Prólogo

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Cem comentários liberam o próximo capítulo.
Estamos em maratona...

Ela olhou em volta na sala, desejava ter uma faca em suas mãos para atacar quem quer que fosse que invadira a casa, justo quando Alexandre não estava, o pior o alarme estava falhando e as câmeras de segurança não mostravam nada, caminhou  pé ante ...

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Ela olhou em volta na sala, desejava ter uma faca em suas mãos para atacar quem quer que fosse que invadira a casa, justo quando Alexandre não estava, o pior o alarme estava falhando e as câmeras de segurança não mostravam nada, caminhou  pé ante pé pela sala e pegou o retrato onde ela e o marido sorriam, eram dois jovens recém casados com toda uma vida pela frente, isso a deixava mais calma, afinal ela sentia Alexandre ali com ela.

Um som veio do andar de cima e ela colocou as mãos sobre a boca, olhou em volta preparada para o caso de ser mais que um invasor, mas  não havia ninguém. Laura suspirou e logo em seguida prendeu novamente a respiração, o corpo tremia ao mesmo tempo em que lhe faltava forças, a loira pensou no trajeto praguejando mentalmente o ato de ter largado as aulas de Krav Maga, seria bom saber alguma arte marcial naquele momento, tremendo de pavor enquanto caminhava  para a cozinha.

Laura precisava de uma faca afiada e no cepo sobre a pia haviam pelo menos meia dúzia que lhe trariam a chance de ferir quem quer que fosse.

Pegou a faca com todo o cuidado, tateando na escuridão a procura do cabo maior, a pegou entre as mãos e sem soltar o porta-retrato voltou para a sala de estar.

Estava escuros e como não passara muito da meia noite, ela nada podia fazer além de usar a escuridão a seu favor, decidiu se afastar esconder atrás do barzinho, estaria segura ali, esperaria o invasor fugir e e ligaria para a polícia. Podia ouvir os passos no andar de cima, coisas eram jogadas no chão, de uma forma estranha aquilo lhe deixou tranquila, enquanto ele estivesse lá, ela estaria bem.

Sentou-se empunhando a faca da melhor maneira possível e não saberia mensurar quanto tempo aquilo levou, os barulhos no andar de cima foram diminuindo até sumirem.

Logo os passos estavam na escada, Laura prendeu a respiração novamente, esperando que o intruso fosse em direção a porta.

As luzes foram acesas e ela viu que não era uma ideia tão boa ter se escondido ali, com a claridade ela estava totalmente vulnerável.

Abaixou-se e olhou pela fresta que o bar dava para o chão e viu os sapatos, masculinos em couro italiano, ela conhecia aquele tipo era o preferido de Alexandre.

As luzes se apagaram e o homem saiu batendo a porta. Ela engoliu em seco e levou um bom tempo até levantar e olhar com cautela para a sala de estar. Quando viu que o homem realmente tinha partido, ela riu. Estava livre.

Ela ligou a luz a procura do telefone, ligaria para a polícia e depois para Alexandre, o mais prudente era ir para um hotel, mas antes de qualquer coisa precisava de um copo com água e muito açúcar. Caminhou até a cozinha, ainda segurando a faca e quando acendeu a luz viu que estava sozinha, respirou fundo e abriu a geladeira. Pegou uma garrafa de água e o açúcar, abriu o armário a procura de copos, um caiu, e ela praguejando, mas continuou seu intento, encheu um copo e colocou açúcar o suficiente para lhe dar uma cárie.

Laura bebeu lentamente, sentindo o sabor doce a acalmar seu corpo, relaxando e lhe deixando pensar. Ouviu um barulho vindo do quintal e respirou aliviada era o carro de Alexandre, encheu mais um copo com água e voltou a encher o líquido com açúcar, bebia a água em golinhos quando sentiu as mãos  que ela pensou serem de Alexandre a massagear os ombros Pensando, ela sorriu e suspirou aliviada...

— Amor houve um invasor, você não avalia como eu senti medo, ainda bem que você voltou, estamos sem alarme e câmeras, provavelmente queriam roubar papéis e...

As mãos continuaram a massagem, mas ele não falou nada, ela girou lentamente a cabeça e notou os dedos em seus ombros.

Quando notou o movimento de sua cabeça o homem grudou sua garganta tentando quebrar o pescoço da jovem que apesar de não saber lutar, sabia correr. Ela pegou a faca que ainda lhe estava a mercê e enfiou na mão, o que lhe deu alguns segundos de vantagem.

Laura correu arrastando móveis, mas o homem era ágil, nada o parava e quando ela conseguiu alcançar a porta que dava para o quintal, ele a segurou pela cintura, cravando a faca que lhe fora defesa em seu pescoço, a jovem caiu, sentindo o sangue verter rapidamente no que seria seu leito.

Enquanto sufocava o assassino abaixou-se e a olhou nos olhos, era tão irreal e absurdo, se ela tivesse tempo poderia avisar Alexandre, e foi para o esposo seu último pensamento, e imediatamente arrependeu-se, havia feito um seguro de vida há algumas semanas deixando ele como beneficiário, o fez assim que soube que estava grávida, seriam uma família e agora ela deixaria Alexandre sozinho, chorou enquanto mergulhou o dedo no próprio sangue e começou a escrever um bilhete para o marido no chão.

"Alex me..."

Nunca saberemos o que ela diria na próxima palavra, o coração parou antes e ela ficou ali caída em uma posição estranha.

Laura Policarpo morreu naquela noite carregando em seu ventre o fruto do amor em que seu casamento era mergulhado, deixando Alexandre mergulhado em sofrimento e o pior em provas circunstanciais que o levaram a ser acusado, e mesmo absolvido carregava o estigma de assassino, sua ex-sogra era sua principal acusadora.

A liberdade não era de todo liberdade, internou-se no trabalho, fazendo dele sua única companhia, o CEO assassino, ou como ele preferia obscuro, foi ficando cada dia mais competente em sua função, assim como mais solitário, e nem mesmo direito a visitar o túmulo lhe cabia, sua própria mãe o olhava com dúvidas, estava exausto.

Mal sabia ele que o mesmo destino que lhe colocara um crime em suas costas, agora lhe ajudaria, principalmente se ele soubesse que precisaria reviver aqueles momentos.

Laura precisava contar a sua história e havia alguém doida para ouvir.

Obscuro CEO *Degustação*Where stories live. Discover now