Prólogo - Alice

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Prólogo 

Alice

Acordo sobressaltada com os gritos que me arrancam do sono. Olho para cima para ver Josi, uma das minhas melhores amigas e sócia da "Floricultura Bella", com uma cara não muito boa. O que é raro, diga-se de passagem, pois Josi está sempre de bom humor.

Hoje me cansei mais rápido do que os outros dias e resolvi tirar um cochilo no quartinho que temos nos fundos da loja.

— Josi, me deixa, já disse que não vou sair hoje. — Essa menina não cansa nunca.

Anda, Lili, é sério — diz ela, com a voz estranha.

— Só mais um pouquinho...

Quem sabe não consigo voltar para o meu sonho, que foi interrompido bem na hora em que o Elijah ia me beijar. Elijah é o meu príncipe, que sou totalmente apaixonada do livro "Proibido de entrar no Paraíso" da escritora Priscila Silva. Adoro os foras que a Marissa dá nele. São hilários esses dois.

Droga! Saco viu, essa estraga prazeres da Josi me fez perder a minha chance.

Saio da cama sem olhar para ela e vou ao banheiro, com Josi logo atrás de mim. O que será que ela tem? Volto-me para ela e a encaro de braços cruzados.

— Anda logo, desembucha — falo, não querendo saber de enrolação, pois já tinha perdido mesmo a minha grande chance de beijar o meu príncipe.

— Lili, tem dois sujeitos estranhos querendo falar com vc.

— Estranhos como? — pergunto, já com medo da sua resposta e dirigindo-me para a loja, sem me importar com a minha aparência recém-acordada.

Tento manter a calma. Não pode ser quem estou pensando que é. Por favor, Deus, não!

— Senhores, sou Alice Carvalho, como posso ajudá-los?

Eles me olham de cima a baixo e erguem as sobrancelhas. Depois se olham, dão de ombros e vem em minha direção. São fortes, altos e ambos usam preto da cabeça aos pés.

Tudo acontece tão rápido que só me dou conta quando um deles me dá um soco no rosto e caio no chão com uma dor excruciante e tonta pela força dele. Josi grita e corre para mim, só para ser pega por um deles e jogada na parede próxima. Não consigo ouvir mais os seus gritos e fico preocupada.

O outro homem me levanta e segura com ambas as mãos o meu pescoço, deixando-me sem ar. Olho em seus olhos e vejo que estava perdida. Mas por que estão fazendo isso comigo? Nunca fiz mal a ninguém.

— Por favor, eu tenho dinheiro, pode levar tudo — com um fio de voz que ainda me resta consigo falar, apesar do seu aperto.

Ele sorri, me joga no chão e me chuta duas vezes nas costelas. Deus! Não vou aguentar.

— Presta atenção que só vou falar uma vez — fala o brutamonte número um. — "Vadia boa é vadia morta". O senhor Leon manda lembranças.

Depois se vira e, junto com o brutamonte número dois, sai rindo como se nada tivesse acontecido. Não consigo me mexer, dói tudo e não consigo falar, me sinto tonta e também preocupada com a Josi. O que será que fizeram com ela?

Não sei quanto tempo se passa, pois para mim parecem horas e eu estou com dores fortes na minha barriga e por mais que queira gritar por ajuda, não consigo.

Deus, não deixe que nada de mal nos aconteça!

Não tenho medo por mim, mas por ela. Com uma força que não sei de onde vem, consigo me arrastar aos poucos até a porta. Como ela é de empurrar, consigo abri-la e me arrasto pela calçada bem na hora que um homem se aproximava da floricultura.

Consigo ver só um vulto. Fecho os olhos sem forças para nada, mas consigo ouvir alguém falando.

— Preciso de uma ambulância, urgente...

Não consegui entender mais nada do que ele falava com quem quer que fosse, mas senti um toque ou outro no pescoço, na barriga. Em certo momento, consegui abrir os olhos e olhei para a pessoa ao meu lado e... Deus do céu, só posso ter morrido, pois quem estava à minha frente era um perfeito anjo. O seu rosto é perfeito, cabelo castanho-claro e os olhos verdes. Boca? Totalmente beijável, como dizem as minhas amigas taradas.Deus por que me levaste tão cedo? Se bem que valeu a pena, já que um anjo desses estava à minha espera.

— O quê? — pergunta ele com preocupação em seu lindo rosto.

Deus do céu! Eu disse isso em voz alta? Que vergonha. Uma luz ilumina o seu rosto e... Uau, não dá para acreditar! Eu morri e fui para o céu, não sei por que, mas fui. Obrigada senhor!

Tento manter os olhosabertos e entender o que ele fala, mas não consigo distinguir. E em seguida nãovi mais nada. Só escuridão.

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Boa leitura! 

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Um Simples Olhar - livro 1 da Série Olhar. DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora