2 - O Nome

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Los Angeles, 19 de dezembro de 2019, 4:00 A.M.

POV Noah Urrea

Eu não conseguia controlar minha mente nesse momento e isso era algo novo. Meus pensamentos rodavam a toda velocidade, todos tentando entender urgentemente o que havia acontecido nesse ponto de ônibus e quem era aquela garota que havia feito com que eu quebrasse minha primeira regra: não revelar seu verdadeiro nome para civis. Parecia tão fácil mentir naquela hora e dizer que meu nome era John, Harry ou qualquer outra coisa, mas eu fui estúpido o suficiente para revelar meu nome. Sem falar no fato de que ela viu meu rosto! Uma garota normal e insignificante agora conhece o rosto e o nome do chefe da máfia. "Meus parabéns, Noah! Na próxima você também entrega seus documentos e a chave de todos os seus carros.", foi meu primeiro pensamento antes de pegar meu celular e mandar minha localização para Joshua.

Nem cinco minutos se passam quando um dos meus carros pretos para na frente do ponto de ônibus e a porta do passageiro se abre para que eu entre.

- Decidiu voltar mais cedo, Chefe? - Josh pergunta sem olhar para mim e volta a dirigir. - Vai para casa ou para o galpão?

- Já disse que você deve me chamar pelo nome, Josh. - O tom firme em minha voz dá a entender que não era um pedido, mas sim uma ordem. - Nos conhecemos desde que éramos pirralhos e você é meu melhor amigo.

- Melhor amigo que trabalha para você assim como meu pai trabalhou para o seu. Você vai ser chamado de chefe gostando ou não. - Ele era teimoso e por respeito a ele e a sua vida, eu não o jogo para fora desse carro. - Casa ou galpão?

- Galpão.

Ele afirma com a cabeça e segue o trajeto até o galpão. Joshua e eu compartilhamos uma história difícil, longa e perigosa, mas cheia de companherismo. Nascidos no mesmo dia e com apenas um ano de diferença, ele e eu fomos criados juntos porque seu pai era o braço direito do meu pai, assim como ele é o meu. A única pessoa que me conhece por inteiro, a única opinião que realmente importa para mim...e o único que sabe o quanto mudei. Ele matou vários ao obedecer minhas ordens e entramos na frente de mais balas um pelo outro do que conseguimos contar. Éramos mais que melhores amigos, éramos irmãos.

Passamos todo o trajeto em silêncio, imersos em nossas próprias mentes, cheias de milhares e milhares de pensamentos e vinte minutos depois, o imenso galpão estava a nossa frente. Josh estaciona o carro e nós dois saímos ao mesmo tempo, batendo nossas portas e ajeitando as armas em nossas cinturas. Ao chegarmos na porta da grande construção, o interfone ao lado da porta emite uma voz masculina, falando em italiano.

"Sposati ora". (Identifique-se agora) 

- Il capo è qui. (O chefe está aqui) - A frase é proferida por Joshua em tom sério e segundos depois, sons de trancas sendo abertas podem ser ouvidos por nós dois. Respiro fundo e olho de canto para Josh, que me devolve um olhar sério, mas reconfortante. Olho para frente assim que a porta abre e entro no grande galpão não expressando nada além do usual: frieza inabalável. Menos de dois segundos são necessários para todos os presentes pararem o que estão fazendo para me verem entrar sem falhar em nenhum passo, nenhuma mudança de feição e respirando o respeito e obediência total dos presentes. Eu sou o chefe, eu sou a lei, eles sabem bem disso e eles respeitam isso. Para mim, é só o que importa.

- Capo, os novos produtos chegaram agora das docas. Gostaria de vê-los? - diz um dos homens que trabalham para mim.

- Óbvio que sim. Não mexemos com produtos que eu não testo. - Ele toma isso como um lembrete e suspiro baixo. - Joshua, fique aqui e certifique-se que o trabalho está sendo feito. A entrega de amanhã não deve atrasar de jeito nenhum ou eu mesmo irei matar os culpados.

