London Girl.

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(...)

30 minutos depois, Chaeyoung desperta, só então se dando conta de que ainda estavam nuas e deitadas no chão perto da lareira, Lalisa ainda dormia serenamente e ela apreciava a beleza da namorada dormindo. Como poderia alguém chegar tão perto da semelhança de um anjo? Não que ela já tivesse visto algum, mas sabia com toda certeza do mundo que Lalisa se assemelharia com o mais bonito deles. Após segundos apreciando a beleza da mais velha, ele decide acordá-la, precisavam continuar conhecendo a cidade.

- Lis, acorda, a chuva parou, você ainda que ir até o topo do morro? Sussurrou.

- Não. Quero te levar para outro lugar - coça o olho, o cochilo tinha revigorado suas forças.

- Ai, a gente vai ter que escalar outro morro? - pergunta fazendo cara feia.

- Não - ri e beija o topo da cabeça dela.

- Então vamos esperar mais um pouco aqui.

- É uma boa ideia.

(...)

Minutos depois, após estarem devidamentes vestidas, Lalisa decide levar a Chaeyoung para o local que marcou sua infância/adolescência, um pequeno bar antigo, que seu pai trabalhou e frequentava diáriamente.

(...)

Ainda tinha alguns retratos dele
e de sua esposa, em cima de uma das petroleiras do bar e Chaeyoung analisava todas, atenta e silenciosamente. Pareciam uma família feliz.

- É... o seu pai era realmente bonito. Bom então acho que você puxou a sua mãe pelo visto - brinca e a mais velha ri.

- Vem cá, senta aqui - Lalisa a chama.

- Ele passava muito tempo aqui?

- Aham. Passava. Depois de se aposentar em 1983. Ficava aqui o tempo todo. Ele era o herói da minha infância - ri recordava - eu achava que ele era o homem mais forte do mundo. Ele era tão orgulhoso... o seu trabalho na fábrica não era qualquer um pra ele, sabe? Todo mundo amava ele lá. E a sua família, venerava ele.

- Ele parece ser maravilhoso.

- Ele é - olha para o teto, triste - ele era. E dai, o dono daqui resolveu se mudar e todo mundo perdeu o emprego. Ele nunca trabalhou de novo. Aqui era o segundo lar dele - ela lutava contra lágrimas que teimosamente queriam descer de seus olhos - depois dos meus 16 anos, eu nunca mais consegui ver ele sóbrio. E coloquei isso na minha cabeça que isso jamais aconteceria comigo... tipo, de viver minha vida pelos caprichos alheios - desabafa.

- Você não tem que viver assim lis - a maia baixa coloca uma mecha de cabelo que estava caindo em seu rosto, por trás da sua orelha.

- É... eu sei disso agora... eu queria poder ter ajudado ele, sabe?

- Você era apenas uma pequena garota.

- Eu sei. Mas ver meu pai... seu herói se dissolver na sua frente de seus olhos foi muito...

- Você ama mesmo o seu pai, não é?

- Sim muito. E queria que eme soubesse o quanto.

- Onde quer que ele esteja eu aposto que ele sabe disso, Lalisa, a morte não coloca um fim no amor.

- Você acha? - diz, derramando, algumas lágrimas.

- Eu tenho certeza disso - passa o polegar embaixo dos olhos dela, enxugando suas lágrimas - porque você nunca me contou isso antes?

- Acho que eu não queria sentir nada disso de novo, sabe? Mas eu... e-eu to muito feliz por você estar aqui.

- Eu também. Eu também - encosta sua testa na dela firmemente, fechando os olhos e acariciando a bochecha dela.

Chaeyoung sentia de longe a dor da namorada e isso estava a matando por dentro, mas não disse nada, Lalisa precisava apenas por aquilo tudo para fora. Apenas ser ouvida. E foi o que ela fez.

(...)

Após sairem do bar, começaram a andar juntas de mãos dadas pela pequena cidade. Apreciando a vista, que era incrível.

- Sabe, Lis, eu não queria ter que voltar...

- Voltar pra onde? - para no meio do caminho.

- Para Londres - a minha audição de formatura, ainda não caiu a ficha?

- Esquece. A gente não tem que voltar. A gente só pega um trem e... sai por ai.

- Que? Deixa eu ver... eu toco violino há seis anos. Estudei por 3 anos e irei me formar na melhor faculdade de música de Londres. Muita coisa, não acha? Então eu acho que vamos para casa - anda deixando a namorada um pouco para trás - você não vai vir?

Lalisa continua perada, pensando que nada do que diria iria fazer a Chaeyoung mudar de ideia e isso estava lhe machucando muito. O seu semblante era sério e ela apenas olhava para a namorada, observando seus cabelos loiros voarem por causa do vento forte que fazia ali.

- O que foi? - Chaeyoung estranha.

- Nada, vamos - continua a andar.

Algumas horinhas depois, já estavam saindo do trem. Haviam chegado em Londres antes de anoitecer completamente. Andavam juntas calmante por uma praça, quando Lalisa avista uma coisa mais a frente, tendo a ideia de levar a sua namorada para um pequeno passeio na famosa roda gigante de Londres.

- Eu tive uma ideia acho que você vai gostar.

- O que é?

- Vamos dar um passeio.

- Onde? - responde confusa. Ela tinha acabado de voltar de um.

- Ali na roda gigante - a puxa começando a correr na direção daquele lugar.

- Olha acho que a gente não tem mais tempo, posso me atrasar.

- Deixa de ser boba, Chae - ri.

- É melhor a gente voltar pra casa - grita.

- Que nada.

Lalisa compra e paga as duas entradas. E corre em direçãoa cabine da roda gigante, entrando nela mas antes de entrar, Chaeyoung para e se vira de costas respirando fundo e Lalisa percebe.

- Ué? Porque você não vem? Se sempre quis andar numa dessas.

- É. Mas o motivo maior pela qual eu nunca andei, é que eu tenho medo de altura!

- Amor - ri - não fica com medo não. Eu estou aqui com você. Estará segura em meus braços - a puxa devagarzinho para dentro da cabine.

- Ah não, as portas... ela vão se fechar!

- Não tenha medo. Estou aqui.

Já no alto, Chaeyoung observava a grande Londres. O céu já estava escuro. E a cidade estava sendo iluminada pela lua gigante e pelas luzes das casas e dos prédios dali.

- Lalisa! É tudo tão lindo daqui de cima!

- Gostou? Ainda está com medo?

- Não. Só esquisito ver todas as pessoas lá embaixo. Mas acho que superei - ri.

- Tá vendo só? O medo só está nessa sua cabecinha linda.

- Lis me desculpa se ru pareci uma bebezona, tá? - ri envergonhada, olhando para seus pés.

Lalisa ri alto.

- O que foi? Porque você está rindo? Me fala!

- Onde você aprendeu a ser assim?

- Assim como?

- Agindo feito uma criança de seis anos.

- Com a jisoo. Fiz certo? - brinca.

- Fez sim. Não poderia ter feito melhor.

- Obrigada - para de rir, ficando séria.

- Pelo quê?

- Pelo dia perfeito.

- Ah, não foi nada... espero que tenha gostado.

(...)

Olá ☺

Antes que o dia termine ( Chaelisa ) Where stories live. Discover now