V - Um pesadelo real

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Rodrigo

Acendo a luz do abajur e corro o mais rápido que posso, ao chegar vejo Sofia abraçando os joelhos e soluçando.

- Sofia: Ei, o que aconteceu? Falo me sentando a sua frente.

Ela continua sem me responder e cada vez mais seus soluços aumentam.

Eu sem pensar a puxo para os meus braços e a abraço, acariciando seu cabelo.

Aos poucos ela vai se acalmando, quando ela está mais calma, com a mão segurando em seu rosto o ergo para cima.

- Rodrigo: O que está acontecendo Sofia? Me diga talvez eu possa ajudá-la.

- Sofia: Ninguém pode me ajudar.

- Rodrigo: Se você não desabafar e lógico que ninguém vai poder. Por favor não como seu chefe, mas como um amigo. Pode me falar o que está acontecendo?

Ela se senta de frente pra mim, e abraça os joelhos.

- Sofia: A muito tempo atrás cerca de 12 anos, meu pai morreu em um acidente de carro, e minha mãe para tentar dar um futuro para nós foi morar com outro homem.

- Meu padrasto no começo era uma ótima pessoa, nos tratava bem, dava carinho, amor e atenção, tudo que que uma pessoa precisa.

- Não demorou muito para a farsa cair, logo ele demonstrou ser um monstro, quem mais sofria era minha irmã mais velha.

- Ele batia em nós e nos humilhava da pior forma que existe.

- Quando minha mãe saia para trabalhar ele nos prendia no quarto com ele, ele me colocava em uma cadeira de frente para a cama amordaçada e amarrada.

- Eu via tudo o que ele fazia com a minha irmã, e suas palavras eram de um verdadeiro psicopata. Me lembro de cada uma delas;

- "Você será á próxima My beby".

- "Não está na hora ainda".

- "Que pena que você é tão nova ainda princesa".

- "Quando você crescer eu irei fazer de você a mulher mais feliz do mundo".

- "Você é só minha Sofia, minha, my beby".

- Rodrigo: Vocês não faziam nada para detê-lo?

- Por que vocês não o denunciaram a polícia? A interrompo assustado com cada palavra que saia da boca dela.

- Sofia: Não era tão fácil assim.

- Ele nos ameaçava, e minha mãe ficava com medo dele fazer algo pior.

- E o medo dela se tornou realidade.

- Depois de 5 meses vivendo aquele terror, ele assassinou a minha mãe e a minha irmã com apenas duas balas.

- Colocada na cabeça de cada uma.

- Rodrigo: Como você conseguiu escapar?

- Sofia: Por causa da minha idade.

- Ele dizia que eu não estava pronta ainda.

- Assim que ele as matou fugiu de casa; os policiais o acharam no mesmo dia e o prenderam e agora ele está solto, e ele vai querer o que acha ser dele.

- Eu pensei que hoje seria o meu fim. Não esperava o reencontrar tão cedo. Se não fosse por você eu não sei o que teria acontecido.

- Sr. Rodrigo eu não quero morrer também. Fala e começa a chorar novamente.

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