Alexia, ou melhor, Lexie Thompson, se acostumou com sua realidade de ser colocada em um pedestal, que quase toca os céus, por literalmente todos em sua volta. Mimada desde cedo, ela é uma daquelas meninas patricinhas e populares que normalmente seri...
You don't know my mind You don't know my kind Dark necessities are part of my design, and Tell the world that I'm Falling from the sky
— Dark Necessities, Red Hot Chili Peppers
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Alexia Hollie Thompson
Dantheo Camp era um enorme sonho em forma de adolescente. Um metro e noventa de pura beleza, charme e compaixão. Seu cabelo loiro combinava perfeitamente com seus olhos cinzas e seu jeito sonso.
Mas ele era tão cuidadoso com os amigos que mudava da água para o vinho toda vez que alguém precisava.
Não foi difícil colocar o assunto em dia depois que ele se ofereceu para me pagar um café em um dos meus lugares favoritos da Suíça. Um pequeno e aconchegante café no fim da rua onde ficava minha antiga casa.
Ele foi meu melhor amigo durante um ano. Não tem como mentir e ignorar que já demos uns beijos perdidos e confusos durante essa caminhada, mas eles foram importantes para a gente perceber que nenhum sentia esse tipo de atração pelo outro. Era só na base da amizade mesmo, da conversa, das risadas e do "fazer nada juntos".
— Ok, você vacilou pra caralho, mas se pedir eu ainda quebro a cara desse Dylan — ele riu tomando seu cappuccino que tinha tantos enfeites e gordices extra que não podia nem ser chamado assim.
— Nunca que eu iria pedir uma coisa dessas — revirei os olhos — não quero que você se machuque, sabe? — zombei chamando o garçom.
— Você nunca perde esse seu jeito sonso, não é? — Danny suspirou e eu ignorei a provocação.
— Oi, eu queria outro café preto grande. Sem açúcar, por favor — falei para o garçom com um sorriso e o mesmo acenou com a cabeça, também sorrindo — obrigada.
— Você agora sorri para estranhos? Parece que não é só o cabelo que mudou — Danny voltou a rir.
— É o mínimo, Danny — falei como se fosse óbvio.
— Bom, a Lexie que eu conheci nem olhava na cara das pessoas. Você era esnobe pra caramba! Prefiro essa nova versão, é mais... — Danny continuou falando mas eu nem ouvia mais.
Travei e meu sorriso morreu aos poucos. Ele estava tão certo, Lexie era insuportável e eu me arrependia profundamente de ter agido assim com pessoas que eu nem mesmo sabia suficiente para julgar.
— ...Dylan... É ela.
Ouvi alguém cochichar e comecei a olhar em volta do café, em busca da voz.
Observei duas meninas que mexiam nos celulares e lançavam olhares para mim algumas vezes.
Peguei abuso na hora e percebi que Danny me chamava.