Não só Josh escuta minha ordem, mas como todos no galpão ficam cientes de que não haverá perdão para quem atrapalhar a entrega. Saio dali e vou acompanhado com meu subordinado e vamos até a área de teste, onde grandes caixas de madeira estão empilhadas e posicionadas contra a parede. Uma delas, fora da pilha e afastada das outras, estava aberta e mostrava seu conteúdo. Armas de alto calibre e munições da melhor qualidade estavam dispostas dentro da caixa e não consegui segurar um leve sorriso quando seguro uma das armas na mão.

- Hora de testar essas belezinhas. Onde estão os alvos?

Os alvos chegam e quase dou risada de suas caras de pavor. Certamente seria comovente se eu me importasse pelo menos um pouco com suas inúteis existências, mas ao olhar para cada um deles não vejo nada além de...alvos.

- Então foram vocês que tentaram invadir o meu território para vender o lixo que vocês chamam de droga? - Pergunto em tom neutro enquanto examinava a arma em minhas mãos e quando o silêncio deles se estende por tempo demais, eu decido dar um basta. - RESPONDAM, FILHOS DA PUTA! RESPONDAM QUANDO EU FALO COM VOCÊS!

Eles afirmam rapidamente com a cabeça e sorrio de canto quando aponto a arma diretamente para a cabeça de um deles. Quatro alvos, amarrados e dispostos contra a parede...esse é o teste perfeito. Atiro na cabeça do primeiro e não perco meu tempo para observar seu corpo ir ao chão e seu sangue imundo sujar a parede.

- Isso é uma lição para vocês, ratos imundos, que acham que podem invadir o que é meu. - miro na cabeça do segunfo e puxo o gatilho, acertando em cheio novamente. Eu não tenho fama de errar meus alvos. - Sabe...sou uma pessoa muito boa, mas vocês me pegaram em um dia péssimo. - a terceira bala vai direto para a cabeça do terceiro alvo e quando olho para o quarto e último homem, noto sua cara de medo e desespero. Dou um passo na sua direção e abaixo a arma, suspirando baixo.

- Se acalme, homem...eu apenas precisava dar um recado bem simples. Quer saber qual é? - Ele prontamente afirma com a cabeça e uma pequena esperança acende em seus olhos. Tolo. - Ninguém...nunca...mexe com a máfia. - Levanto a arma novamente e, em um movimento ágil e certeiro, explodo a cabeça do último alvo.

Entrego a arma para meu companheiro e limpo o sangue do rosto. Olho para o estrago causado pelos alvos e sorrio levemente. Uma verdadeira obra de arte.

- As armas são perfeitas. Pode mandar prepará-las para a entrega de semana que vem. - ele assente com a cabeça e me vejo livre para ir ao meu escritório, aonde teria paz e tranquilidade finalmente.

Entrando em minha ampla sala, vejo Joshua ali concentrado nos papéis em cima da minha mesa. Ignoro sua presença por alguns segundos e vou para o frigobar, me servindo de whisky puro. Viro meu copo e olho novamente para Josh.

- Preciso que encontre uma garota.

- Uma garota? Tipo...as de programa? Sério? - Ele soa desacreditado e eu reviro os olhos com força antes de me servir de mais whisky.

- Não, seu idiota! Quero que acesse o banco de dados da cidade e procure uma garota específica de Los Angeles!

Ele franze o cenho com meu pedido, mas logo pega o notebook em cima da mesa e começa a busca. Só confio em Joshua para realizar esse trabalho, afinal, ele não é um gênio computacional sem utilidade.

- Qual o nome da garota? Preciso começar de algum lugar.

- Diarra. - Falo pensativo enquanto lembrava-me de sua voz, seu rosto e de seu olhar...merda, que olhar.

- Hum...achei algumas...posso saber o objetivo dessa busca? Ela é a próxima que você vai levar para a cama? - Ele pergunta em tom divertido e me olha sorrindo.

Viro o líquido do meu copo, bato ele na mesa e olho para Joshua com a expressão séria de sempre.

- Ela é a próxima que eu vou levar para o túmulo.



Hey hey hey! Aqui é  Maah! Tudo bom com vocês? Espero que estejam gostando da história até agora.

O Noah não é fácil e isso vocês notaram agora, né? As causas e motivos que levaram ele ser assim vão ser explicados mais pra frente, assim como o passado da Di, entãããããão sejam pacientes porque tá vindo muita coisa boa.

kisses.





Burn With Me | Noarra FanfictionWhere stories live. Discover now