Capítulo 3

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Beck Felton nunca em toda a sua vida sentiu uma extrema vontade de gargalhar, como naquele exato momento. Era uma pena um homem tão sexy como aquele, ser tão ruim das ideias. Ela pensou que deveria está bêbado, embora, não houvesse sentindo nenhum cheiro de álcool vindo dele, pelo contrário, ela tentava ignorar o forte aroma de suor e algo a mais, como carnalidade, que invadia suas narinas.

Seu vizinho gostosão, e louco, deveria ser um idiota com todo aquele papo. E um tarado, porque mesmo com tudo isso, ainda esfregava seu monte rígido contra ela.

— Isso é ridículo. — Tentou empurrar seus ombros para afastar seu corpo imenso do dela. Ele deveria ter uns 1,95m de altura, contra os 1,69m dela, e o corpo era grotesco de massa muscular.

— Você tem que entender, eu sei que parece loucura, mas você não vai aguentar se continuar reprimindo seus instintos. A iniciação beta de uma fêmea é algo doloroso sem um alfa para ajudar-la. Me permita.

Beck balançou a cabeça.

— Pare com isso. Você é... — Arfou, com uma pontada vindo de seu estômago, algo parecia querer atravessar ela. Foi duro e indolor.

Beck se curvou com a dor, o cara se afastou um pouco, embora tenha mantido ela sobre seu encalço.

— Deixe-me ajudar você. — Ela ergueu o olhar para cima, tentando esconder a expressão de dor em sua face, com certeza, falhando miseravelmente, encarando aquele rosto tão marcante e másculo, com olhos tão profundos.

Talvez tenha sido impressão sua, mas seu corpo, colaborou quando ela movimentou a cabeça, concordando em um gesto calmo.

Ele assentiu sério, para a surpresa da mulher, a tomando em seus braços, agarrando ela, como um noivo carregaria sua esposa, embora esse homem grande, forte e com um olhar excitante, mas parecesse com aquém que a fosse levar para o caminho da perdição, não para um altar.

Encostando a cabeça sobre o peito dele, Beck fechou os olhos, tentando afastar as pontadas de dor que lhe atingiam.

Céus. O que estava acontecendo com ela? Não parecia uma gripe ou febre comum. Aquilo estava a deixando nauseante de dor.

O enorme homem com a mulher nos braços, entrou no apartamento, fechando a porta ao empurrar-la com o pé.

Ele podia imaginar a agonia sem fim que a fêmea estava passando, sabia que era algo que uma humana gritaria aos brandos de início, embora aquela estivesse suportando firme, algo que estava impressionando o homem.

Betas recém iniciados passam por uma transição de  DNA pelo corpo, o que acarreta uma alteração em seu sistema,  criando uma libido esmagadora e uma fome destrutiva por sexo.

Ômegas podem ser seres desesperados por sexo em determinados períodos, outrora, nada comparado aos betas em sua inicialização.

Ela não sabia o que estava acontecendo com seu corpo, nem mesmo como lidar com isso. Shane percebeu assim que trocou as primeiras palavras com ela.

Era visível seu desconforto.

E sua excitação.

No instante em que entrou naquele corredor, ele pode sentir o cheiro dela e sabia que algo estava diferente naquela humana tão pequena que morava no apartamento ao lado do seu.

Seu cheiro estava mais forte.

Ela estava mudando.

Uma beta agora.

Ele sabia o que ela precisava, só não tinha noção que seria ele a dá isso a ela quando a encontrou nesse estado, ele nunca havia acasalado com uma beta antes, nem mesmo uma quase humana.

Entretanto, não sabia explicar aquela euforia sufocante e tesão gritante que o consumiu quando a tocou e inalou com mais profundidade o cheiro dela.

A queria. Precisava se conectar a ela.

Foi o desejo que o tomou, quando enfiou sua cabeça em seu pescoço e inspirou aquele cheiro doce e saboroso, teve que se conter, e controlar a fera dentro de si, para não tomar ela naquele corredor.

O instinto foi tão forte. Mas quando a olhou, tão agoniada, suada e desesperada por libertar todas aquelas sensações, Shane tomou seu controle.

Nunca se quer a tinha notado assim antes, nunca fora interessado em humanas, embora aquela estivesse mostrando o quão forte era, reprimindo seus instintos ferais.

Era bonita, isso era óbvio, possuía cabelos negros que caiam por seus ombros em ondas onduladas, com uma pele alva tão clara, que no instante em que a segurou, viu as marcas fixas de seus dedos.

— Tão quente... — Desceu o olhar para ela, aconchegada em seu peitoral. Resistiu ao desejo de inspirar mais uma vez seu cheiro, mas sabia que isso o pertubaria novamente, tinha que manter a calma, embora soubesse o quão molhada sua boceta estava.

Seu pau, rijo e pulsante, em sua bermuda sabia também disto, o que tornava sua situação ainda mais difícil.

Porra. Ele era um alfa que sabia controlar seus instintos mais insanos, então porque o cheiro dela o havia afetado desta forma?

Seria os feromônios beta?

Claro! Era isso. Concluiu. Já tinha ouvido através de outros machos de diferentes matilhas, o quanto os feromônios de uma beta podem enlouquecer um alfa.

Shane analisou o ambiente, colocou seu olfato para trabalhar, distinguindo cada parte do recinto, para se dirigir através de uma pequena sala, com uma mobília simples, um pequeno corredor, empurrando uma porta de madeira pintada, entrando em um quarto escuro.

Avistou a enorme cama, com os lençóis brancos alinhados sobre o edredom forrado do colchão.

Um gato saiu de algum canto, silvando para ele e fugindo pela porta.

— Estamos em meu quarto? — A ouviu indagar, a voz meio baixa, quase como um murmúrio.

Respondendo algo como uma afirmação, o grandalhão se viu depositando ela sobre a cama, com seu corpo sobre o dela.

Beck arregalou os olhos, assustada, saindo de seu pequeno transe ao se dá conta que estava deitada em sua cama, com o homem acima de seu corpo.

— Eu não estou brincando quando falei que você precisa acasalar, se não liberar esses feromônios através do coito, eles vão te queimar de dentro para fora.

Ela não compreendeu bem o que ele dizia, por vez, tinha que concordar que algo estava a queimando sem piedade em seu interior, como se uma chama estivesse acessa.

— Você está dizendo que preciso transar pra... — Respirou fundo com mais algumas pontadas latejando. — Isso passar?

O fitou com seriedade.

Ele devolveu o olhar.

— Sim. Transar, como queira chamar.

Ela sorriu com ironia.

— Está querendo se aproveitar de mim seu babaca!

— Não! Droga mulher! Estou querendo ajudar. Eu jamais acasalaria com uma fêmea sem seu consentimento, isso não condiz comigo. Não sou esse tipo de alfa. Mas sei o que está sentindo, e posso ajudar. Mas se não quiser...

Shane estava se erguendo, pronto para sair da cama, e do apartamento, nunca havia sido rejeitado assim pelas mulheres de sua matilha, por isso evitava fêmeas humanas, só não esperava que a pequena embaixo dele, fosse agarrar-lo, impedindo que ele saísse.

— Não. — Exclamou, notou, mesmo que tão fraco, um choramingo em seu tom. — Eu não estou aguentando mais. Me ajude.

Os olhos dela pareciam implorar a ele. Shane sabia o quanto fêmeas humanas eram frágeis, porém, um instinto diferente, nunca sentido antes, se alojou em seu peito.

Ele queria cuidar daquela fêmea.

Queria ela.

NAS GARRAS DO ALFAWhere stories live. Discover now