Capítulo 09 - Anti-penúltimo

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Neji olhava fixamente para o golfinho em afresco, desejando saber o que estava fazendo.
Perdera a sanidade?
Tinha uma montanha de trabalho que necessitava de sua atenção imediata e, no entanto, decidira tirar o dia de folga para mostrar o palácio de Cnossos para a mulher.
Se fosse a única ação questionável, talvez pudesse justificá-la dizendo a si mesmo que, já que estava casado, valia a pena investir um pouco de tempo no relacionamento.
Mas a justificativa perdia credibilidade quando se confrontava com o fato de que a semana passada tinha sido repleta de ações questionáveis.
Não conseguia se concentrar no escritório e voltava para casa mais cedo com o único objetivo de levar sua nova esposa para a cama.
Ele praguejou. Seu desejo por ela tinha sido tão grande que não conseguira esperar que chegassem em casa. Ele ficara tão enfurecido com o elogio que ela fizera a Gaara que encostara o carro na estrada e a levara para a praia sem pensar no que havia em volta deles. Seu único objetivo tinha sido tirar os pensamentos de outros homens da cabeça dela.
A química entre eles era elétrica. Apesar de que ela estava longe de sua escolha habitual quanto a mulheres, ele a achava estranhamente viciante.

- Fascinante.

Ele a achava fascinante. Era diferente de qualquer outra pessoa que já conhecera, e ele estava cada vez mais confuso e irritado por suas reações a ela.

- Você é uma mulher atípica.
- O que quer dizer com isso?
- Quero dizer que lhe dou uma loja inteira e você escolhe vestir a mesma coisa todos os dias. Calça e blusa.

Ela corou e olhou para si mesma, a insegurança em seu olhar.

- As-as roupas são adoráveis. Obrigada. É que acho que não sou muito boa em escolher o que vai com o quê.
- Por que não confia na sua aparência?
- Oh... - Ela franziu a testa levemente. - Porque sei que não sou bonita. Nem boa em escolher o que vestir. Mamãe sempre estremecia quando olhava para mim. O que quer que eu vestisse, ela sempre revirava os olhos e dizia que eu estava mal...
- A família de alguém diz muita coisa.
- A sua diz?

Neji pensou no seu pai e deu um sorriso torto.

- Minha família não é normal.
- Você nunca me falou sobre sua família.

Ele encarou-a, de repente percebendo como ficou próximo de compartilhar detalhes de sua intimidade
que nunca tinha compartilhado com pessoa alguma. Qual o problema com ele? Ele nunca falava sobre sua família e se algum dia resolvesse fazê-lo, certamente não seria com a irmã de Yukata Mitsashi.

- Não há nada para falar. Mas se está nervosa, vou arrumar alguém para sugerir como usar as roupas.

Os olhos dela arregalaram-se.

- Você faria isso?
- Por que não? - Ele deu de ombros. - É do meu interesse vê-la vestindo outra coisa além de calças. Tenho uma amiga em Atenas que pode ajudar. Vou trazê-la para cá de avião e ela pode passar a tarde com você.
- Obrigada. - Ela deu um sorriso tímido.

Como se para provar onde estavam suas prioridades, ela de repente pegou a mão dele e puxou-o para ver uma fileira de potes de cerâmica, examinando-os em detalhes.
Quando falava sobre arqueologia ou mitologia, ela era uma mulher diferente, observou ele. Confiante. Vibrante.
E, no entanto, a mãe e a caçula davam prioridade à vida social. Algo soou em sua mente e ele lembrou-se de que, embora fosse obviamente diferente da irmã, Yukata, ela insistia em desculpar e aprovar seu comportamento.

- Temos de ir. - Ele olhou para o relógio. - Temos outro jantar à noite.
- Sério? - O rosto dela iluminou-se.
- Se acha que vai rever Gaara, ele não vai estar lá hoje.
- Vai ser bom conhecer outros amigos seus. - Ela curvou-se para examinar uma peça de pedra mais de perto.
- Achei que odiasse socializar.
- Normalmente odeio. - Ela levantou-se e tirou os cabelos dos olhos. - Mas é porque a conversa nesses eventos é normalmente muito superficial e eu me sinto deslocada. O baile da semana passada foi como passar a tarde na universidade. Pessoas adoráveis.

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