➸ seventeen

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— Eu não faço a mínima ideia...

— Ok, então nós vamos na minha cafeteria preferida, acho que você vai gostar.

Millie estava mudada, já presenciei várias vezes Millie e seus amigos fazendo bullying com pessoas do colégio, muita das vezes, Jack e eu fomos vítimas.

Uns cinco minutos se passaram desde que estávamos andando, um silêncio constrangedor, mais natural para mim se fazia presente.

— Finn, por que você resolveu no nada me dar uma chance?

— Acho que todos merecem uma chance... — digo fitando o chão enquanto caminho.

Droga! Essa foi a resposta mais inútil que eu poderia dar.

— É... Realmente...

— Devo te fazer a mesma pergunta, Millie. A pouco tempo atrás você não dava a mínima para mim, e agora está me perseguindo. — falo com humor.

Millie deu risada. Não descordou. Após mais algum tempo caminhando, chegamos a cafeteira no centro da cidade. Millie e eu nos sentamos em uma mesa redonda com bancos altos e confortáveis perto da janela.

— Finn, colabore comigo, puxe assunto! — diz a garota se acomodando a cadeira.

— Tá bom! — deixo um pequeno sorriso, quase impossível de ser notado escapar.

Pela primeira vez me sinto confiante conversando com alguém além de Jack.

Millie abriu a boca para dizer algo e foi interrompida por uma garçonete com a expressão simpática, que surgiu do nada.

— Oi, Nath! — disse Millie para a garçonete.

— Olá, Millie e companhia, o que desejam? — a garçonete coloca dois pequenos cardápios na mesa.

— Eu vou querer um brownie e um milk shake de morango. — afirma Millie.

— Eu vou querer um café com leite, e uma torta de maçã.

A garçonete anota e se retira.

Eae vem sempre aqui, gatinho?

Dou risada.

— Na verdade não, essa é minha primeira vez aqui.

Millie deu risada, uma risada exagerada e alta. Ela é bonita.

— A professora de artes me passou um trabalho péssimo! Tenho que escrever um poema, sou extremamente péssima com isso. — diz Millie apoiando a cabeça nas mãos.

Você é bem aleatória também.

— Adoro poemas, tanto ler quando escrever...

— Nossa, Finn. Isso é muito incrível! Você poderia me ajudar, neh? — diz tocando em minhas mãos.

Um pequeno arrepio percorreu por meus braços, sorri rápido e tirei minha mão debaixo das delas.

— Ah claro! — respondo desconfortável — Eu posso te ajudar com isso.

A garota tirou de sua mochila uma agenda com a capa decorada e junto da mesma um lápis.

— Você vai me ensinar a escrever poesia!

— Millie, não é simples assim, você tem que... Sei lá! Escrever o que você pensa mais de uma forma poética. — tento explicar para a garota me fitando concentrada.

— Por exemplo: estou com fome e a fome me consome? — diz a garota rindo.

— Não, Millie. Não! — sem conseguir me conter, dou risada.

Enquanto estávamos rindo, a garçonete trouxe nossos pedidos. Millie é bem aleatória, e extrovertida, conversamos por muito tempo, não me lembro da última vez em que dei tanta risada.

Me levantei para pagar, e Millie também se levantou indo atrás de mim.

— Deixa que eu pago! — diz a garota entrando em minha frente no caixa da cafeteria e entregando o dinheiro.

— Poxa, Millie!

— Vem logo! — diz Millie fazendo sinal para a porta de saída da cafeteria.

Quando saímos, continuamos a conversar, Millie tem uma personalidade incrível, tem tudo o que não tenho. Enquanto eu sou super tímido, desconfiado e inseguro, Millie é confiante, esperta e extrovertida.

O bairro em que Millie mora é do lado do meu, quando chegamos a frente de sua casa a garota parou em minha frente e me abraçou.

— Desculpa por isso, Finn. Eu não resisti... — diz rindo, e se dirigindo a porta de sua casa.

— Tchau. — aceno.

Bom, se eu corei, pelo menos ela não viu.

"say" ʚ♡ɞ - fillie.Onde histórias criam vida. Descubra agora