a desconfiança torturante

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Uraraka saiu do beco com as pernas bambas, procurou se manter calma e foi o mais rápido que pode para o Clube. Atuou como sensei aquela tarde, não conseguiu nem por alguns segundos esquecer qualquer palavra do Criador em sua mente. Tudo que fazia, falava ou encarava a lembravam do discurso sobre Midoriya.

O horário do fim da aula chegou ao fim. Um dos alunos empurrou uma garotinha de outra sala, Uraraka interviu a briga de filas para saída.

— Ei, Yakido-kun! O que é isso? Não pode empurrar sua colega desse jeito. — a professora levantou a menina e pegou sua mochila que havia caído no chão.

— Ela é uma sem-individualidade, sensei! Kamiriyu quer ser heroína, mas não tem poder algum para lutar! — o outro aluno gritou. A garota de cabelos roxos longos a sua frente se encolheu.

Por algum motivo, Uraraka lembrou de Midoriya.

— Vá, Yakido-kun. Falo com você amanhã. — Uraraka o mandou ir e se agachou para encarar melhor a garota em sua frente que olhava para baixo, mantinha os pés juntos e tinha machucados tanto nos joelhos como nas mãos. — Querida, o que Yakido-kun disse é verdade?

— Sim. — a aluna respondeu. — As individualidades se manifestam até os quatro anos, eu tenho oito e não tem nada aparente em mim...

— Não diga isso. — Uraraka engoliu seco. — Conheço uma pessoa que teve a individualidade manifestada aos quinze anos! E hoje ele é...um dos heróis mais importantes do Japão. — os olhos da garota imediatamente saíram do chão e voltaram para a mulher tão brilhantes que Uraraka soltou um riso baixo.

— A senhora está falando sério, sensei? Ele é seu amigo? Como sabe disso? — ela sorriu entredentes.

— Sim, ele me contou. Estudávamos juntos. Nunca desistiu dele mesmo. Não desista de você e não escute o que esses garotos maldosos dizem. Você vai ser uma heroína excelente. — Uraraka respondeu. — Agora vá, sua mãe deve está preocupada com sua demora. — a garota sorriu como agradecimento e saiu.

Uraraka pegou o celular e discou para Shinsou.

— Me cubra no meu horário de serviço. Preciso fazer umas coisas agora à tarde. — Uraraka pegou suas botas no armário e o sobretudo verde escuro.

— E o que você vai fazer? Todoroki disse que passaria à noite na casa dele. — a voz de Shinsou já se mantinha risonha.

— Preciso pesquisar algumas coisas que estão martelando minha mente.

— Algo sobre a Liga? Posso ir com você, se quiser.

— Quem dera fosse. Não precisa vir comigo, precisa me cobrir. Obrigada, até. — Uraraka desligou.

Foi até uma biblioteca no centro da cidade. Havia algumas senhoras conversando na entrada com um jovem que estava no balcão principal, provavelmente recebia os tíquetes de empréstimo e valor. Tinha mais um jovem etiquetando livros novos com um carrinho em um dos setores. Foi até ele.

— Boa tarde. Onde fica a seção da história dos maiores heróis? — seus olhos desconfiados certamente ameaçaram o garoto de uns dezesseis anos.

— A última. — respondeu. Uraraka agradeceu com um gesto de cabeça e se dirigiu para a cabine cheia de livros, muitos iluminados com o sorriso do antigo All Might.

O coração da heroína apertou por um instante ao vê-lo. Não via uma foto sequer do herói há muito tempo. Pegou aquele para ler. Outro, perto de um que falava sobre a história de All Might, era titulado A história dos heróis — Número 1. Pensou que poderia falar tanto de All Might, como Midoriya. Pegou os dois e procurou uma mesa para sentar e começou a folhear o livro que contava sobre a origem do seu professor.

De volta ao passado [BNHA]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora