⛪ Capítulo 28 ⛪

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Had me in the palm of your hand

Then, why'd you had to go and lock me out when I let you in

Stay, hey, now you say you want it

Back now that it's just too late

Well could've been easy

All you had to do was stay

Taylor Swift - All you had to do was stay
 
  
      * Harry *

  10 dias. 10 dias passaram sem ouvir uma única palavra de 'Lana', parece que já passou mais de um mês, mas certamente cada segundo que passa magoa menos que o anterior. Não tem sido fácil, nem perto disso. Custa muito saber que a pessoa que mais amei afinal encenou a sua própria morte e deixou-me totalmente desamparado.

  Eu sei que fui eu que fui embora, eu fui aquele que a deixou, mas não consigo simplesmente esquecer o facto de ela não ter entrado em contacto comigo durante todos estes anos, mesmo após nos conhecermos e saber que eu me sentia culpado por não ter conseguido salvá-la.

  Acho que por um lado, ela mudou bastante desde aquele dia e neste momento ela é o oposto daquilo que eu pensava que ela era e queria desesperadamente. Que precisava.

  Eu sei que a Zo me amava, eu sei. No entanto, também sei que se ela me ama-se tanto como eu pensava, teria feito algo para demonstrar isso, não teria simplesmente fugido sem qualquer explicação.

  A parte que mais me assusta é que na primeira semana andava completamente perdido, exatamente como da primeira vez que a perdi.

  Perdido sem a Zoey. Não quero estar perdido sem ela, quero ser forte. Quero os meus dias e noites exatamente iguais, quer esteja sozinho ou não.

  No entanto não queria ultrapassar isto, desta forma. Eu queria falar sobre tudo, queria que ela falasse comigo quando eu tento dirigir-me a ela. Só precisava de um pouco de espaço, precisava de uma pausa para lhe mostrar que ela não me pode tratar desta forma e mentir-me repetidamente. Saíu-me pela culatra porque obviamente ela não se importa tanto como eu pensava.

  Durante o primeiro dia esperei que voltasse a tentar falar comigo, que pedisse a alguém para falar comigo ou o que raio fosse, eu esperava mesmo que ela entra-se pela porta do meu quarto a pedir novamente uma hipótese para se explicar ou que tentasse falar comigo no refeitório.

  Quando isso não aconteceu, fui-me abaixo. Todos os segundos foram passados com antecipação que a Zoey voltasse e pedisse o meu perdão. Quase desisti nesse dia, quase fui ter com ela a implorar para que ambos esquecessemos o passado. Estava pronto para lhe dizer, que se lixe o que aconteceu, não me importo se ela me mente todos os dias desde que ela nunca me deixe. Felizmente, saí desse estado e tive algum respeito por mim próprio.

  O terceiro dia foi o pior. Foi no terceiro dia que comecei mesmo a perceber o que se passou. Foi no terceiro que, finalmente, falei depois de três dias de silêncio, apenas murmurei um simples sim ou não ao Thomas ou ao Jason durante os primeiros dias. Os únicos sons que saiem mesmo eram soluçõs e explicações agitadas pelas minhas palavras a dizer que a minha vida vai ser melhor, mais fácil, sem ela, mesmo que não acreditasse. Foi no terceiro dia que finalmente olhei para a minha cara suja no espelho, os meus olhos inchados quase sem abrir. Foi no terceiro dia que caí ao chão e rezei a Deus com toda a minha alma para fazer a dor desaparecer. Ninguém aguenta esta for, eu disse-lhe. Nem eu aguento. No terceiro dia tentei falar com ela, não consegui evitar. Disse a mim próprio, que poderíamos trabalhar nisto e conseguíamos chegar a um concensso, pedia-mos desculpa profundamente e prometiamos nunca deixar o outro. Em vez disso, ela simplesmente encarou-me e virou-me as costas, como se nunca nos tivéssemos conhecido.

  Quarto dia, fraquezei e tentei falar com ela novamente. Desta vez ela teve a cortesia de nem sequer olhar para mim.

  O quarto dia foi o dia em que passei o dia inteiro na cama, a reviver todas as vezes em que ela me disse o que sentia por mim, assim como todos os momentos dentro do convento.

  Cantei durante grande parte do tempo, a música ajuda imenso. Ouvir a dor das outras pessoas lembra-me que não sou o único a sofrer na vida. Não sou o único que amou alguém que não me amava o suficiente para lutar por mim.

  O quinto dia foi quando finalmente tomei duche e tentei ir às actividades de lazer. Voltei ir à biblioteca ler, esperando que iria conseguir aguentar com as memórias. Senti-me estranho a andar num mar de irmãos e irmãs. Usei toda a energia que tinha para ter a esperança que não encontrar a Zoey. Passei a fase de querer falar com ela.

  Consegui beber metade de um copo de leite naquela manhã e o Thomas disse-me que estava a ganhar novamente a cor nas minhas bochechas. Ninguém pareceu notar em mim e era exatamente isso que eu queria.

  O sexto dia foi uma terça-feira. Comecei a falar em frases, frases soltas que, normalmente, não estavam relacionadas com o assunto, mas ninguém teve coração para mo dizer.

O dia passou enquanto olhava para a primeira página de um livro, não interessava quantas vezes lê-se e relê-se a primeira página, não conseguia absover. Comi nesse dia, mais do que arroz ou uma banana, como nos dias anteriores.

  No sétimo dia comecei a imaginar como seria se eu morresse. Não tinha sido mais fácil? A ideia aterroriza-me, não a minha morte, mas sim a forma como a minha mente foi capaz de ir para um lugar tão negro. Esse pensamento retirou-me da minha espiral profunda e trouxe-me de volta para o mais parecido com a realidade, o que a minha mente consegue aguentar. Comecei a ver outros conventos na zona, não creio que consiga suportar este sentimento e o facto de vê-la constantemente não ajuda.

  No nono dia, sorri, brevemente, mas todos repararam. A manhã do nono dia, foi a primeira manhã em que peguei no meu cupcake usual e na minha meia de leite. Comi tudo e fui buscar mais.

  Foi no nono dia que tudo mudou, o nono dia foi o primeiro que só passei metade do meu tempo a desejar que as coisas tivessem sido diferentes entre mim e a Zoey. Ouvi o Thomas e o Jason a falar do aniversário da 'Lana', daqui a alguns dias, e surpreendi-me por sentir apenas um pequeno ardor no meu peito ao ouvir o nome dela.

  O décimo dia é hoje. Não posso e recuso-me a passar mais um dia a chorar por causa de uma rapariga que claramente já não me ama.

  { vocês preferem que a partir de agora escreva os povs a tratá-la por Zoey ou por Lana? }

  { estes capítulos sem #Hana são tão asdfghi de escrever. Ik que isto pode estar um pouco confuso mas a Lana/Zoey talvez se consiga explicar se o cabeçudo do Haz deixar :/ }

POSSUÍDA || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora