Ligação Rápida

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Notas: Para quem não lembra ou não sabe, o nome do pai de Fliq é Dado, e ele foi um humano. Vocês vão conhecer um personagem original meu nessa história, espero que vocês gostem dele. Obrigado Lennyzinho por betar pra mim.
Essa fanfic não se responsabiliza por nenhum tipo de necromancia inspirada pela mesma (brincadeira hahaha, mas é sério). Boa leitura.

                                  °°°

Com quem será?
Com quem será?
Que a Fliq vai casar?
Vai depender
vai depender

-o coração de Fliq acelerava.-

Se o Urano vai querer
Ele aceitou
Ele aceitou

- Fliq deixava o cansaço que aquela situação o causava transparecer em seu rosto.-

Tiveram dois elfinhos e depois se separou
Passou um mês
Passou um mês
Fizeram um teste de carisma
e voltaram outra vez!

- no meio des convidades, Urano, um elfo alto de cabelos longos e azuis, rosto comprido e ótima aparência; corava e achava aquilo levemente engraçado, ao mesmo tempo levemente triste.-

Fliq não queria olhar diretamente para ele. Ouviu alguém gritar "discurso"; então ele começou o seu discurso:
-É pra eu fazer aquele lance do primeiro pedaço de bolo?
Teve silêncio em resposta.

Entre tocidas, alguém disse que o bolo óbviamente iria para Urano. As orelhas de Fliq se mexeram não exatamente satisfeitas com o que ouviram. E disse:

-É do Vic.

Abaixou a cabeça depois de falar.  Vic foi com um grande sorriso apanhar o seu bolo. O que irritou de leve algumas pessoas.

Depois de doces, salgadinhos, e despedidas, a missão pra Fliq tinha finalmente acabado. Poderia finalmente tirar aquelas roupas ridículas e se jogar na sua cama. Era exatamente o que ia fazer, finalmente, descanso.

Ao caminho de seu quarto percebeu que Urano o seguia e o encarava com uma mala de rodinhas em uma das mãos. Fliq se colocou em posição de ataque.

- Ei!! Que horror! - começou a cochichar- tenho certeza que Fliq vai me matar enquanto durmo.
- Que que você tá fazendo aqui?!
- Isso lá é jeito de tratar seu noivo?
- Sério que tu leva isso a sério?
- Claro que não, mas a partir de agora nós somos no mínimo colegas de quarto.

Fliq saiu de sua posição e voltou a andar. A casa era grande, o que aumentou o caminho e o momento de silêncio desconfortável, que Urano tentava quebrar com perguntas como "e esse tempo doido hein?". Fliq não tentava puxar assunto, mas também não era grosso, de propósito. E a única frase que ele disse, que não foi uma resposta foi "eu tomo banho primeiro".

Quando chegaram ao quarto, Urano fechou a porta rapidamente. Ele sabia que várias tias de Fliq gostariam de fazer comentários sobre ele. Parou para observar o quarto. Era uma suíte que não era tão grande se comparada o resto da casa, tinha uma cama, um alvo com diversas marcas de facas, uma grande gaiola com um coelho esfarrapado branco de olhos verdes, na mesma parede havia uma mesa pequena com um livro velho em cima, uma adaga, uma taça e um espelho.

Fliq foi tomar seu banho, deixando Urano sem ninguém o observando. Para se distrair de sua curiosidade, ele começou a desfazer sua mala, mas se tocou que não poderia sair deixando suas coisas coisas por aí, então começou a dar uma olhadinha por aí. Após tentar fazer carinho no coelho e o ver dar as costas para ele. Seu olhar rapidamente se concentrou naquele livro. Em sua capa havia escrito "Ligação Rápida com Quem tá Meio Longe", embaixo tinha um desenho de um fantasma piscando um olho e sorrindo.

O medo de Urano pelo seu atual noivo aumentava assim como sua curiosidade. Começou a folhear, o livro tinha ilustrações simples de círculos de invocação, e literalmente, mais perguntas que respostas. Uma das páginas tinha escrito em letras maiúsculas "porque você quer conversar?", em outra "o que você quer conversar?".

