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× Josh On×

Não aguento mais esperar, sinto algo ruim, sei que eu não tô ficando louco. Sem falar nada levanto e sigo até as escadas.

--- Qual é Josh, não seja empata foda cara. . . E as regras do jogo?--- Beiley percebe quando saio e grita fazendo os outros da roda me olharem imediatamente. Eu acabo perdendo a paciência.

--- Olha, querem saber? Foda-se esse caralho desse jogo, minha melhor amiga tá lá naquela merda de quarto com o cara que acabou com o psicológico dela e ainda por cima bêbada. Tem algo muito pra ela não ter voltado ate agora então me deixa caralho. . . --- Ignoro todos atrás de mim e subo as escadas pisando forte, meu coração estava acelerado, minha respiração estava rápida demais e eu fervia por dentro.

Chegando no andar de cima abro duas portas e nada deles, a terceira porta era um banheiro que estava vazio, ótimo. Na quarta porta forço a maçaneta constatando que está fechada. Aproximo meu corpo da porta tentando captar algo, sinto o cheiro do perfume adocicado de Any, coloco meu ouvido perto da porta, preciso me concentrar para ouvir algo lá dentro pela altura do som. Me concentro e acabo ouvindo um barulho que parecia de cama rangendo, conheço bem aquele barulho. Puta merda. Meu coração acelera ainda mais e meu corpo ferve de Ódio. Penso no que fazer, tenho medo do que posso encontrar ao abrir aquela porta. Mas Foda-se, eu não ia deixar Any com aquele idiota ali dentro. Bato com toda a minha força na porta.

--- ABRA A PORRA DESSA PORTA, OU EU JURO POR DEUS QUE EU MATO VOCÊ JAKE.--- continuo sem respostas. Esmurro a porta com mais força, até que vejo a maçaneta girar devagar. A porta se move lentamente e me deparo com uma Any extremamente abatida, seus cabelos bagunçados, seus olhos inchados e o rosto marcado pela maquiagem preta que se misturava as suas lágrimas constantes. Uma das alças de seu vestido estava rasgada e pude notar alguns arranhões em suas pernas, senti um arreoio na espinha. Any chorava desesperadamente e em silêncio. Eu estava em choque com aquela situação, a raiva tomou conta de mim.

--- CADÊ ESSE FILHO DA PUTA ANY? COMO ELE TE DEIXOU ASSIM? COMO?--- Corri com os pulsos fechados e tinha certeza que as veias do meu pescoço saltavam. Nunca havia sentido tanta fúria em toda a minha vida, eu mataria aquele idiota.
Olhei dentro do quarto e nada daquele filho da puta, a janela estava aberta e eu sabia que havia fugido como o covarde que ele era. Olho para trás vendo Ana chorar ainda mais. O estado em que se encontrava a minha melhor amiga me fez baixar a guarda. Respiro fundo e ando até ela, Any precisa de mim mais do que nunca.
Não falo nada, apenas abro os braços e deixo que se aconchegue nos meus braços, sentindo suas lágrimas molharem minha camisa.
Não pergunto nada, apenas tiro o meu moletom que por ser grande, cobriria suas coxas e faço- a vestir.
--- Vamos pra casa, vem. . --- Sem cerimônia, coloco-a no colo e ela esconde seu rosto entre o meu pescoço, ainda chorando muito.

Desço as escadas passando por algumas pessoas bêbadas e saio da casa ignorando o olhar de todos. Coloco-a no carro com cuidado e recebo um olhar envergonhado, Any abaixa a cabeça e volta a chorar e soluçar. Antes de fechar a porta do carro, beijo o topo de sua cabeça e resolvo não falar nada,não havia nada a ser dito.

Odiava ve-la daquele jeito, odiava não ter protegido ela como deveria, e odiava que alguém que amasse tanto passasse por toda essa merda.
Entro no carro e sigo até a minha casa, Any dormiria lá comigo, não a levaria pra casa pois conhecia Any e sabia que ela se sentiria mais confortável sem os questionamentos da tia Priscila, seu dia já havia sido difícil demais.
O caminho todo foi silencioso. Chegando em casa entro com Any pela porta da cozinha e agradeço mentalmente por ninguém nos ouvir já que Any ainda soluçava bastante.

Entrando no quarto dou uma camisa minha e uma calça moletom para que Any tome banho junto a uma escova de dentes nova e toalha.
Enquanto Any toma banho eu arrumo a minha cama para que ela se sinta bem e para o culpar minha mente. Não consigo acreditar no que aconteceu.
Desço, indo tomar banho no banheiro de baixo para que esfrie minha cabeça, se é que isso é possivel. Quando acabo vou a cozinha e preparo um copo com leite quente, caso ela sinta fome, já que mau comeu hoje a noite.

Subo as escadas, e chegando no quarto vejo Any sentada na minha cama com os braços ao redor das pernas. Seu olhar é distante, e só percebe minha presença quando eu bato na porta.

--- Trouxe leite quente.--- Any balança a cabeça negativamente com um olhar triste no rosto.
--- Desculpa. . . Só queria dormir, por favor.

--- Você quase não comeu Gabrielly. . . Vamo fazer assim, eu bebo metade, você metade e depois você pode dormir agarradinha nesse corpinho gostoso--- Digo levantando a sobrancelha tentando arrancar um sorriso daquele rostinho abatido. Seu sorriso aparece, porém tímido e sem vida, me fazendo ficar pior, já que não lembrava nada o sorriso gigante dela--- Combinado?

--- Tá. . --- Sento ao seu lado e a observo tentar beber em silêncio. Any bebe apenas dois goles, mas não forço a barra e bebo o resto, deixando o copo na escrivaninha em seguida.

Apago as luzes do quarto deixando apenas a luz do abajour ligado. Subo com cuidado na cama e deito, puxando Any para o meu peito. Abraço seu corpo beijando o topo de sua cabeça em seguida, percebo que o seu choro volta.

--- Xxxx, não vou deixar que ninguém machuque você nunca mais. . . Eu juro.--- Sinto seu corpo se aninhar mais ainda no meu em busca de segurança. Um tempo depois sua respiração fica cada vez mais lenta e percebo que Any dormiu. acabo adormecendo também acariciando suas costas.

My best friend (Beauany)Where stories live. Discover now