CAP.1- Missão padrinho

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Em frente ao espelho ajeito mais uma vez a gravata borboleta. Porra, Dylan. Quem se casa usando gravatinha igual de pet shop? Noção zero, sua sorte que gosto de você. Porque isso é pior que levar um tiro na bunda. Não é como se já tivesse levado, mas conheço alguns policiais que já levaram e dizem ser o inferno.

E para piorar a situação, me colocaram com aquela Camilly. Sinto até calafrios só de pensar naquela mulher. Claramente não nos suportamos, ela é abusada, depravada e sem educação. O estereotipo feminino que não me agrada nem um pouco. Mas, prometi para Dylan e Alyssa que não iria discutir com aquela modelo de Dercy Gonçalves. Sim, não é porque sou americano que não conheço celebridade famosa internacional. Sou culto, educado, cavalheiro á moda antiga.

Aquela... criatura de saia fode meu psicológico. Ela tem o poder de acabar com meu dia, só por hoje irei ter paciência. Depois não preciso mais ver a cara dela e nem seu sorriso largo, os lábios carnudos e rosados. Caralho, foco Brian. Não faz seu tipo, lembra?

Esborrifo mais uma vez o perfume. Ajeito o casaco do terno e sigo em direção à saída para a garagem. No parafuso de parede, pego a chave pendurada.

Sento atrás do volante, e sigo em direção á igreja. O rádio instalado com a frequência da polícia anuncia várias ocorrências. Hoje estou de folga, mas não consigo desligar. Preciso saber o que está acontecendo na minha área, e o que me aguardará no outro dia.

"Assalto armado com vítima no local. Rua barrow street, West village. Q.A.P?"

Ah qual é? Meu amigo vai casar preciso de um tempo. Sinto muito, mas não vou atender nenhuma ocorrência. Desligo o aparelho e o silêncio reina dentro do automóvel.

Conforme me aproximo da igreja, noto a movimentação de carros, pessoas com trajes de festas. Isso porque seria uma pequena cerimônia para os mais chegados. É meu chapa, nossa percepção de pequeno e íntimo é totalmente diferente.

Procuro um local para estacionar, mas não encontro. E como se fosse um milagre divino, vejo quando um carro ascende à seta indicando que está saindo. Imediatamente giro o volante direcionando a entrada, quando um hibrido branco entra com tudo na vaga, e pior não se deu o trabalho de dar seta, roubando meu lugar. Anoto mentalmente a placa.

Ah mais isso não vai ficar assim, eu vou pegar esse desgraçado e ele... Calo-me na mesma hora que a porta se abre.

Seus cabelos negros e soltos caem sobre os ombros criando uma cortina sedosa sobre a pele. O vestido vermelho justo ao corpo marcando cada curva como se fosse uma segunda pele em contraste com a obra perfeita, bem diante dos meus olhos.

Meus olhos percorrem da ponta do pé até o ultimo fio de cabelo. Remexo-me inquieto no banco, mas não consigo desviar o olhar daquela mistura de deusa com filha do capiroto. Por algum motivo desconhecido, sinto minha calça ficar apertada ou seria a porra do meu pau inchado e duro?

Amigo, você é um traidor. Está proibido de ficar desse jeito por causa dela, vai por mim, não vale a pena.

- Oh babaca anda logo. - Ouço o som de buzina e uma voz gritando.

Encaro o retrovisor e vejo a longa fila que se formou atrás de mim. Coloco a mão para fora e não resisto o impulso de erguer o dedo do meio. Babaca é você, cretino. Acelero liberando a passagem. Camilly definitivamente é problema, além do mais ela foge de mim como diabo foge da cruz. Será que é meu perfume? Ah que se foda essa maluca.

Depois de dez minutos e três quarteirões abaixo da localização da igreja consigo estacionar. Enquanto subo a ladeira sinto olhares sobre mim, cochichos, e de canto de olho consigo ver que são mulheres de bochechas coradas e sorrisos bobos.

(DEGUSTAÇÃO ) Meu delegado ( Livro 3 - SÉRIE MEU)  Onde histórias criam vida. Descubra agora