Havia papéis colados com algumas respostas (exercício sugerido na página 12). Embaixo do "com quem conversar", tinha um papel amarelo escrito pai. Urano ouviu a tranca do banheiro, de onde saiu Fliq com uma túnica preta mal costurada que ele usava de pijama, e com raiva pelo o que estava vendo.

- Sai daí!
- Eu só tava dando uma olhada.-tentou blefar- É que eu quero te conhecer melhor...
- Eu não me importo com o que você tava fazendo, não é pra fazer. O que você chegou a ler?
- O seu pai...
- É... Sinto falta dele.
- Eu sinto muito Fliq. Eu... eu, posso tentar te ajudar! Eu tenho um primo distante que manja dessas coisas. Eu realmente quero ajudar.

Fliq começou a se questionar o que poderia dar errado, com certeza, muita coisa. Mas estava cansado de mais para lidar com mais alguma coisa hoje. Então achou melhor ignorar Urano por enquanto, e ir dormir, o deu boa noite, e o disse que podia ficar a vontade e botar suas coisas onde achar melhor. Pegar no sono foi difícil, apesar da exaustão.

Em seu sonho, Fliq sentia o ar úmido ao seu redor, a luz era fosca, densa e branca. De longe viu Dado sentado sorrindo e olhando para ele. Ele começou a falar, mas nada parecia fazer sentido, as palavras pareciam ser de uma língua que ele conhecia, mas não pareciam se conectar entre si.

- Eu não tô entendendo. -Fliq falou.

Dado continuou a falar gesticulando muito. Fliq começou a ficar nervoso. E em tom baixo repetiu "eu não tô entendendo". Tentou chegar mais perto de seu pai, mas não conseguia andar para frente. Pensou se deveria ir embora dali, e logo depois sentiu raiva de si por ter pensado isso. Então, se sentou para observar o seu pai que ainda falava sem interrupções. Ficou cinco minutos ali, aproveitando para observar aquele rosto que lhe causava tanta saudade.

De repente, Dado olhou no fundo dos seus olhos e disse:
- Você quer me ouvir, ou você quer que eu te ouça, ou só quer ser ouvido por alguém?

Fliq se levantou em um pulo, feliz por ter entendido algo, mas se levantou em sua cama com Urano dormindo ao lado. O sol entrava de forma suave pelo quarto, contrastando com a luz do sonho que parecia ser tão opressora. Começou a refletir sobre a pergunta que recebeu em sonho, Fliq queria as três opções, mas principalmente queria saber se seu pai o aceitaria do jeito que ele era.

Pegou o seu livro e procurou no índice sobre sonhos, página 36, onde dizia que a comunicação com os mortos era comum em sonhos, e uma forma boa de se começar a prática. Fliq se deixou impressionar, tinha conseguido! Bom, mais ou menos.
Folheando o livro mais pra frente tinha uma ritual para a evocação de seres que já tiveram sua aparição onírica quem irá evocar. Teria que abrir um círculo mágico a sua volta, chamar por quem apareceu em seu sonho, e meditar com a intenção de pegar no sono de novo.

Com a adaga ele traçou em luz vermelha o círculo, e chamou usando suas próprias palavras:
- Aquele que aparece em meus sonhos, apareça aqui, nesse quarto.
- Quê? Eu? Eu já tô aqui. Tô não?- disse Urano cheio de sono.

No travesseiro ao lado de Urano surgiu uma capivara formada de luz vermelha. Urano berrou caindo da cama.

- Eu preciso de um café! - disse Urano enquanto ia em direção ao banheiro de forma indiferente.

- Não,não. Eu não acredito. Como que pude ser tão idiota. - Fliq começava a se lembrar do sonho que teve três dias atrás sobre ter adotado um filhote de capivara.

- Eu vou tomar café sim!
 
                                  °°°

Notas finais: O Urano seria interpretado pelo Henrique de Paula, ok?
Fliq organiza todo tipo de Rolê do Cleber, inclusive Rolês do Cleber matinais.

Corvo MolhadoWhere stories live. Discover now