e cobrisse o corpo usando minha capa vermelha.

— Peça da proxima vez, irmãozinho. - Indaguei.

— Este é meu jeito de pedir, Thor.

Loki nunca fazia nada certo, nem mesmo quando queria sentir prazer.

The chaos that brings pleasureOnde as histórias ganham vida. Descobre agora