Capítulo 54 - Assim como o Herói Hebraico Aracaju enfrenta seus inimigos

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Notas iniciais

Reportagem que fiz sobre o cenário do festival de curta-metragem no meu estado.

Boa Leitura!


Assim como o Herói Hebraico Aracaju enfrenta seus inimigos

Nem a batalha de Ben-Hur consegue expressar a luta dos sergipanos em lançar sua arte


A diversidade é presente no mundo, cada país e suas regiões colecionam culturas expressivas e por vezes singulares, mas há algo em que todas têm em comum: O cinema. Dos irmãos Lumière, ao expressionismo alemão, para o Extremismo Francês e a grande massa hollywoodiana, a sétima arte é fluente em todos os aspectos e seus gêneros acatam todos os gostos.

Em Aracaju, a menor capital brasileira, luta para uma maior expressão das suas divulgações audiovisuais. Pequena no tamanho, mas gigante em vontade na construção da permanência dos seus festivais, cruza uma batalha hollyodiana para conquistar seu espaço nesse maravilhoso mundo visual. A falta de incentivo e a valorização cultural impede a conquista desse espaço, mas apesar de todos os desafios, os festivais sergipanos não desistem de produzir histórias que encantam os olhos — Curta-se e Sercine — e os entusiastas pela arte de representar histórias.

O estudante de Jornalismo Anderson Bruno inspira cinema como o ser humano respira o ar, ao longo da sua vida e da carreira acadêmica, o mundocinematográfico carrega sua importância, considera-se um cinéfilo e de fato tem o cunho para falar sobre o assunto, pois, em um determinado período de sua vida foi crítico de cinema pelo Jornal Cinform e o Jornal do Dia. Além de ter produzido curtas a exemplo de Thankyou Dona Marlene de 2003. No entanto, enfatiza as dificuldades e os empecilhos que englobam esse segmento. Para o cinéfilo, a falta de apoio dos governantes é uma delas, mas não são capazes de diminuir sua paixão, pelo contrário, cria forças para continuar a luta de fazê-la ser vista e valorizada por todo o estado. 

A BATALHA

Os festivais além de oferecer subsídios, por meio da divulgação do produto audiovisual, também expõem as produções locais e apresenta as principais técnicas narrativas, abrindo as portas para as produtoras locais. Desta forma, o público não só tem acesso, mas também podem contribuir e participar.

Aqui em Aracaju, anualmente são realizados alguns festivais de cinema, entre eles, a 'Casa Curta-se' e o 'Sercine'.

O Sercine começou como um festival universitário há nove anos, seu intuito era apresentar as produções dos estudantes e dar o incentivo a suas histórias e personagens. Hoje se consagrou como um dos festivais mais importantes que estimulam os realizadores sergipanos no movimento independente.   

Luciana Silva, que faz parte da equipe organizadora do festival, fala sobre o projeto 'Clandestino', filme em animação, que narra o percurso de uma viagem de ônibus entre a avó e sua neta, mas o que era uma simples viagem de fim de semana torna-se uma fantasia lúdica em que ficção e realidade se misturam.

Ao longo do processo criativo, Clandestino enfrentou barreiras e uma delas foi o financiamento, para Lú como gosta de ser chamada,os produtores tiveram que produzir com o baixo orçamento, mas isso não impediu a imaginação de fluir e as mentes criativas deram asas a elas. Outro ponto que Lú fala é sobre as novas produções do meio cinematográfico.

UMA SENHORA CASA

Há 19 anos, A Casa Curta-se encanta os sergipanos com a sua arte. Rosângela Rocha narra à história do Curta-se e relembra momentos marcantes desse importante festival.

— O Curta-Se surgiu depois que constatamos a ausência de sergipanos nas telas e também para reinserir Sergipe no mapa geopolítico do audiovisual brasileiro. Em 2001, quando era estudante do Curso de Artes Visuais e presidente do Diretório de estudantes de Comunicação e Artes, tive a possibilidade de coordenar a mostra de vídeo dentro do Erecom (Encontro Regional de estudantes de Comunicação Social, sediado pela Unit e em parceria com estes, surgiu à possibilidade de uma mostra de vídeos durante o evento, ainda como mostra de curtas brasileiros.Percebi no CEAv (Centro Editorial e audiovisual, neste tempo, que os estudantes apenas faziam videoreportagens para as disciplinas do curso de comunicação e que estas obras, de um mesmo formato/gênero, não saíam das prateleiras da estante do órgão. Apenas os colegas de disciplina, que estavam presentes à aula, viam as reportagens produzidas pelos colegas. Então, observando também outros festivais no nordeste (Pernambuco, Ceará), idealizei o projeto.

Depois, o Curta-Se recebeu os longas, foi Luso Brasileiro até 2007 e hoje é Ibero-americano. Rosângela também revela que o grande desafio dos festivais sergipanos é o financiamento. "Não temos Fundo Estadual de Cultura e nem o Municipal que funcione, como nos demais estados brasileiros". E complementa que a captação de recurso via Lei Rouanet é quase impossível e difícil realizar um festival sem o devido financiamento/investimento. A falta de cultura de investimento privado é outro entrave.

A relação do público é bem receptiva e está em constante formação. Há aqueles que são presenças garantidas porque gostam do festival e também aquele que vem pela primeira vez. A Casa Curta-se propõe diversificar as atividades para contemplar um universo possível: Escolas, Cinéfilos, Aposentados, Jornalistas, Realizadores...

Diante de produções ricas e eventos memoráveis é difícil entender como os sergipanos não conhecem e/ou não valorizaram o audiovisual de seu estado. Depois da leitura desse texto que narra uma história com grandes personagens com o intuito de apresentar capítulos que irão mudar o seu olhar e refletir uma nova visão.

Assim como todos os filmes o final é sempre feliz, para nós ainda estamos na metade da complicação para chegar ao clímax e termos o aguardado feliz para sempre.


Notas finais 

O cinema (os filmes), assim como a literatura são minhas paixões e ter a liberdade de escrever e trabalhar com elas é gratificante! Faz minha paixão pelo meu trabalho crescer ainda mais.

Valorize a arte do seu estado, da sua cidade. Conheça e reconheça cada pedacinho delas.

Por fim enalteça a sétima arte! Obrigada!

Manuscrito - Princípios, Meios e Fins.Where stories live. Discover now