Meus sinceros ata [changlix]

today eu já sei que vai dar tudo errado

ー E dá pra acreditar que ele beijou aquela menina depois de tudo?

Felix falava de mais alguma ficante de Changbin ao que sua companhia recém chegada suspirou e soltou um "o que esperava?". Sabia que o ruivo tinha esperanças em Changbin, mas a irritava ele não ser sincero de uma vez e contar o que sentia.

Sookyung deixou que um pequeno sorriso conformado aparecesse em seu rosto, visto que a voz de Felix saía abafada em meio as suas lamentações por estar com a cara enterrada em seu travesseiro na cama, e não veria as expressões da amiga.

Vez ou outra, Lua aparecia por ali sem motivo evidente e sempre acertava em cheio nos momentos que o Lee mais precisava de alguém mais sensível ー e Chan não estava disponível para obrigá-lo a se abrir.

A garota levantou-se da cadeira giratória onde estava, depois de ouvir atentamente mais um dos relatos que faziam o ruivo ter certeza do sentimento do outro, e sentou-se no chão próximo a cama para que pudesse acariciar os fios macios do amigo.

ー E ainda tem aquela cara de bobo que ele faz quando vê a Rosé... ー a voz ficou baixinha e constrangida.

Não era por causa que Chaeyoung poderia ouvir, porque sua mãe havia saído com ela e seus tios para caminhar, era mais porque Felix se sentia um idiota ao pensar que Changbin podia se interessar abertamente até por sua prima que não via há bons tempos e não enxergar que o ruivo lhe paquerava. Não queria admitir que a ruiva poderia ter mais chances com o garoto que ele próprio.

ー Sabe, Soo, eu não tô pedindo que ele se assuma bi ou gay ou o que for... ー os olhinhos do garoto estavam vermelhos quando este virou o rosto para encarar a amiga e isso lhe partiu o coração ー Eu só queria que ele fosse sincero comigo. Será mesmo que é só a minha imaginação e o Binie não tem nenhum sentimento por mim?

O olhar marejado se perdia a cada palavra. Conhecendo o garoto como a Kim conhecia, dava para deduzir que ele fantasiava uma vida triste sem o amado ao lado enquanto este ria de sua cara e, provavelmente, ficava milionário.

Analisando a frase, um sorriso travesso surgiu nos lábios da loira e esta não pôde deixar de chamar a atenção dele.

ー Se você não quer rotular o Changbin de bi ou gay, então é tipo, "Felixsexual"?

Aquilo soara tão ridículo que o Lee teve que respirar fundo para não levantar de sua cama e dá o fora de sua própria casa e deixar Lua lá, se acabando de rir.

ー Espera, espera. Que tal "lixsexual"?

Felix já acompanhava Lua nas risadas, mesmo que timidamente. Sabia que ela só queria lhe arrancar sorrisos naquela situação em que nada dependia dela e só podia observar o amigo chorar e encher a cara de leite de banana.

ー E se fosse "Leesexual"?

Disse e já caiu na gargalhada vendo a expressão de Felix ficar ligeiramente enjoada. Havia tantos "Lee" na Coréia quanto chineses na China e isso nem era um exagero, era puro desespero.

Enquanto o garoto murmurava vários "não, nem pensar" e fazia cócegas em Lua como castigo, a vida parecia insistir "você que lute" e Felix podia até vê-la lixar as unhas.

Então, como se a Vida em pessoa quisesse mostrar ao australiano que tudo que está ruim pode piorar, ouviram alguém bater na madeira da porta do quarto do garoto e parte da razão de sua tristeza colocou o rosto a vista dos dois no cômodo.

Felix não pôde evitar sorrir. Chaeyoung era sua noona favorita entre todas as suas primas, a energia infantil que ela passava fazia com que ele quase esquecesse que ela era mais velha, mesmo que fosse só alguns poucos anos. O Lee se sentia mais próximo dela.