Mostre-me

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Os dois homens não eram adeptos de jogos, nem ao menos se passava em suas cabeças uma forma de matar o tempo enquanto descansavam após terem ido investigar um caso com Crawford.

Lecter estava estupefato com o fato de trabalhar junto do FBI sem deixar rastros.

Um psiquiatra assassino. Um agente do FBI visivelmente instável e o silêncio de uma sala. No que isso tudo poderia dar?

No que desrespeita ambos, daria em longas conversas e discussões teóricas sobre a realidade, claro que com uma leve discordância. A discussão tomava um rumo tanto estranho. Se tratando de Hannibal aquilo não parecia tão estranho, nada anormal para alguém que mata e consome carne humana.

— Bem, as relações humanas são diversificadas, não podemos colocar a prova os sentimentos das pessoas, muito menos o que elas são.

Hannibal disse após se sentar na poltrona de frente para Will, que observava cada gesto do psiquiatra. A forma como se movia parecia uma poesia, junto dela poderia se imaginar uma música lenta e calma. Tudo que o homem experiente fazia, esboçava naturalidade.

— Não te incomodas dois homens terem contatos físicos como quem são homem e mulher?

— Me incomoda a falta de afeto Will.

Replicou antes mesmo que o moreno pudesse se pronunciar.

O discurso de Will o estava incomodando, e como ele sabe bem, adora devorar pessoas rudes, e naquele momento seu pupilo estava sendo um cão infiel, dizendo coisas tão estupidas. Desde que o encontrou pela primeira vez, sabia que seus interesses foram despertos, já que o homem a sua frente tinha características que se assemelham as de um psicopata, e Hannibal só queria tirar o melhor disso, mas esse melhor estava tomando outras proporções e sensações.

— Surpreendente doutor… É tão evoluído mentalmente, tão inspirador.

Havia-se ali um tom de ironia, acompanhado por um sorriso sarcástico que insistia em brincar em seus lábios.

— Eu tive experiências que me fizeram entender todos os sentimentos quanto a uma relação entre duas pessoas.

— Quais?

Questiona-o num tom provocativo.

— Quer mesmo saber William?

Hannibal se aproximou a um passo de cometer uma loucura.

— Mostre—me Dr.Lecter.

Bastou a frase ser dita para o loiro avançar e esperar que o mesmo pudesse dar uma especie  de autorização. Com a mão livre segurou o queixo de Will sentindo a barba por fazer. Grudou seus lábios apreciando somente o gosto e os capturando logo em seguida. Will poderia dizer que foi a melhor sensação que já teve em sua vida, mas ficara ainda melhor quando a língua do psiquiatra invadiu sua cavidade e brincou juntamente a sua.

A briga por dominância crescia. A mão de Will cravou-se nas costas de Hannibal, de forma que desmonstrasse o tamanho prazer sentido naquele pequeno contato.

Tudo se concretizou naquele beijo, e isso se faz mais presente quando se separaram com dificuldade para respirar.

— Você pediu por isso. — Afirmou o loiro que fez questão de observar a falta de ar do outro.- Gosto de como é tão submisso comigo, Will. Isto faz com que eu perca a sanidade. — Comentou surpreendendo mais ainda.

— Eu gosto que percas tua insanidade…

Tais palavras bastaram para ter sua boca novamente envolvida por aquela língua intrusa que agora estava sendo íntima com seu ser. A sala cheirava um odor imaginário de volúpia. Quanto tempo fazia que os dois não sentiam essa sensação de prazer inebriante… De algo que os fizessem querer muito algo até chegar no final e dar-se por feito?

Hannibal com muita delicadeza puxou seu paciente em busca de uma posição confortável. Segurou firme em seu queixo erguendo e assim abrindo ligeiramente alguns botões da camisa de seu mais fiel companheiro. Analisou por alguns segundos seu tom de pele e imaginou que poderia deixar belas marcas, e fora o que fez quando abaixou mais o tecido e sugou o pescoço por cada parte, sem esquecer nenhum lugar e. Hannibal também era gentil, e após cada sucção depositava um beijo casto.

Olhou em direção a Will erguendo seu corpo e fazendo com que ficasse em seu colo, de preferência sentado entre uma de suas pernas na tentativa de saber como reagirá o moreno aos seus toques.

Ficou pensativo por alguns segundos até arrancar a própria gravata. Pegou os pulsos de Will e amarrou atrás das costas, o fazendo ainda mais submisso. Esperou que ouvisse protestos, mas Will ainda permanecia em silêncio. Isso o fez sorrir e enxergar o poder que continha em mãos.

Presenciou Will pestanejar pela falta de atenção, então tratou de arranca o resto de suas roupas. Agora observara o peito exposto. Atacou o abdômen desnudo deixando rastros de saliva por onde passava, ao fundo Will gemia baixo. Nunca imaginou ter a língua de um homem brincando em teu corpo, muito menos que  a sensação fosse tão boa.

Sentia-se excitado o suficiente, suplicava por atenção nas suas partes baixas, foi quando se moveu no colo de Hannibal e gemeu.

— Protestando Will? — Provocou sussurrando em sua orelha. — Está na hora, olhe só como estamos.

Hannibal empurrou o corpo maior pressionando a ereção num atrito excitante. Will não queria só isso, queria mais, necessitava senti-ló dentro de si, e sendo finalmente um só.

A mesma mão que prendeu seus pulsos, agora abria o zíper da calça, retirando com destreza, voltou a grudar os corpos sentindo agora a quentura do submisso. Lecter ainda preferia manter a elegância quando abriu a calça social liberando o desconforto entre as pernas.

Naquele momento estava sedento e não muito a fim de ser gentil.

— Queria tanto não fazê-lo sofrer, no entanto, não posso me controlar vendo que está tão vulnerável a mim. — Pronunciou—se retirando a boxer do parceiro.

Antes de consumar seu ato, soltou os pulsos de Will, fazendo-o segurar em seu pescoço.

A sensação de ganho era grande.

A falta de controle em Will ficara visível.

Hannibal não esperou mais e o invadiu aos poucos, tentando poupar a dor, mas era inevitável a ardência. Os movimentos eram precisos, as mãos seguravam firmes na cintura de Will, que pendia a cabeça para trás e chamava o nome de seu psiquiatra incansavelmente. Quanto mais se ouvia os gemidos, mais rápido eram as investidas, vindo em seguida o formigamento e o últimos suspiros de prazer.

Os dois se encararam e sorriram com a descoberta. Lecter estava desalinhado, uma mecha de cabelo caia nos olhos.

Todas as palavras trocadas colocaram a prova toda vivência de Hannibal, e essa lembrança, jamais sairia de sua mente.

Mostre-meWhere stories live. Discover now