II

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Ela respirou fundo, o seu diafragma expandiu e contraiu em virtude da sua respiração, os seus olhos claros estavam sobre a barra do vestido de baile que insistia em bater no chão. Finalmente ergueu a cabeça, era o que devia ser feito, ir lá e fingir simpatia. O seu coração estava levemente acelerado, a brisa de primavera invadiu o castelo através das grandes janelas o que dava a Meredith coragem para prosseguir. Então, abriu as grandes portas, porém nenhum olhar foi para a moça, todas as outras já faziam presença, o que foi confortável para Mery que não foi o centro das atenções, nem mesmo por um minuto. Sorriu para alguns nobres que finalmente notaram a presença dela. No seu campo de visão, o baile que mais parecia uma pintura a fez perder o fôlego, a luz prateada dava um tom angelical as pessoas bem vestidas e conversando, cores para todos os lados, os belos tecidos, os vestidos balançando quase em compasso com o doce som lírico dos músicos. Um sorriso surgiu nos seus lábios finos ao ver uma cena. Um criado passou por ela e deixou sobre a mão da mulher uma taça de vinho, com ela em mãos, ergueu um pouco para sentir o cheiro da bebida, o prazeroso cheiro do líquido invadiu o seu corpo, fazendo-a soltar um barulho baixinho, por isso, não demorou para que o levasse nos lábios, deliciando-se do líquido. Quando finalmente terminou de beber, entregou a taça a um dos criados. Ao olhar para o lado, viu os olhos sombrios do príncipe sobre si, fazendo que um arrepio percorresse todo o seu corpo, principalmente, uma sensação de que deveria sair do local. Virou-se para o lado quando seu corpo frágil e pequeno bateu de encontro com a condessa Celeste Margot. Ela rapidamente tratou de se corrigir.

— Sinto muito, estava perdida em pensamentos.

A mulher de cabelo cor de bronze, olhos tão escuros quanto a noite mais sombria e sorriso estonteante avaliou Meredith com o olhar. Com o sotaque carregado da província "Lord", ela falou:

— Tudo bem, querida! Aliás, eu estava exatamente a sua procura. Como se sente? Sabendo que vai ser a nova rainha.

Desentendida, balançou a cabeça negativamente, seus olhos automaticamente foram para o príncipe, provavelmente, para ela, a escolhida seria a ruiva que estava ao seu lado, encantadora e poderosa, sem dúvidas o homem gostou dela de imediato. Mery voltou seu olhar para a mulher.

— Eu não serei, penso que o príncipe gostou da ruiva. Não é meu desejo.

A condessa soltou uma risada um tanto quanto exagerada, e ao balançar os braços no ar, ela voltou a falar, sem fôlego.

— Acha mesmo que isso é real?! Que em uma semana Alain irá escolher a amada? Não seja ingênua, senhorita Andersen. É tudo por poder.

— Não sei aonde quer chegar! Todas às cinco que estão aqui são filhas de chefes de províncias poderosas.

— Não nego que todas são filhas de chefes de províncias poderosas. Todavia, a província mais poderosa é a Alexey, onde saem os guerreiros mais poderosos, as espadas mais afiadas e mortais, não há guerras externas com vocês. É a primeira vez que temos uma filha dessa província. Durantes anos, os chefes negaram mandar suas filhas, julga que você está aqui simplesmente por tradição? Eu lhe pergunto que tradição? Você foi comprada Meredith Andersen, desde o ventre de sua mãe.

    A cor saiu completamente do rosto da mulher e sua voz falhou. Como filha de um chefe de província, ela tinha muitas responsabilidades, algumas, um tanto quanto exageradas, ela sempre sentiu uma pressão extra, pensava que fosse pelo nome que sua província carregava, todavia a empolgação do pai para que ficasse velha logo, fosse para o castelo tornava a afirmação de Celeste um tanto quanto considerável.

— Como sabe disso?

— Isso é evidente, olha quem está vindo! Devo me retirar e deixar os dois. — Ela falou, apontando com a cabeça na direção do príncipe que caminhava na direção delas, logo, a condessa se retirou e ao passar pelo homem, fez uma breve reverência. Quando ele estava suficientemente perto, Mery o reverenciou.

Coração PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora