Capítulo 12

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Inglaterra, Sussex – Um ano depois.


A carruagem parou e Jonathan desceu, observando o castelo enorme e velho á sua frente, mas tinha certo charme aquelas torres altas, parecendo pertencer á um conto de fadas, quase podia imaginar uma princesa na janela gritando por socorro. Ele sorriu e continuou caminhando até ver Clarence na escadaria de pedra, esperando a chegada dele.

-Seja bem vindo, Wright. –disse.

-Clarence.

Os homens se cumprimentaram.

-Obrigado por vir. –sorriu.

-Você me disse que queria que eu ficasse de olho no seu filho. –respondeu acompanhando ele. –Então, qual o nome você deu?

-Na verdade, a escolha foi de Lotte. –ele andava na frente. –Simon.

Ele parou por alguns segundos e retomou a caminhada, sem que o duque notasse. A pontada em seu coração foi tão forte que havia parado de respirar, mas forçou um sorriso.

-É um bom nome.

-Ela insistiu que deveria dar o nome do homem que a salvou. –respondeu.

Mas ela não era um homem, pensou.

-Não que ela fosse homem. –disse o duque surpreendendo-o.

-Como é?

-Samantha falou de você para nós. –continuou tranquilo como se não fosse nada.

Ele sabia!

-Minha esposa descobriu na noite que ela a salvou. –respondeu virando-se para ele. –E desde então, elas são amigas.

Jonathan estava bastante chocado com o fato do duque e a duquesa saberem dela e ficou meio magoado por não saber, mas ela havia falado sobre o que viveram.

-O que ela disse?

Queria algo dela, mesmo que fossem palavras do passado.

-Que você é um bom homem, coisa e tal. –ele deu de ombros. –Não me olhe assim, não sou a pessoa certa para isso. Se quiser detalhes, fale com minha esposa.

Ele indicou uma porta, passando por ela para um ambiente ricamente decorado, com enormes sofás e poltronas, uma lareira capaz de colocar um homem grande dentro, meio encolhido, mas ainda sim. Havia um quadro de uma mulher de longos cabelos pretos soltos ao vento, usando um vestido branco e de frente para o mar.

-É lindo, não é? –perguntou o duque. –Foi minha esposa que pintou.

A voz dele, cheia de orgulho. Jonathan olhou para o homem que analisava o quadro com um enorme sorriso.

-Lindo. –respondeu.

-Senhor Wright, que prazer vê-lo. –disse a duquesa.

-Vossa Graça.

Ela estava sentada no sofá, com uma colcha nos braços e o filho aninhado, adormecido.

-Tenho que admitir, é um dos meus melhores trabalhos. –disse a duquesa olhando para o quadro. –Fiz recentemente.

-E quem foi o modelo? –perguntou curioso.

-Minha prima. –respondeu. –Uma mulher linda e encantadora, você deveria conhecer.

Deus, Clarence não tinha trazido ele até aqui para lhe apresentar uma mulher, não é? Virou o olhar em busca de ajuda, mas este fingia estar totalmente interessado em uma poeira invisível em cima da lareira. Desgraçado.

Lady Detetive - Série Perigos e Romance IIOnde histórias criam vida. Descubra agora