Cola.

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Park Jimin massageou as têmporas pela quinta vez em menos de três minutos, já praguejando internamente pela futura dor de cabeça que com certeza teria assim que sua esposa — ou talvez ex — parasse de gritar a plenos pulmões o quão infiel ele era, além de parar de jogar objetos do escritório em si, colocando um fim ao escândalo que fazia na cobertura do prédio renomado no centro de Seul.

O homem de vinte e cinco anos suspirou enquanto desviava de um grampeador que foi lançado em sua direção. Fechou os olhos e cerrou os pulsos, respirou fundo tentando manter a calma diante de tal situação desagradável, onde qualquer atitude mal pensada sua poderia resultar em um belo processo ou até em cadeia.

Não estava em seus planos ser pego pela mulher com quem foi casado por dois anos fodendo com um homem na mesa de escritório da empresa que comandava, mas não tinha culpa se a Haneul resolveu aparecer do nada e ter o pego com a boca na botija com Taehyung. Foi apenas um erro de percurso, que no momento custavam a integridade de seus tímpanos e de sua paciência limitada.

Não sabia como, mas tinha que parar todo aquele escândalo antes que os funcionários curiosos começassem a aparecer aos montes e acabassem com o último fio de autocontrole que ainda mantia.

— Chega, Haneul! — aumentou o tom de voz e fitou a mulher, essa que continuava com a face enfurecida e preparada para jogar mais um objeto em si. — O que você quer?! Chamar a atenção de todos os funcionários dessa empresa? Vá para a casa e depois resolvemos isso, agora me deixe trabalhar!

— Você vai pagar por isso, Park Jimin! Me aguarde. — Haneul gritou, arrumando seus cabelos e pegou sua bolsa, que foi jogada em qualquer canto assim que entrou naquela sala e presenciou o marido no meio das pernas de outro, no chão. — Sabe muito bem a fera que acabou de despertar. — apontou para o rosto impassível do marido antes de sair e bater a porta com força.

Jimin ficou encarando a porta fechada por alguns minutos antes de suspirar e passar a mão pelo cabelo, jogando os fios para trás num ato que podia ser uma mania, mas no momento foi puramente pelo nervosismo da conversa desagradável que teve com a esposa.

Não sabia o que fazer, mas ficar parado pensando em como resolveria tudo aquilo estava fora de cogitação, tinha uma empresa para comandar, afinal. Respirou fundo e se sentou na cadeira atrás de sua mesa, as pilhas de papel que antes estavam perfeitamente alinhadas sobre  tampo se encontravam espalhadas pelo chão. Abriu uma das gavetas e tirou dali um maço de cigarros junto de um isqueiro, retirou uma das unidades e acendeu a ponta do tabaco, inalou a fumaça e a soltou em seguida, sentindo seus músculos relaxarem pouco a pouco.

Sabendo que não poderia ficar mais tempo colocando seus pensamentos em ordem, jogou o que restou do cigarro na lixeira ao lado da mesa e ligou para seu secretário, dizendo mandar o estagiário para sua sala.

Ah, Jeon Jeongguk… o garoto prodígio de dezoito anos que conquistava todos com seu jeito inocente e seu olhar doce como tortas de cereja, o modo educado como tratava a todos e o perfume doce que usava, atraindo a atenção de homens e mulheres de todas as idades.  O menino era sempre visto com uma Pepsi Cola em mãos, bebendo lentamente o conteúdo da latinha azul enquanto cumpria ordens impostas pelo Park.

O filho mais novo da família Jeon fazia estágio na empresa por conta da amizade de sua mãe com Haneul, que sempre gostou de mimar o garoto, não se importando de deixar alguém de tamanha beleza perto do seu marido que, até então, se mostrava completamente hétero.

Jimin suspirou mais uma vez, indo até a porta assim que ouviu leves batidas sendo desferidas contra a madeira. Tratou de colocar seu melhor sorriso e girou a maçaneta, encontrando o doce garoto de olhos grandes e dentes avantajados do outro lado, com uma pasta em uma das mãos e a típica Pepsi Cola na outra, sorrindo lindamente para si.

No Loyalty [Jikook]Where stories live. Discover now